Ultima atualização 20 de maio

Consumidores buscam produtos de seguros customizados

Pesquisa World Insurance Report 2020, realizado pela Capgemini, aponta que produtos customizados devem ser oferecidos aos clientes no momento certo, o que potencializa a oportunidade da venda
Roberto Ciccone
Roberto Ciccone

EXCLUSIVO – Entender o cliente a fundo é um dos maiores desafios do mercado segurador ao redor do mundo. O consumidor busca, cada vez mais, produtos que sejam customizados de acordo com as suas necessidades. Em diversas carteiras isso ainda não é possível de encontrar disponível no mercado, mas é este o motivo de todos os especialistas avisarem aos corretores de seguros que é preciso conhecer muito bem as necessidades de cada cliente, acoplando as coberturas que fazem mais sentido para o momento vivido por cada um.

A pesquisa World Insurance Report 2020, elaborada pela consultoria Capgemini, chegou a esta e a outras conclusões sobre o perfil do consumo de seguros. “Os maiores concorrentes das seguradoras podem ser a Big Techs (Amazon, Google, Tesla), que possuem informações estruturadas sobre os clientes e são capazes de oferecer produtos de acordo com o perfil e o momento de cada um”, explica Roberto Ciccone, vice-presidente da Prática Seguros na Capgemini Brasil.

Mais de 50% dos entrevistados desejam um seguro com base no uso, pois oferece hiperpersonalização e valor ao dinheiro, mas apenas a metade das seguradoras oferece esse tipo de opção. O estudo foi realizado em 29 países nos quais a consultoria atua (inclusive o Brasil), com executivos de 150 empresas e 8 mil pessoas de diversos segmentos.

As Big Techs estão coletando dados em tempo real por meio de assistentes de voz, roupas inteligentes e outros dispositivos de IoT e chatbots interativos, enquanto apenas 38% das seguradoras capturam dados de dispositivos IoT em tempo real e 33% dos dados é por meio de linguagem natural. “Quem será o grande disruptor no seguro de automóvel, por exemplo, serão as big techs e as montadoras, que irão oferecer o carro como serviço e não como um bem. É muito clara a diferença de experiência, ninguém imagina a Amazon fazendo 43 perguntas para vender um seguro”, raciocina Ciccone.

A pesquisa mostra também que a mentalidade millenial transcendeu a barreira da idade e fez com o digital seja utilizado em larga escala. Ainda que na operação de seguros esta realidade ainda seja incipiente, hoje já possível verificar que os clientes querem ter à disposição várias plataformas diferentes. Eles conversam com os corretores por telefone ou whatsapp, depois de cotar o seguro pela internet e esperam ser atendidos pelas seguradoras por mídias sociais, telefone ou por meio digital.

No Brasil, o percentual de compras online ainda não alcançam os percentuais do resto do mundo. Os consumidores podem ser divididos em pioneiros, followers, inquisitivos e experimentais. Entre os pioneiros, 88% pesquisam e compram online; entre os followers, 47% pesquisam, mas apenas 27% compram online. A propensão de adquirir produtos de seguro de Big Techs é de 63% entre os pioneiros e 13% entre os followers.

Sobre o uso de API’s no mercado de seguros, o que torna mais fácil o lançamento de novos produtos, a grande barreira ainda é a regulatória, segundo Ciccone. O ambiente competitivo está mais barato, porque as seguradoras estão investindo em insurtechs, mas a situação está mais complexa. Percebemos que há muita coisa para fazer nas seguradoras e as fintechs tem tecnologia disruptiva, mas não tem dinheiro. Quem acelerou a transformação digital nas empresas foi a Covid-19″, ressalta o executivo.

Leia a íntegra do estudo: World Insurance Report 2020

Kelly Lubiato
Revista Apólice

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

Ads Blocker Detected!!!

We have detected that you are using extensions to block ads. Please support us by disabling these ads blocker.

Powered By
Best Wordpress Adblock Detecting Plugin | CHP Adblock