O presidente do Sindicato das Seguradoras de São Paulo, Rivaldo Leite, foi o palestrante do almoço mensal do Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo. Em seu discurso ele ratificou sua posição de apoio aos corretores de seguros, dizendo que a abertura de concorrência que a Superintendência de Seguros Privados está promovendo, com diversas medidas, pode não ser saudável para o mercado.
“O que vocês têm de especial é o relacionamento com o cliente, que confia em vocês há vários anos”
Hoje foi publicada no Diário Oficial da União a Resolução 382/20, do CSNP, que entre outras coisas torna obrigatória a divulgação de forma clara e transparente, entre outras coisas, do “montante de sua remuneração pela intermediação do contrato, acompanhado dos respectivos valores de prêmio comercial ou contribuição do contrato a ser celebrado”.
Em seu discurso, Leite ressaltou que a concorrência é sempre positiva, “pois nos obrigaa sair da caixa e a criar coisas novas”. Entretanto, o presidente do Sindseg/SP pontuou a concorrência deve ser leal e igualitária. “Não adianta o regulador querer coisas novas com regras diferentes para os novos entrantes. É preciso haver transparência e condições iguais para todos, em termos de regras, impostos e reservas técnicas”, enumerou.
Para ele, ao contrário do que muitas pessoas afirmam, o mercado de seguros não é obsoleto e, mesmo em tempos de crise, consegue crescer sempre acima do PIB. “Temos relevância e o volume grande de dinheiro em forma de reservas”.
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Sobre a MP 905, que está sendo discutida hoje, Leite disse que caso a autorregulação seja aprovada, as entidades certificadoras não devem ser únicas. “Quando há concorrência, quem ganha é o mercado. Não sou a favor de nenhuma em especifico, mas torço por aquela que seja capaz de tornar as coisas mais fáceis para o corretor de seguros”, afirmou.
Segundo o executivo, o corretor de seguros continuará sendo parte fundamental do mercado de seguros. O custo de distribuição é direta é muito alto, por conta da capacitação e da necessidade de publicidade maciça. Porém, Leite lembrou que o corretor de seguros deve investir na comercialização de outros produtos além do automóvel, que já não oferece as mesmas margens do passado. “O que vocês têm de especial é o relacionamento com o cliente, que confia em vocês há vários anos. O ouro está na sua mão: seus clientes”.
Kelly Lubiato
Revista Apólice