Ultima atualização 13 de outubro

Healthtechs crescem no mercado e ganham visibilidade durante a pandemia

Startups e clubes que oferecem saúde como benefício conquistam mais espaço no setor por oferecerem serviços com menores custos para o beneficiário

EXCLUSIVO – De acordo com a pesquisa Distrito Healthtech Report Brasil 2020, realizada pela empresa de inovação aberta Distrito, o número de healthtechs brasileiras duplicou nos últimos cinco anos. Segundo o levantamento, metade das startups de saúde no Brasil foram fundadas entre 2016 e 2020. Atualmente são 542 companhias mapeadas no estudo, número que era de 265 em 2015.

Em um momento no qual a importância do cuidado com a saúde foi colocada em evidência por conta da pandemia ocasionada pela Covid-19, é esperado que essas empresas ganhem cada vez mais espaço no mercado, o que demanda mais agilidade no desenvolvimento de soluções e no atendimento à população. Além disso, as healthtechs também vêm ganhando reforços através de grandes investimentos. Desde 2014, US$ 430 milhões foram investidos no segmento, divididos em 189 rodadas mapeadas pelo Distrito. Mesmo com a crise econômica mundial, espera-se que o aporte financeiro seja maior do que no ano passado.

Uma das empresas que comprovam estes dados é a Avus. Entre julho e agosto, a healthtech registrou um crescimento de 950% em seu faturamento mensal, totalizando mais de 100 organizações que adotaram a plataforma da companhia para oferecer como benefício aos seus colaboradores. Por meio da ferramenta, os usuários contam com descontos em uma rede credenciada de clínicas médicas, odontológicas, especialidades de apoio, laboratórios, farmácias e outros estabelecimentos. Os agendamentos podem ser realizados pela central de atendimento, aplicativo e WhatsApp.

Um dos diferenciais oferecidos pela companhia é que não há carência para utilização dos serviços ou restrição por doença pré-existente, não havendo também diferenciação de valor por faixa etária. Além disso, o beneficiário ainda conta com um seguro em caso de internação hospitalar. Para Diego Cerqueira de Lima, CEO da healthtech, “democratizar o acesso à saúde deve ser a prioridade nesse momento, e a empresa está auxiliando diversas organizações a cumprirem essa missão. Para se ter uma ideia, a cada 1 dólar investido em prevenção e cuidados com o funcionário, são revertidos em média  4 ou 5 dólares em não falta ao trabalho, o que pode representar um aumento na produtividade da equipe, além da reter e engajar colaboradores”.

Outra healthtech que também oferece saúde como benefício é a Clude. A organização começou a ser estruturada em 2019, com investimento de R$ 2 milhões, e iniciou suas operações em janeiro deste ano. Ela é uma espécie de clube de ofertas, que promete descontos de até 60% em consultas médicas, exames, cirurgias, medicamentos, vacinas entre outros. A startup também oferece teleorientação médica, na qual é possível tirar dúvidas via chamada de vídeo sobre remédios ou pequenos problemas de saúde com o time de doutores e enfermeiros da companhia. Um dos seus diferenciais é que o valor pago na mensalidade pode contemplar o cônjuge e dependentes de até 18 anos.

Segundo Marcio Mantovani, fundador da empresa, englobar serviços através da gestão de pessoas é fundamental e também um dos principais motivos para o segmento estar crescendo no mundo todo. “Alinhar tecnologia, saúde e humanização para possibilitar que mais pessoas cuidem da sua saúde e oferecer preços mais acessíveis do que um plano convencional é a explicação para essa onda de healthtechs que estão surgindo. Quando as pessoas assinam o nosso serviço ou organizações passam a oferecê-lo como benefício ajudam a desafogar o SUS, aumentando e agilizando o acesso da população mais pobre ao atendimento nos hospitais públicos”.

Entretanto, de acordo com Vera Valente, diretora executiva da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), é necessário que o consumidor tome cuidado e fique atento ao contratar esse tipo de serviço. Segundo ela, apenas um plano de saúde oferece a cobertura obrigatória estabelecida pela ANS com a segurança, as obrigações e a garantia devidas determinadas em contrato.

“Com o plano, os beneficiários têm direitos garantidos e deveres bem determinados, o que não é a regra nesse outro tipo de atendimento. O importante é trabalharmos seriamente em soluções que permitam acesso de mais pessoas à saúde de qualidade, como a que as operadoras oferecem, sem risco de que sejam ludibriadas. Não será uma simples plataforma ou uma nova tecnologia que irá garantir assistência continuada à saúde”, ressalta Vera.

Nicole Fraga
Revista Apólice

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