Ultima atualização 12 de fevereiro

Qualicorp realizou processo seletivo exclusivo para mulheres

A empresa está adotando mudanças nos processos seletivos. Uma delas é o recrutamento às cegas, em que não há contato visual entre recrutadores e candidatos

A Qualicorp realizou dois processos seletivos exclusivos para mulheres em 2020. Embora o público feminino já respondesse por quase 70% do total de colaboradores, havia espaço para mais representatividade nos cargos de liderança. Com a chegada de novas executivas, as mulheres passaram a ocupar 55% dos cargos de liderança na empresa, que inclui postos de supervisão, coordenação, gerência, superintendência e diretoria.

A ampliação da representatividade feminina é parte de um contexto ainda maior, em voga na sociedade e no meio corporativo, e resumido por duas palavras: diversidade e inclusão. Esse compromisso social tem deixado de ser mero coadjuvante para protagonizar processos e rotinas nas empresas. “Realizamos oficinas e formamos grupos de discussão para abordar as diferentes necessidades dos diferentes públicos”, diz a recém-chegada diretora de Pessoas & Cultura, Flávia Bossolani Pontes, uma das contratadas no processo seletivo exclusivo para mulheres.

Mudar o comportamento e a atitude das pessoas, incluindo as lideranças corporativas, é um processo que requer exercícios constantes para reavaliação de atitudes e processos. Flávia conta que esse trabalho representa uma transformação cultural, justamente por isso seu departamento traz as palavras “pessoas e cultura”, em vez do tradicional “recursos humanos”.

“Estamos adotando mudanças nos processos seletivos. A principal delas é o recrutamento às cegas, em que não há contato visual entre recrutadores e candidatos. Assim, conseguimos estar mais focados na avaliação de competências técnicas, sociais e emocionais”, esclarece a diretora. Outra medida é a inclusão de PCDs (pessoas com deficiência) em todos os processos seletivos. Assim, a companhia conseguiu dobras o número de PCDs em 2020, com 58 novos colaboradores. “Queremos aumentar esse número, estamos só no começo”, afirma Flávia.

As novidades contemplam o programa Quali Plural, lançado no semestre passado, para reforçar e ampliar a cultura de diversidade e inclusão na empresa.

Mesmo durante a pandemia, a empresa aderiu ao movimento “Não demita” e contratou quase 800 novos funcionários, o que leva a companhia à marca de mais de 2.300 colaboradores. Desse total, negros e pardos respondem por 30%, enquanto o público autodeclarado LGBTQIA+ chega a 3%.

“Estamos adotando várias mudanças nos processos seletivos para estar mais focados na avaliação de competências técnicas, sociais e emocionais e não em vieses sociais”, esclarece a diretora. Outra medida é a inclusão de PCDs (pessoas com deficiência) em todos os processos seletivos. Assim, a Qualicorp conseguiu dobras o número de PCDs em 2020, com 58 novos colaboradores. “Já chegamos a cota legal mas queremos aumentar ainda mais esse número, é o nosso compromisso com a sociedade e desejo do nosso CEO”, afirma Flávia.

Além disso, a empresa doou recursos para produção e doação de um livro que resgata os marcos históricos da comunidade surda no Brasil. “Há muito a ser feito e estamos constantemente nos perguntando como podemos contribuir com essas transformações”, diz Flávia.

Contratação de gestantes

A cultura inclusiva da Qualicorp pode ser exemplificada por duas contratações realizadas em 2020. A diretora de Compliance, Riscos e Auditoria, Ana Paula de Medeiros Carracedo, e a líder de Customer Experience (CX), Mariana Abdalla De Marchi, descobriram estar grávidas durante o processo seletivo.

“Descobri a gestação em outubro, quando já havia recebido uma proposta da empresa depois de quase um mês de conversas. Pensei em desistir, mas um dos diretores disse que era mais importante encontrar a pessoa certa para a vaga e aguardar uma licença maternidade do que escolher a pessoa errada”, recorda Ana Paula.

“A Qualicorp teve muita naturalidade ao tratar da minha gestação. Nesse momento percebi que todo o discurso de diversidade e inclusão era realmente colocado em prática”, diz a diretora de Compliance. “Muitas mulheres da empresa vieram falar comigo. A maneira como fui tratada desde o início ajudou demais na minha chegada à empresa”, afirma.

Para Mariana, a proposta de emprego chegou no mesmo dia em que recebeu o exame confirmando a gravidez, em fevereiro de 2020. “A proposta de trabalho era incrível, mas eu estava grávida. E agora? Liguei para o diretor (que havia feito a entrevista) certa de que ele diria ‘obrigado, mas preferimos seguir com outro candidato’, mas ouvi que a empresa não me queria por nove meses, e sim por muitos anos”, recorda Mariana.

“Nunca sofri preconceito, nunca fui questionada e sempre senti o acolhimento dessa passagem para a maternidade”, conta. Hoje, seu bebê está com quase cinco meses e ela está prestes a retornar da licença maternidade.

N.F.
Revista Apólice

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