Ultima atualização 30 de maio

Mercado de seguros está mais aberto à diversidade e inclusão

O Relatório de Sustentabilidade do Setor de Seguros, produzido pela CNseg, apontou que 90,5% das empresas participantes do levantamento adotam práticas de promoção da diversidade

EXCLUSIVO – De acordo com dados da última edição do Relatório de Sustentabilidade do Setor de Seguros, produzido pela CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), 90,5% das empresas participantes do levantamento adotam práticas de promoção da diversidade e não discriminação. Essas ações visam agrupar, em um quadro de colaboradores, pessoas que sofrem algum tipo de rejeição em razão do seu, gênero, raça, deficiência, sexualidade e outras questões que acabam tornando-as vítimas da intolerância.

Simone Vizani

Entidades como a Sou Segura (Associação das Mulheres do Mercado de Seguros) desenvolvem campanhas para conscientizar sobre a necessidade de uma maior pluralidade nas organizações do segmento. “Sempre digo que estamos em plena trajetória de ressignificância do setor. Há, de fato, uma evolução na busca pela diversidade, que é fator indispensável para a inovação e um ambiente corporativo mais saudável e algo que, comprovadamente, traz melhores resultados para as empresas”, diz Simone Vizani, presidente da Associação.

Segundo uma pesquisa da Harvard Business, empresas nas quais o ambiente de diversidade é reconhecido, os funcionários estão 17% mais engajados e dispostos a irem além das suas responsabilidades. Uma companhia que visa seguir esse movimento é a AIG. A seguradora conta com mais de 130 grupos de afinidades espalhados por 37 países. Aqui no Brasil foram criados três grupos de diversidade: o Diversitas LGBT & Aliados ; o Women@Work (WOW) – Mulheres e Aliados; e o DÆRC (Diversidade Étnico-Racial Consciente). Dos 250 funcionários da empresa no País, cerca de 20% (em torno de 50 pessoas) participam ativamente e de forma voluntária de algum grupo de diversidade.

Thaisa Oliveira

“Discutir e promover a diversidade dentro do ambiente corporativo é fundamental para as empresas, pela relação direta com os colaboradores que fazem parte das organizações e pelos seus consumidores e clientes e comunidades que as cercam. Essa discussão tem impacto direto nos negócios, pois auxilia na criação de um ambiente mais acolhedor, aberto e transparente aos colaboradores e promove a atração e retenção de talentos com características diferentes, estimulando ideias e inovações que podem gerar novos produtos e serviços”, afirma Thaisa Oliveira, Líder de RH da seguradora.

O estudo Women in the Workplace, produzido pela McKinsey em parceria com a LeanIn.Org, analisa a representação das mulheres na América corporativa, fornece uma visão geral das políticas e programas de RH, incluindo o sentimento dos líderes de RH sobre as práticas mais eficazes de diversidade, equidade e inclusão. O conjunto de dados de 2021 reflete a realidade de 423 organizações participantes, que empregam 12 milhões de pessoas, e mais de 65.000 entrevistados falaram suas experiências no local de trabalho. De acordo com a pesquisa, a representação das mulheres nas companhias aumentou em todo o pipeline desde 2016. No entanto, as mulheres, especialmente as de cor, permanecem significativamente sub-representadas na liderança.

Outra empresa do mercado de seguros que também apóia causas ligadas à diversidade é a Aon. No Brasil, a corretora formulou quatro grupos focados em desenvolvimento profissional, recrutamento, engajamento e retenção dos colaboradores. São eles: Business Professional Network (Diversidade Racial); PRIDE Alliance (LGBTQIA+); Empowering Abilities (Pessoas com deficiências); e o WIN (Diversidade de gênero). Além disso, a organização é signatária dos 10 Compromissos da Empresa com a Promoção da Igualdade Racial, da Iniciativa Empresarial; dos 10 Compromissos da Empresa com a Promoção dos Direitos LGBTI+, do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+; e da Rede Empresarial de Inclusão Social pela Empregabilidade da Pessoa com Deficiência.

Andréa Milan

Andréa Milan, diretora de Recursos Humanos da empresa, acredita que estar em contato com pessoas e culturas diferentes faz toda equipe desenvolver habilidades diferentes e os funcionários se tornam mais empáticos, flexíveis e colaborativos, ampliando sua visão de mundo. “Dedicamos tempo e recursos significativos para ajudar colegas e pessoas em todo o mundo a entender seus direitos, proteger suas liberdades fundamentais e alcançar todo o seu potencial através de treinamento e educação”, diz. A mais recente edição da Pesquisa de Benefícios Aon aponta que, dentre as empresas com políticas desenvolvidas em Diversidade e Inclusão, 84,3% veem o tema como prioritário e 74% têm objetivos estabelecidos para seu fortalecimento. “O esforço para expandir o envolvimento de minorias em várias áreas de negócios deve ser contínuo, e vai além de uma questão de cotas ou métricas, passando sim pelo fortalecimento do vínculo dos colaboradores com o trabalho”, completa a executiva.

O Relatório de Sustentabilidade do Setor de Seguros constatou também que 68,4% das seguradoras monitoram os indicadores de diversidade do quadro de funcionários. Na AIG, são feitas frequentemente pesquisas internas com os seus colaboradores, nas quais são monitorados os indicadores de diversidade dentro da companhia, a exemplo do Censo de Diversidade. “Para a prática de monitoramento de indicadores e também atividades de conscientização e ações de recrutamento diverso, o apoio e engajamento da liderança é essencial. Outro ponto chave às empresas é ter canais confiáveis de denúncia e acolhimento”, diz Thaisa.

Na Aon, o monitoramento dos funcionários é feito a cada trimestre e é dividido por gênero, tipo de posição, raça e geração. De acordo com Andréa, o sentimento de respeito, inclusão e valorização gera também engajamento, impactando na produtividade, qualidade do serviço e, consequentemente, no aperfeiçoamento do atendimento ao cliente. “Como uma consultoria de riscos, saúde e bem-estar, atuamos cuidando de pessoas e dos seus bens e a diversidade é fundamental para seguir inovando”.

Para a presidente da Sou Segura, a diversidade não é apenas mais saudável para o mundo corporativo, mas sim para toda a sociedade, e muito menos pode ser vista como uma gentileza por parte do mercado de trabalho. “Já passou da hora de o mundo corporativo enxergar a inclusão e a diversidade como ferramentas indispensáveis para alcançar bons resultados e um ambiente de trabalho muito mais saudável. Devemos gerar novos insights, criando, assim, novas formas de gerir uma empresa ou entidade. O mercado de seguros tem em seu DNA a inclusão, pois sua missão é proteger pessoas. A nossa luta é para que seja feita ‘justiça’ e todos tenham oportunidades para alavancarem sua carreira”, ressalta Simone.

Nicole Fraga
Revista Apólice

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