Ultima atualização 22 de novembro

Somente 42% das empresas oferecem uma jornada de trabalho flexível

Pesquisa da Metlife identifica quais são as tendências para o futuro do mercado de trabalho; Satisfação do funcionário é a chave para o desenvolvimento do negócio

EXCLUSIVO – A força de trabalho multigeracional, a globalização, a mobilidade, a tecnologia e a automatização são fatores que vem alterando o mercado de trabalho como conhecemos hoje. Para entender este cenário, a MetLife preparou o Estudo sobre Tendências de Benefícios para Funcionários no Brasil (EBTS, na sigla em inglês), uma pesquisa que identifica as principais tendências do futuro do trabalho. Publicada pela terceira vez no país, o EBTS mostra que existe um grande apetite entre os empregadores para construir melhores ambientes de trabalho por meio de uma estratégia sólida de benefícios.

Raphael de Carvalho

Em 2013, 89% dos empregadores tinham como foco aumentar a satisfação dos funcionários com o trabalho, em 2017, esse número foi para 99%, segundo o levantamento. “A disputa pela atração e retenção de talentos é cada vez maior, de forma que é natural essa preocupação por parte das empresas”, analisa Raphael de Carvalho, presidente da MetLife Brasil. “Os empregadores apoiam a ideia do bem-estar no ambiente profissional e a maior parte acredita ser responsável pela saúde e bem-estar de seus funcionários. A existência de iniciativas neste sentido contribui para aumentar o índice de satisfação dos profissionais” continua.

O EBTS aponta ainda que é necessário prestar atenção a fatores atuais como a diversidade dos benefícios, considerando os diferentes estilos e estágios de vida das pessoas, e a mobilidade, ao utilizar as novas tecnologias em prol do equilíbrio entre a vida profissional e pessoal dos funcionários. “Para 30% dos funcionários, condições de trabalho flexíveis geram mais motivação. Este percentual é maior entre os jovens, atingindo 34% deles, e não tão relevantes para os funcionários mais velhos, 11%”, exemplifica Carvalho. Ele ainda aponta que fatores como “capacidade de mudar meu horário de trabalho conforme necessário” e “capacidade de trabalhar de casa ou remotamente” são relevantes ao aceitar um novo emprego para 58% dos funcionários.

Jornada flexível 

Apesar disso, no Brasil, somente 42% das empresas oferecem uma jornada de trabalho flexível, segundo o levantamento. As empresas que enxergam isso e conseguem mais rapidamente adaptar seu modelo de trabalho são mais atrativas e têm mais chances de reter seus talentos, conclui o estudo. “Esse movimento é muito facilitado pelas tecnologias que temos hoje à disposição e que não existiam num passado recente”, salienta Carvalho.

O estudo indica que as companhias precisam conhecer bem seu quadro de pessoas para oferecer a eles uma possibilidade maior de flexibilização de seus benefícios para atender às necessidades individuais de cada profissional. “As empresas e funcionários precisam se adaptar à nova realidade do mercado e isso passa pela transformação nas relações entre eles. É um via de mão dupla”, continua o executivo.

Apenas 35% dos profissionais disseram que seus empregadores criam condições adequadas para manter um equilíbrio entre sua vida e o trabalho. O estudo aponta que a opção de trabalhar remotamente é extremamente importante para 58% dos profissionais ao considerarem uma nova vaga de emprego, tornando os empregadores que oferecem o home office muito mais atrativos.

“Existe uma grande oportunidade para as empresas que querem se diferenciar no mercado e desejam melhorar sua imagem como boas empregadoras no Brasil”, diz Carvalho. “As companhias precisam considerar necessidades especiais diversas, aumentar o nível de flexibilidade, implementar políticas de trabalho remoto e benefícios voluntários. Muitas dessas práticas já são adotadas entre outros países da América Latina, como Chile (84%) e México (70%)”.

Carvalho afirma que, para uma empresa se diferenciar das outras em um mercado tão competitivo, há vários aspectos que precisam ser considerados pelas companhias. “As empresas devem reavaliar sua cesta de benefícios tendo em mente que seus funcionários querem apoio para seus objetivos de vida. Para tal, é importante elas ouçam colaboradores, revitalizem a comunicação de benefícios, busquem alternativas para ampliar e adequem a cesta de benefícios ao lado das seguradoras e consultores especializados”, conclui.

Estudo

O EBTS explora questões de benefícios e tendências em evolução em todo o mundo. Com base em mais de uma década de experiência nos EUA, além de 12 mercados adicionais desde 2011, o Estudo fornece novos insights que podem ajudar os empregadores a obter mais de seus investimentos em benefícios, com trabalhadores mais satisfeitos, qualificados e produtivos.

Foram realizadas pesquisas entre mais de 300 empregadores, informando o que oferecem de benefícios aos funcionários, e 500 funcionários, detalhando suas atitudes, opções e práticas atuais. Todos os funcionários pertenciam a um regime de trabalho em tempo integral em empresas com mais de 50 funcionários.

Maike Silva
Revista Apólice

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