Ultima atualização 16 de abril

Notre-Dame: mais importante que a indenização é a prevenção

Para especialista, quando seguradora assume um "risco severo", foco na prevenção do dano deve ser redobrado, pois perdas podem ser imensuráveis
(FOTO: Benoit Tessier/Reuters)
(FOTO: Benoit Tessier/Reuters)

EXCLUSIVO – A noite de segunda-feira gerou perdas imensuráveis para os franceses e para todos que apreciam arte e história. Um incêndio, que teria começado no teto da Catedral Notre-Dame, tomou conta de grande parte do patrimônio, destruindo a estrutura do local e bens que ali estavam presentes.

Para Cassio Gama Amaral, sócio do escritório Mattos Filho, o papel da seguradora em casos como esse, mais do que nunca, deve ser de caráter preventivo. “A prevenção deve ser o foco de quem vende seguro para esses patrimônios. Quando se põe um agente como esse, que tem um ‘sinistro severo’, de um impacto grande, é papel da seguradora, indiretamente, requerer e exigir requisitos de segurança ainda mais amplos e eficazes do que acontece em apólices ‘comuns’”, opina. Ele diz que, depois do sinistro, há a indenização, que vai ajudar a mitigar os danos financeiros, mas que também existe o valor histórico e afetivo em relação ao bem, “esse jamais poderá ser reparado”.

Cassio Gama Amaral

“A França é um país com bastante tradição em seguros, é provável que haja algo nesse sentido”, conta o executivo. “Nada paga o que aconteceu, ressalto. Devemos lembrar do ocorrido aqui perto da gente, no Museu Nacional”, reforça. Amaral salienta que o ideal seria que houvesse concessionárias que explorassem essas estruturas e fossem obrigadas a contratar um pacote de seguro, principalmente com cobertura contra incêndios. “Só que bens vinculados ao Estado não contratam seguro”, revela. “Uma luminária colocada de forma errada pode causar um incêndio. O gestor do patrimônio, por não ter os equipamentos de segurança necessários, e o gestor da obra são alguns prováveis culpados”, aponta.

Para se ter uma ideia do tamanho do prejuízo, doações para a reparação já começaram a ser realizadas. O bilionário Bernard Arnault e seu grupo LVMH, especializado em produtos de luxo, doarão 200 milhões de euros (cerca de R$ 875 milhões) para a reconstrução. Outros 200 milhões de euros foram prometidos pela família Bettencourt Meyers, sócia da L’Oreal. Já a cidade de Paris fará um aporte de 50 milhões de euros (R$ 218,5 milhões), disse a prefeita Anne Hidalgo. Ainda há outras fontes doadoras e a comoção na internet para que haja a arrecadação de mais valores. Se concretizadas, essas promessas de doações somarão 660 milhões de euros (R$ 2 ,87 bilhões).

Maike Silva
Revista Apólice

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