Ultima atualização 04 de fevereiro

Corretores do MT precisam ocupar espaço no agronegócio

Ao lado da expansão do setor, também evolui o mercado dos seguros, o que gera boas oportunidades de negócios para os corretores e as seguradoras

O agronegócio é responsável por 50,5% do Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O Estado é conhecido como o celeiro do país, campeão na produção de soja, milho, algodão e de rebanho bovino.

A perspectiva, segundo o Imea, é de que nos próximos anos haja a conversão de pastagem em agricultura. A tecnologia e os investimentos corretos são dois fatores que devem continuar elevando a economia do agronegócio em Mato Grosso.

Ao lado dessa expansão, também evolui o mercado dos seguros dedicados ao agronegócio no Estado. Essa situação possibilita boas oportunidades aos corretores de seguros, assim como, para as próprias seguradoras.

Companhias de seguros

As seguradoras que já vem atuando com desenvoltura no agronegócio em Mato Grosso oferecem uma vasto repertório de produtos. Seguros agrícolas, direcionados para lavouras; seguros para máquinas, armazéns e equipamentos; para criações de animais; para energia solar e outros, compõem um portfólio praticamente completo. Esses produtos já são disponíveis e vem sendo utilizados pelos empresários do agronegócio.

“É uma boa área de atuação para os corretores e está em franco crescimento”, garante Leandro Evangelista Pereira, profissional com boa experiência de mercado, adquirida ao longo de 16 anos e que, atualmente, atua como gerente de filial de seguradora.

Pereira aposta na solidez do agronegócio em Mato Grosso, estado de grande dimensão territorial e características favoráveis para o setor. Ele acredita que a participação dos corretores é fundamental para alavancar novos patamares de negociações, criando um mercado robusto e propício para todas as partes envolvidas.

A opinião de Elisa Lemos, que atua há onze anos numa seguradora e é gerente de sucursal, também reflete otimismo. Ela chama a atenção para a importância de um envolvimento mais arrojado dos corretores de seguros no agronegócio. “Quanto mais informação sobre os produtos oferecidos, melhor”, diz. Frisa que as características peculiares de Mato Grosso devem ser sempre consideradas no atendimento aos clientes. “É preciso desenhar um produto de acordo com as necessidades específicas para cada caso”.

Elisa acredita na participação e parcerias dos corretores de seguros. “O potencial do Estado é muito grande nesse setor e pretendemos investir mais nesse sentido”, conclui.

Corretores de seguros

“Mato Grosso e a região Centro Oeste têm uma estabilidade climática maior que a região Sul. Os riscos para o agronegócio são menores”. A avaliação é de Ricardo Gomes dos Santos, que atua como corretor há 25 anos e está à frente de uma corretora em Cuiabá.

Ele reconhece a expansão dos seguros do agronegócio em Mato Grosso, mas quer mais. Defende um tratamento especial, diferenciado para os produtos, com ênfase no seguro agrícola, que ainda não aplica os valores ideais, considerando os riscos menores e a alta produtividade das lavouras mato-grossenses.

“Os seguros são calculados de acordo com números levantados pelo IBGE, e nem sempre conferem com a nossa realidade. Precisamos, aqui em MT, de um olhar mais atento, mais cuidadoso da parte das seguradoras nesse sentido”, salienta o corretor, lembrando ainda, que os corretores ficam a ver navios quando se trata do seguro agrícola que, na maior parte das vezes, é efetuado diretamente nos bancos financiadores das lavouras, pelos empresários do agronegócio.

“O trabalho de consultoria dos corretores de seguros é muito importante para oferecer um produto mais de acordo com as necessidades dos empresários do agronegócio”, garante Santos.

Felipe Reolon acumula experiência como corretor de seguros há 25 anos e tem uma corretora estabelecida em Lucas do Rio Verde. Ele registra que nos últimos 3 ou 4 anos, o número de seguros no setor do agronegócio mais que dobrou em MT. Reolon, porém, destaca uma informação insatisfatória para os corretores: “Cerca de 70% dos seguros agrícolas feitos em Mato Grosso, são realizados através dos canais bancários. “, diz Reolon, confirmando o raciocínio de Ricardo, entrevistado anteriormente.

Para Reolon, o agronegócio, que é um dos principais motores da economia brasileira, merece estratégias mais elaboradas, inclusive, no que se refere aos produtos. E destaca que a sua corretora, por exemplo, vem atuando com consultoria de agrônomos especialistas.

Na avaliação de Reolon é muito importante uma dedicação, uma preparação maior e mais específica dos corretores. Pelo volume do investimento envolvido num seguro agrícola, a negociação deveria ser realizada com todos os rigores dos critérios técnicos, buscando uma plena e justa eficiência. “Um seguro agrícola feito entre o empresário e o banco que financia a lavoura corre o risco de ser um seguro goela abaixo, sem a participação do corretor, que deveria ser um elo fundamental nessa negociação”, conclui.

“O seguro do agronegócio requer uma especialização do corretor e a criação de toda uma estrutura. Para se sair bem nesse setor, o corretor não pode apenas usar a linguagem tradicional do corretor de seguros. Apenas esse conhecimento técnico não é suficiente”. A declaração é de José Augusto Brandt, que tem mais de 25 anos de experiência como corretor e administra três corretoras em Mato Grosso, nos municípios de Sorriso, Canarana e Sinop.

A pujança do agronegócio em Mato Grosso, para Brandt, precisa ser melhor aproveitada pelos corretores estabelecidos no Estado. Sobre os seguros feitos pelos empresários do setor, diretamente com os bancos, ele frisa: “os bancos vendem o que é melhor para eles, não para os empresários”.

Ele bate na tecla da especialização para que corretoras e corretores de Mato Grosso aproveitem as oportunidades do agronegócio e tenham uma participação mais efetiva nesse tipo de seguro. Ele faz um alerta: “o seguro do agronegócio é um mercado muito restrito e corretoras de outros estados, que têm experiência nesse ramo, estão ocupando esse espaço”.

N.F.
Revista Apólice

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