Ultima atualização 17 de abril

Vendas de planos de saúde aumentam no segmento por adesão e micro empresas

Corretora percebe aumento de 30% em março, comparado com fevereiro. Consumidores buscam o benefício de poder ser atendido durante a pandemia pela rede privada. Grandes empresas buscam renegociar contratos já existentes

EXCLUSIVO – O mês de março foi atípico para todos. Para os corretores que comercializam planos e seguro saúde, ainda mais. Em meio ao crescimento do contágio pelo coronavírus, a procura por planos de saúde privados cresceu muito.

Rosa Antunes

Os corretores que atendem o público de planos até 10 vidas  notaram a diferença. “Este público sempre teve uma migração maior. Trabalhamos com pessoas que estão em um plano de saúde e, por algum motivo, aumentam ou reduzem seu padrão. Era raro pegar um cliente sem nenhuma cobertura”, afirma Rosa Antunes, presidente da Associação dos Corretores de Planos de Saúde de São Paulo.

Depois da pandemia, as pessoas que não davam valor ao plano de saúde começaram a buscar novas opções. Rosa constata que a nova leva de consumidores é composta por pessoas que estavam sem planos de saúde.

Os dados referentes a março ainda não estão disponíveis no site da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS. Em fevereiro, a variação em relação ao mês anterior foi 0,15%, chegando a 47.046 mil usuários.

Os novos negócios envolvem todos os tipos de planos. A maioria das corretoras que fazem parte da Acoplan, por exemplo, são plataformas especializadas em planos de saúde, cujo público são empresas com até 10 vidas, pessoas que trabalham por conta própria, ou tem PJ prestando serviço para empresa maior. “Hoje tem muita gente com CNPJ. Estamos vendendo para pessoas físicas e jurídicas, principalmente depois que o Governo flexibilizou as leis trabalhistas, o ampliou a quantidade de pessoas jurídicas que se relacionam com outras pessoas jurídicas”, confirma a executiva, que também é diretora da ViaCorp Soluções em Saúde.

Comprei e posso usar?

Ao fechar um contrato de planos de saúde, o beneficiário precisa respeitar alguns prazos. Rosa explica que primeiro são os quinze dias para a vigência da apólice, tanto os planos de adesão quanto os empresariais. “Não é possível fazer e usar. Isso só acontece no individual, mas não tem muita opção de produto nesta categoria”. Passada a vigência, entra em campo a carência. Para urgência e emergência este prazo é de 24h.

A maioria das pessoas que buscam planos de saúde querem se prevenir, para uma emergência futura. As pessoas estão com medo de adoecer e ter que procurar o serviço público. As operadoras conhecem a sua posição de elo forte desta corrente, e não devem negar atendimento aos beneficiários, principalmente para evitar a judicialização.

PME’s e corporativos

A crise econômica, política e social será uma consequência da pandemia da Covid-19. Por enquanto, estas empresas ainda não começaram a mexer nos planos de saúde de seus funcionários, principalmente porque os segmentos não foram afetados da mesma forma. “O grande empresário tem que modular seus gastos. Neste momento, ele não tem condições e absorver reajustes em seus custos, por isso, a D’Or Consultoria tem apoiado intensamente as empresas clientes em buscarem junto as operadoras os menores reajustes possíveis em seus contratos. Os empresários temem mudar de fornecedor e ficar sem cobertura neste período”, avalia Bruno Iannuzzi, CEO da D’Or Consultoria de Benefícios.

Bruno Ianuzzi

Iannuzzi adverte que o pequeno empresário (de 3 a 29 vidas, em média) já foi afetado diretamente pela crise e procura alternativas mais econômicas, que levam em consideração o tempo de carência dos contratos.

Na D’Or Consultoria, a área comercial observou uma queda de 15% nas vendas novas dos produtos para PME’s, porém, com a crise econômica sendo agravada a tendência é que o volume de venda aumente consideravelmente. Para o segmento empresarial houve uma estagnação considerável. “30% das empresas do pipeline da área comercial continua em negociação, 50% parou a negociação e 20% não vai conversar sobre o assunto neste ano. Só volta a conversar em 2021”, observa Iannuzzi.

O CEO pondera que algumas operadoras estão mais cautelosas nas vendas de novos produtos. Outras, apresentam características mais agressivas. Entretanto, todas elas estão trabalhando para devolver aos beneficiários serviços que possam amenizar o impacto da dificuldade de acesso à assistência à saúde. Neste sentido, a D’Or Consultoria também está prestando serviços assistenciais aos seus clientes, fornecendo um Nurse Line para tirar dúvidas sobre a Covid-19, lives sobre saúde mental e serviços de telemedicina e telepsicologia. “Conseguimos também fornecer a alguns de nossos clientes da área de construção civil (que continuam trabalhando normalmente), através de parcerias, serviço de testagem rápida para o coronavírus”, informa Iannuzzi, acrescentando que este é o momento do mercado mostrar a sua capacidade de prestar serviços para a sociedade.

Kelly Lubiato
Revista Apólice

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