Ultima atualização 26 de abril

CNseg quer reconhecimento do mercado e aumento da participação no PIB

Os presidentes da entidade, Dyogo de Oliveira e Roberto Santos, assumem com o objetivo de aumentar o conhecimento da sociedade sobre o mercado

Hoje acontece a posse dos novos presidentes da CNseg, em São Paulo. O economista e ex-ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo de Oliveira, assumirá a presidência executiva, enquanto Roberto Santos, CEO da Porto, será o presidente do Conselho de Administração da Confederação Nacional das Seguradoras para o triênio 2022/24. A meta de ambos os presidentes é contribuir para o desenvolvimento do país e para a sociedade, aumentando, consequentemente, a participação do setor no PIB.

Marcio Coriolano, presidente que está deixando o cargo após seis anos, afirmou em entrevista coletiva que um ganho efetivo da sua gestão foi o empenho para ampliar o contato direto da entidade com a sociedade, com o objetivo de difundir a cultura do seguro. “Temos que fazer a informação e a importância do seguro chegar à sociedade”, ratificou.

A prioridade do Conselho Diretor foi dar importância à comunicação, pela imprensa e pelos poderes legislativos, executivo e judiciário. 

Marcio Coriolano

Segundo Coriolano, o trabalho desta administração é fruto de um trabalho construído ao longo das administrações passadas. “Foram deixadas várias sementes: algumas serão frutificadas, outras precisarão mudar. Durante muito tempo falamos sobre a revolução silenciosa, com mudanças grandes dos rankings de produtos. Há 6 anos, o mercado era completamente diferente, pela sua especialização e competitividade”.

A diversificação de produtos veio das ações de uma população mais consciente de suas necessidades e, hoje, muitos ramos sem importância no passado ocupam lugar de destaque, como rural, riscos cibernéticos e responsabilidade civil.

“A tecnologia permitiu que o mercado de seguros chegasse ao público de forma geral. Assim como o trabalho de aproximação com os órgãos de defesa do consumidor contribuiu para a melhor compreensão do que se compra”, comemorou o presidente que está deixando a entidade.

Um dos comentários mais orgulhosos de Coriolano foi sobre o sistema de gestão que ocupou espaço na CNseg: “trouxemos a Governança de padrão empresarial para dentro da CNseg, com a profissionalização dos quadros e o preparo para representar melhor os interesses da casa”.

NOVOS TITULARES

Dyogo de Oliveira, novo presidente executivo da CNseg, já possui experiência no setor, tendo ocupado a presidência do CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados), entre outros cargos ligados ao seguro.

“Este processo de transição representa o ápice do amadurecimento da indústria de seguros. Ela se desenvolveu de maneira vertiginosa nos últimos anos. Em 2006, fazíamos a abertura do mercado de resseguros no Brasil. Em 16 anos temos 146 resseguradores autorizados a atuar no Brasil e 160 seguradoras”, pontuou.

O novo presidente executivo destacou que a nova gestão, assim como a anterior, terá conformação como a maioria das empresas do país, com gestão voltada para o compliance das ações. “A CNseg possui uma estrututra representativa com eficiência de gestão. São funções diferentes, com conselho definindo as diretrizes e a executiva colocando elas em prática”.

A flexibilidade e as possibilidades de produtos hoje são maiores, fazendo o nosso mercado plural e competitivo. Queremos demonstrar para a sociedade a transformação que fizemos no mercado. A representatividade e a natureza mudou, porque o mercado já não é fechado, sem competição, isolado. Ele tem muita diversificação.

Dyogo de Oliveira

“Temos que demonstrar o serviço que prestamos à sociedade, atendendo as pessoas em seu momento crítico, de doença, perda de renda, morte, danos de toda sorte. Quando compreendemos isso, surgem outras oportunidades de ajudar a sociedade, como em catástrofes, questões ambienteis, sociais, uma série de riscos com os quais a indústria poderia contribuir”, antecipou Oliveira.

A longa experiência de Dyogo de Oliveira no Governo traz um ativo para manter o contato e estar mais presente nas discussões para resolver as grandes questões do País. O seguro pode ser excelente para ajudar várias delas. 

Sobre a comunicação da imagem do mercado, o novo presidente do Conselho da CNseg, Roberto Santos, disse que a imagem do setor é bastante conservadora. “Até como empregadores, temos dificuldades em atrair talentos. Isso é completamente inverso, porque já mudamos muito. Existe uma agenda de eficiência operacional que passa pela transformação digital. Do ponto de vista de sofisticação, precificação, telemetria, o Brasil é um dos países mais avançados no uso da tecnologia”.

Oliveira disse que há uma convergência de objetivos em prol do mercado saudável, praticas leais, qualidade de atendimento ao segurado, os mesmo objetivos, com as declarações públicas do novo superintendente. 

OPEN INSURANCE

O investimento feito pelas seguradoras para adequação ao Open Insurance está na casa das centenas de milhões de reais. “Ele é uma novidade como canal de distribuição e ainda não há uma tecnologia vencedora. Em um processo desta magnitude, que vai envolver 64 empresas com participação obrigatória e, ainda, todo o mercado de outro lado, há uma série de questões para serem ajustadas”.

Algumas etapas precisam ser ajustadas à realidade., porque ninguém nunca fez isso. A abrangência de alguns ramos não se justifica, começando pelos ramos que não tem apólices emitidas no ultimo ano, ou para riscos muito exclusivos, como petróleo, por exemplo. “O mais importante é a construção deste ambiente, porque o Open Insurance é possibilidade de compartilhar todas as informações das seguradoras em um mesmo ambiente. Por outro lado, é um market place para corretores, segurados e seguradoras, tudo isso compatível com o Open Banking. É um projeto de grande magnitude”.

85% do mercado ja cumpriu a etapa de desenvolvimento de API’s de produtos. A segunda fase é de API’s de dados dos segurados e, a terceira, é de compartilhamento das informações.

A SISS tem uma posição dúbia, pois, ao mesmo tempo que é parte do setor, que agrega os dados, ainda é uma participante do negócio. “Esta natureza dupla não está bem esclarecida e precisa de mais informação no próprio conceito. Esta sociedade substitui o corretor ou não? É remunerada pela corretagem ou não? Há duvidas sobre a sua natureza e função”, ressaltou Oliveira.

Precisamos entender melhor o Open Insurance e, junto com o regulador, construir um canal de distribuição. Se é bom para o consumidor, é bom para o mercado.

Roberto Santos

Roberto Santos disse que o Open Insurance é uma aposta em algo que não está claro, com um cronograma “insano” de prazo para construção do processo, daí a necessidade dos investimentos, com muitas dúvidas. “Não está claro o papel da SISS, porque atuamos com corretores, como no mundo todo. A Susep está trabalhando e nenhuma empresa se habilitou a trabalhar como SISS. Não somos contra o Open Insurance, mas a dúvida é quanto a pressa em fazer isso e, nosso sentimento, é que o regulador pede para que a gente construa uma estrada super sofisticada sem saber quem vai passar nela”, comparou o presidente do Conselho da CNseg.

Kelly Lubiato
Revista Apólice

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