Ultima atualização 12 de dezembro

Mesmo com retomada econômica tímida, setor tem avanço nominal de 3,1%

Expectativa para melhora econômica passa pelo investimento em infraestrutura; balanço da CNseg indica que setor fechará o ano com arrecadação de R$ 442,1 bilhões
Luiz Tavares, Miriam Mara Miranda, Marcio Coriolano, Solange Beatriz, Paulo Annes e Alexandre Leal
Luiz Tavares, Miriam Mara Miranda, Marcio Coriolano, Solange Beatriz, Paulo Annes e Alexandre Leal

EXCLUSIVO – 2018 foi um ano de retomada econômica ainda tímida, apesar disso, o setor segurador conseguiu bons resultados, mantendo sua curva de crescimento. De acordo com um balanço realizado pela CNseg, a arrecadação até o fim do ano deve ser de R$ 442,1 bilhões, número que representa um avanço nominal de 3,1%. Nos últimos 10 anos, a média anual de crescimento é de 12,8%.

Marcio Coriolano, presidente da entidade, ressaltou que esse dado é expressivo e supera qualquer outro setor da economia. “Já somos 6,5% do PIB. Ainda temos muito a explorar. Capitalização e Saúde Suplementar serão fundamentais para que isso aconteça em um curto prazo”, destacou durante a apresentação do balanço, que aconteceu na sede da CNseg, no Rio de Janeiro.

Marcio Coriolano

O balanço mostrou que o Brasil ocupa a 12ª posição em arrecadação no setor de seguros no mundo. Mas, na América Latina, ninguém está à frente do País. “O setor é muito resiliente e diversificado. Houve um reposicionamento de produtos, como a maior penetração de seguros de vida risco, residencial e garantias judiciais. Além da média de crescimento, é preciso ver também as mudanças entre os ramos. Apesar da crise, somos responsáveis por mais de 47 milhões de beneficiários em planos de assistência médica e por 12 milhões de pessoas que têm planos de previdências coletivos ou individuais”, reforçou o presidente.

Durante a apresentação, Coriolano destacou que o setor de seguros dispõe de ativos para garantir riscos assumidos da ordem de R$ 1,2 trilhão, equivalente a 25% da dívida pública brasileira. O executivo também falou sobre a retomada e a importância do investimento em infraestrutura para o setor. “O seguro garantia de obras é importante. Queremos estimular esse ramo do mercado. Se há um desafio para os próximos anos é criar infraestrutura viária, aeroportuária e qualquer outra que seja. A PL 1292/95 impede que as obras parem na metade. Esse é o nosso gatilho”, animou-se.

O País está na 45ª posição do ranking mundial em consumo per capita, o que está em descompasso com a economia brasileira, a 8ª maior do planeta. “São esses números que mostram que temos uma grande fatia para explorar. Temos 17,1 milhões de veículos segurados, o que representa apenas 30% da frota; além do mais, são 9,9 milhões de residenciais que contem seguro, número que representa apenas 14% domicílios”, exemplificou.

Coriolano também lembrou que avanços regulatórios contribuíram para o cenário positivo do setor. “Susep e ANS promoveram um ambiente mais estável. O avanço dos seguros contra crimes cibernéticos, o novo marco regulatório da capitalização e a discussão da nova metodologia de reajuste são exemplos disso”.

Solange Beatriz, presidente da FenaSaúde, completou dizendo que a nova metodologia de reajuste visa dar maior transparência e segurança, considerando os interesses das operadoras e consumidores. Esse modelo está sendo testado e visa recompor custos, trazendo eficiência. “Já em coparticipação e franquia, há a necessidade de se ter mais liberdade. A previsão de protocolos serve para resguardar esses produtos. Aqueles que se sentirem com o risco adequado poderão escolher produtos dessa prateleiras”, disse.

Segundo o presidente da CNseg, no ano que vem, os agentes devem tomar decisões de consumo e investimentos mais eficientes. “O que alavanca o setor é a produção, emprego e renda. E não pode ser diferente. Já temos melhora na confiança de empresários de setores como o de óleo e gás, por exemplo”. Ele explica que o objetivo da entidade é contribuir com medidas mais concretas, além de acompanhar com mais ênfase o ajuste fiscal e o encaminhamento das reformas previdenciária e tributária.

Análise de mercado

A entidade aprimorou seus mecanismos para fazer levantamentos e estudos sobre o desempenho do setor. A cada trimestre, a CNseg passará a apresentar análises com mais articulação de dados, informações, cenário socioeconômico e seu impacto para o mercado segurador.

“A partir de agora, temos três grandes mantras: profissionalização da gestão, com governanças melhor definidas; educação de seguros, aproximando o setor do consumidor e da sociedade; produção de informações sobre o setor, pois não trazemos conhecimento suficiente para passar a quem não é do ramo”, comemora Coriolano.

A nova Conjuntura CNseg, será publicada através do site da entidade e, além do seu público interno, vai oferecer informações à imprensa, aos organismo públicos, às entidades de pesquisa e desenvolvimentos ligados ao setor. A publicação também divulgará, mensalmente, conforme disponibilidade de dados, a análise restrita ao comportamento dos seguimentos de Seguro de Danos e Responsabilidade, Coberturas de Pessoas, Saúde Suplementar e Capitalização.

Maike Silva
Revista Apólice

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