Ultima atualização 01 de outubro

Tecnologia e mobilidade são fatores que transformarão o futuro do seguro auto

O evento CQCS Innovation Latam trouxe o tema "O Seguro Auto para as Próximas Gerações", reunindo executivos para debaterem as tendências da carteira

EXCLUSIVO – Com a pandemia, diversos setores passaram por transformações e tiveram que se reinventar e adaptar a maneira de atender as novas necessidades de consumo, inclusive o mercado segurador. Quando o assunto é seguro de automóvel, as seguradoras estão lançando novos produtos e serviços para tentarem manter seus negócios, pois fatores como a mudança na mobilidade urbana, menos veículos 0 km sendo vendidos e jovens não almejando adquirir um carro tão cedo estão fazendo com que a carteira sofra queda na arrecadação.

Para falar sobre esse assunto, o evento CQCS Innovation Latam, realizado ontem, 30 de setembro, trouxe o tema “O Seguro Auto para as Próximas Gerações”. O painel online foi mediado por Gustavo Doria Filho e contou com a participação de Ney Ferraz Dias, diretor Geral da Bradesco Auto/Re; Leonardo Lobo, CIO da Cilia; Carlos Ricci, head Motor Solutions & Transactions da Swiss Re; e Bill Powers, fundador e CEO da Cambridge Mobile Telematics.

A Cilia é uma insurtech que acabou de lançar uma ferramenta na qual é possível fazer o orçamento e a avaliação do automóvel em caso de sinistro através da Inteligência Artificial (IA). O aplicativo oferecido pela empresa realiza a precificação dos custos reais para todas as peças, a mão de obra envolvida para o conserto e o tipo de operação para cada parte, bastando o cliente enviar as fotos do veículo pelo sistema e esperar as instruções. De acordo com Lobo, esse tipo de tecnologia é benéfica para todas as pontas. “Com o app, as seguradoras podem diminuir o tempo para regular o sinistro, evitando fraudes e erros da equipe, além de reembolsar o segurado em poucos minutos para que ele possa levar o carro para oficina que preferir. Os consumidores saem ganhando com isso, pois não há aquela burocratização no momento de serem atendidos e eles podem acompanhar todo o processo de maneira online”.

Na Cambridge é utilizada a telemática móvel para a formação de novos motorista e a empresa oferece duas aplicações cujo objetivo é tornar o trânsito mais seguro através do uso de sensores móveis, ciência comportamental e Internet das Coisas (IoT). O aplicativo Drive Well é uma solução em que a companhia utiliza a análise do comportamento dos condutores. Ela usa uma ferramenta para obter dados que permitem dar uma pontuação para o motorista, podendo ser trocada por um desconto na apólice de seguro ou outras premiações. Já o sistema Claims é um alerta de colisão em tempo real, oferecendo para a empresa uma avaliação automatizada dos danos ocorridos. “Contamos com mais de 50 programas como esses em 30 países, pois acreditamos que somos os moldadores do futuro da mobilidade. Nossa missão é ensinar como utilizar o carro da maneira certa e mais segura possível”, disse Powers.

Para Ricci, o futuro do seguro de automóvel será baseado em tecnologia, principalmente no momento da precificação, e que é necessário entender os fatores que estão afetando o setor. O executivo enxerga a consolidação de três efeitos ocasionados pela pandemia nos próximos anos e que irão transformar o seguro auto: o teletrabalho, a economia compartilhada e a micro mobilidade. Além disso, ele se diz preocupado com o fato de que apenas 20% da frota dos cinco maiores mercados na América Latina é segurada, segundo um estudo realizado pela resseguradora. “Isso mostra algumas falhas do segmento e o quanto há espaço para novos players. Acredito muito na modalidade Pay Per Use, essa é uma tendência que veio para ficar e irá atrair novos clientes para a carteira. Ao invés de produtos mirabolantes, temos que pensar em tornar a jornada do cliente o mais interessante possível. Esse deve ser o nosso foco”.

Dias também ressaltou a importância do corretor para o mercado e destacou características que este profissional precisa ter para fidelizar os clientes da carteira. O diretor da Bradesco Auto/RE afirmou que os corretores devem atuar como consultores de risco, oferecendo as coberturas ideais para cada segurado, contando, claro, com a ajuda das seguradoras para melhorarem as apólices. Ele disse também que encontrar uma maneira de utilizar dados agregados é uma possibilidade das companhias adaptarem seus produtos, aumentando a percepção de valor do consumidor. “Na hora de decidir contratar um seguro, as pessoas avaliam aspectos como assistência 24h, reparos de para-brisa, garantia estendida, coberturas de pequenos danos, manutenção programada. Enfim, tudo que traga mais comodidade. Nosso portfólio de soluções crescerá exponencialmente nos próximos anos, e acredito que isso será um componente importante para definir o futuro do mercado”.

Nicole Fraga
Revista Apólice

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