Ultima atualização 07 de novembro

Cidades inteligentes abrem novas oportunidades para setor de seguros

Cidades inteligentes são lugares onde tudo parece conspirar para fazer a sua vida melhor; Setor de seguros precisa participar ativamente deste processo
Renato de Castro
Renato de Castro

EXCLUSIVO – A transformação das metrópoles em cidades inteligentes é uma realidade que vai tomando forma aos poucos. Renato de Castro, especialista deste tema da SmartUp, vê com entusiasmo as mudanças e afirmou que o mercado de seguros será um dos setores mais impactados por esta atualização. Sua palestra aconteceu no 12º Insurance Service Meeting, promovido pela CNseg, em São Paulo.

A 4ª Revolução Industrial será a mais importante de todos os tempos. Tudo pode ser visto como uma nova oportunidade de negócios, segundo o especialista. Para isso, ele apresentou alguns dados. Em 2030, 70% de toda a população mundial estará em zonas urbanas. O que para os brasileiros pode não ser nenhuma novidade, mas, para lugares como a Índia e China, este é um grande problema. Neste caso específico, a Organização das Nações Unidas (ONU) nem fala mais em Cidade Inteligente, mas em Vila Inteligente, que mantém o cidadão onde ele está.

O aspecto de maior impacto nas cidades inteligentes é o de mobilidade urbana, pois 25% da poluição do mundo é causada por veículos automotores. A poluição causa 100 milhões de ausências laborais por ano e 400 mil morte por ano. “Estamos falando de um meio de transporte ineficiente, mas que ainda é responsável pelas maiores carteiras de seguro. Em 10 anos, o seguro de automóvel deve sofrer queda e pode até desaparecer da forma o conhecemos”, advertiu.

Para ele, haverá como surgimento dos carros autônomos chega também a discussão de como será o seguro de Responsabilidade Civil em caso de acidentes. “O responsável é o programador do veículo, a empresa que construiu o carro, a empresa que opera o veículo, o gestor da cidade que não fornece iluminação suficiente nas ruas?

“Mobilidade será o primeiro grande impacto, mas a saúde é que nos mata”, advertiu. 95% das pessoas sofrem de algum tipo de doença, segundo o Lanced, Word Health Organization. O desafio será predizer o que as pessoas podem sofrer de acordo com as informações disponíveis, seja em dispositivos wearables ou em mídias sociais.

O que mata nosso futuro é a educação. Segundo a Unesco, 64 milhões de crianças estavam fora das escolas em 2017. “A tecnologia pode ser o grande fator para mudar esta realidade”, comemorou Castro.

Ele explicou que cinco pilares guiam os princípios das cidades inteligentes: gestão inteligente, orientação da gestão para o cidadão; valorização da qualidade de vida; nova economia (criativa, compartilhada e colaborativa); e resiliência.

As cidades inteligentes devem abarcar vários indicadores tecnológicos, como blockchain, internet das coisas e inteligência artificial. O desafio, segundo Castro, é resolver a dicotomia inclusão digital x exclusão social. Para isso, além de democratizar o acesso à tecnologia será preciso normatizar a forma como ela será utilizada. “A internet das coisas já é chamada de ‘internet de tudo’, numa clara alusão de que em breve a conexão será massiva. Nos próximos três anos, teremos mais de 50 bilhões de conexões”, antecipou Castro, acrescentando que em cada uma das possibilidades de interação abre-se um novo leque de oportunidades para o mercado de seguros, principalmente, novamente, no campo da responsabilidade civil.

As seguradoras vão se tornar empresas de hardware. Elas serão as responsáveis por fornecer os sensores vestíveis que tornaram o seguro customizado para as pessoas. O desafio será tornar os riscos acessíveis para as pessoas que mais precisam dele, para aquelas cujos riscos são altos.

O mais importante será harmonizar a análise crua dos riscos da sociedade do ponto de vista de comunicação, pois a imagem do setor poderá ser sensivelmente afetada. A grande sacada da tecnologia não é precificar o risco, mas predizer os sinistros que podem acontecer.

O que pode mudar no mercado de seguros?

  1. Foco no consumidor, com a criação de experiências para ele, através de sensores vestíveis, monitoramento de redes sociais;
  2. Simplicidade: todo o processo deve ser dirigido para isso. O cliente deve ser capaz de emitir o seguro e receber a indenização de forma eletrônica;
  3. Parceria: uma nova era de fusões e aquisições e muito investimento em startups e spinoffs;
  4. Predição, para diminuir os riscos e atuar ativamente na prevenção dos sinistros. Evitar que o sinistro aconteça.

Kelly Lubiato
Revista Apólice

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