Ultima atualização 15 de dezembro

Mercado garante resultado mesmo com pandemia

CNseg apresentou resultados do mercado e mostrou que a pandemia impactou o setor de forma mais branda, com impacto também da queda das taxas de juros

EXCLUSIVO – A Confederação Nacional das Seguradoras apresentou ontem os resultados do mercado até o mês de setembro. Os seguros de danos e responsabilidades tiveram ganho de 4,6% em 2020, mantendo números próximos ao ano de 2019. O setor de produtos de acumulação foi o mais atingido pela pandemia, prejudicado pela grande quantidade de resgates.

Segundo Marcio Coriolano, presidente da entidade, “o ano de 2020 foi afetado tanto pela pandemia quanto pela queda da taxa de juros, com impacto também da queda de emprego e renda. A boa notícia é que os planos de contingência das seguradoras funcionaram e não houve um grande impacto no atendimento. A intensa atividade regulatória foi uma marca deste ano, com a regulamentação do Sandbox e de outras normas”, destacou o presidente.

2020 ficará marcado também pela forte atuação do Poder Legislativo, na tentativa de realizar ajustes para adequação dos produtos à pandemia. Se em 2019 havia mais de 4500 projetos propostos para o setor, em 2020 eles ultrapassaram a marca de 7 mil, principalmente ligados ao mercado de saúde privada e seguro de vida.

“É difícil prever o que virá pela frente. As perspectivas para 2021 dependem de aspectos políticos e econômicos, além da chegada da vacina e sua distribuição. Desde 2008, o mercado de seguros teve um crescimento médio, em termos reais em 3,4%. O PIB de todos os setores caíram, exceto agropecuário, e mesmo assim o setor de seguros manteve crescimento”, pontuou Coriolano.

Coriolano citou alguns itens que mostram a resiliência do mercado de seguros e que o mantiveram em alta, como a sua governança e a gestão de riscos; o ambiente de demanda favorável, com novos produtos e seguros inclusivos; a experiência do cliente, com novas empresas, produtos e jornada do consumidor; o aprimoramento da comunicação com a sociedade e um ambiente competitivo mais favorável.

Federações

Jorge Nasser, presidente da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), apresentou os dados do seguro de pessoas, destacando a rápida resposta do setor em atender as demandas da pandemia. “Cumprimos uma missão importante, que foi a cobertura para a cláusula de exclusão de pandemia. Chegamos aos final de setembro de 2020 com R$ 3,4 bilhões de pagamento de indenizações em vida”. Ele acrescentou que o setor também avançou nos processos digitais e que os brasileiros estão mais sensíveis para a aquisição de seguros. “Aprendemos na dor, mas isso aponta para um novo momento da sensibilização das pessoas e podemos transformar isso em ações”.

Sobre o fim do DPVAT (Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres), cujo consórcio será extinto em 31 de dezembro, Antonio Trindade, presidente da Fenseg (Federação Nacional de Seguros Gerais), disse que ainda não está definido quem irá operar o produto e a que custo. “Estamos conversando com o regulador para repor o DPVAT com algum formato que gere concorrência e que não seja monopólio. Que seja um produto ganha ganha para consumidor, mercado e governo. Mas ainda não sabemos o que irá acontecer”.

Sobre a entrada de novas empresas no setor, como as reguladas pelo Sandbox, não há preocupação por parte das lideranças. Trindade lembrou que a pandemia trouxe a digitalização para o convívio diário, para aproximar as pessoas e fazer o sistema funcionar. “Enxergo que a tecnologia trará o seguro intermitente; os seguros de proteção a viagem podem ganhar grande atração para grupos menores de consumidores, por exemplo. No começo dá um pouco de frio na barriga esta desregulamentação do mercado, mas, olhando para frente, a técnica do seguro deve prevalecer, e as compras deverão levar em conta não apenas o preço, mas também a técnica, meios de comercialização etc”.

O presidente da Fenacap (Federação Nacional de Capitalização), Marcelo Farinha, disse que a tecnologia abre a oportunidade para novos meios de distribuição, mudando a forma como o mercado se encontra com o consumidor. “A transformação tecnológica veio com a crise, que intensificou algo que já vinha acontecendo, como as novas formas de interação com os consumidores e como se vincular a novos ecossistemas para oferecer os seus produtos. Esta é a lógica de se engajar e atender a demanda do mercado”.

João Alceu, presidente da Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), falou sobre a atuação de empresas no setor de saúde que operam como clubes de benefícios. Ele destacou que há empresas muito sérias que estão explorando o mundo digital com formato específico. “Estamos pedindo que à ANS (Agência Nacional de Saúde Complementar) se posicione para dizer o que é serviço e o que é seguro. Precisamos de alguma regulação e pedimos que a ANS se posicione para que as empresas do setor possam fazer o mesmo. Também queremos fazer a subsegmentação, com arcabouço regulatório igual para todos”.

A subsegmentação do mercado de saúde suplementar é um pleito antigo do setor e seria uma forma de conseguir atender uma parcela maior de usuários com produtos e preços mais acessíveis.

Kelly Lubiato
Revista Apólice

 

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