Ultima atualização 23 de novembro

Mercado não acompanha a inovação e a conectividade

Não é tecnologia que é a mudança, é a forma como nos comportamos perante a ela. É a primeira vez na história que o cliente sabe mais sobre o produto do que o vendedor
Marcos Machini; Carlos Magnarelli; Patricia Chacon e Luis Rasquilha
Marcos Machini; Carlos Magnarelli; Patricia Chacon e Luis Rasquilha

EXCLUSIVO – A Liberty apresentou a corretores e parceiros o Next5, estudo que mapeou as principais tendências para os próximos cinco anos em diversos setores da economia. Segundo o levantamento, as principais preocupações para os corretores e seguradoras dizem respeito à conectividade e à inovação no setor.

Patricia Chacon

Patricia Chacon, diretora de Marketing e Estratégia da Liberty, disse que o componente mais importante da inovação não é a tecnologia, como muitos pensam, mas as pessoas. “São os profissionais que fazem a inovação para outros. Acredito que se todos os funcionários conseguissem dar ideias nas seguradoras, teríamos soluções melhores e mais inovadoras”. Ela conta ainda que a diversidade também é importante para que haja inovação. “Onde são respeitadas as diferenças, há mudança e disrupção, pois é isso que nos permite sair do comum”.

Marcos Machini, responsável pela Área Comercial da Liberty, disse quem a inovação pode significar sustos para o corretor. “O que vai acontecer com esses profissionais nesse cenário?”, perguntou. Ele ressaltou que a tecnologia deve ser vista como uma ferramenta de trabalho. “Os novos meios permitem que os corretores possam executar as coisas sem a participação da seguradora. Tudo que esse profissional puder fazer sozinho ele deve fazer. Ele não precisa mais esperar resposta da empresa para nada”.

Marcos Machini

O executivo contou que a Liberty fez uma mudança no atendimento comercial. “Inauguramos uma unidade do Núcleo de Negócios. Lá, segmentamos para atender melhor. Observamos que corretores que tinham menos volume de negócios ficavam para trás, pois um só gestor, que cuidava de 50 ou 60 profissionais, acabava dando mais atenção aos corretores que tinham mais clientes”, explicou. “E isso não acontecia por uma seleção. Era natural”.

“A Tecnologia é a chave. Devemos pensar em proteção de dados e ferramentas de cotação. Mas sem abrir mão da relação corretor-seguradora”, continuou Machini. “Até pouco tempo o mercado não gostava do multicálculo, porque um corretor usava o sistema para cotar com 10 seguradoras diferentes. Mas isso já passou. Não temos mais dúvidas. Estamos trazendo robôs para dentro da companhia para que esse cálculo seja ainda mais fidedigno. Devemos trabalhar em conjunto”, completou.

Luis Rasquilha

Luis Rasquilha, CEO da Inova Consulting, pontuou que as seguradoras e os corretores ainda não estão acompanhando as mudanças que o mercado impõe e sugere. “Quando falamos de futuro, falamos de velocidade e tecnologia. O mundo anda mais rápido. Precisamos incorporar novos mindsets. Nós dirigimos um carro e passamos 90% do tempo olhando para frente e 10%, para o retrovisor. Nas empresas, olhamos muito mais para o lado. Procuramos fazer mais barato, e não o melhor ou o novo”, opinou.

O executivo mostrou ainda que, em 2007, os Estados unidos e a Europa dominavam a transformação. A partir daí, os smartphones fizeram as coisas mudarem. “O mundo com iPhone me permite ir ao médico via WhatsApp e ir ao mercado por aplicativo. Está tudo muito mais horizontal. É comum eu conversar com o colega de empresa, que senta do meu lado, por e-mail”, disse Rasquilha. “Não é tecnologia que é a mudança, é a forma como nos comportamos perante a ela. É a primeira vez na história que o cliente sabe mais sobre o seguro do que o vendedor”.

Alerta para as seguradoras

De acordo com Rasquilha, a previsão é que, entre 2022 e 2025, o mundo inteiro já esteja conectado à internet. Para ele, as seguradoras devem ter noção de que isso vai mudar o comportamento dos consumidores. “Hoje, metade da população se encontra nessa situação. O conhecimento humano dobrava a cada 100 anos em 1900; em 1946, a cada 25 anos; em 2014, a cada 13 meses; em 2020, isso pode acontecer a cada 12 horas. A forma como pensamos vai mudar. O consumidor será outro”, afirmou o executivo. “Temos uma resistência a essa mudança. Isso é perigoso. ‘Time que está ganhando não se mexe’, muitas empresas pensam assim e ficam para trás. Por quê quem está no mercado deixará que a mudança seja feita por um novo entrante?”, concluiu.

O seguro auto vai acabar?

Machini fez mais uma projeção para o mercado e salientou um produto em especial: o auto. “Baixamos, em média 8%, o preço do seguro de automóveis nos últimos dois meses. No Brasil, só 30% da frota é segurada, além disso, sabemos que as habilitações emitidas caíram nos últimos três anos”, começou. “O risco caiu e o preço deve cair junto”, terminou.

“O que muda o mercado é a conectividade. Não dá mais para esperar que um cliente indique outro. 70% dos veículos não são segurados. Devemos focar nessa frota. Além disso, os corretores terão que ofertar outros produtos para o mesmo cliente. Ao mesmo tempo que o mercado pode ser pressionado, há a possibilidade de se buscar uma fatia que pode ser provocada através da conectividade”, concluiu.

Maike Silva
Revista Apólice

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