Ultima atualização 20 de setembro

A origem do seguro no Brasil

De 1808 até os dias atuais, veja o que mudou e como o setor de seguros irá se transformar nos próximos anos no Brasil

Fenacor 50 anos – A atividade seguradora no Brasil teve sua origem com a abertura dos portos ao comércio internacional em 1808 e, no mesmo período, entrou em operação a primeira sociedade seguradora do País com ênfase no seguro marítimo, regulada pelas leis portuguesas até 1850 quando o Código Comercial Brasileiro foi criado, atraindo outras companhias seguradoras e oportunizando a comercialização de outros tipos de seguros, dentre eles o seguro terrestre. Este foi o primeiro passo desta trajetória nacional.

Saimon Willian Zanini

Já no final do século XIX, o crescimento do mercado segurador brasileiro demonstrava-se satisfatório, principalmente em virtude da criação do Código Comercial Brasileiro e da operação no País das companhias seguradoras estrangeiras, que puderam compartilhar e pulverizar no mercado brasileiro suas experiências já aplicadas em seus países de origem.

Nas primeiras décadas do século XX,haviam relatos e discussões sobre a regulamentação da profissão de corretor de seguros, já que estas operações em contratos eram feitas diretamente entre funcionários das companhias seguradoras e seus clientes e com o surgimento dos sindicatos houve o fortalecimento da categoria.

Os sindicatos, de modo geral, têm a função de defender os interesses de seus associados, e, tratando-se do corretor de seguros, têm a função de defender principalmente os interesses econômicos de corretagem, oferecendo cursos de aperfeiçoamento que possam diretamente contribuir com o crescimento sólido e objetivo da categoria. Acima destes está a Fenacor.

Somente em 1964 a lei que regula a profissão de corretor de seguros foi criada. Esta conquista foi importante para os profissionais da área, pois, a partir desta data, houve o impedimento dos funcionários das seguradoras a operarem como corretores. Para que as transações contratuais fossem feitas entre seguradoras e clientes seria necessária a intervenção do profissional devidamente habilitado pelo órgão competente, na época o Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização – atualmente Susep.  Desde então, o corretor de seguros tem o papel fundamental de desenvolvimento de um país.

O corretor de seguros

O corretor de seguros tem papel importante na sociedade, além de possuir capacidade técnica para o exercício da profissão, ele presta serviço de consultoria para o cliente na hora da escolha do produto e contribui com o desenvolvimento sólido da comunidade. Podemos levantar as seguintes situações em que o corretor está presente:

  • Consultoria, buscando qual será a melhor escolha e custo-benefício;
  • Analista de risco, procurando identificar os principais existentes em determinados segmentos de atividades ou até mesmos riscos pessoais que possam ocorrer em determinado período;
  • Zelar pelo contrato de seguro existente observando os prazos do contrato e possíveis mudanças de atitudes ou riscos decorrentes de agentes internos ou externos que possam afetar direta ou indiretamente as cláusulas contratuais vigentes assim como em caso de sinistro proceder com medidas necessárias para o mais breve ressarcimento dos danos ocorridos;
  • Período de renovação do seguro, comunicando e renovando a apólice do seguro esclarecendo as condições gerais contratuais entre o segurado e seguradora.

Apesar do seu enorme esforço em oferecer produtos de proteção adequados para cada segmento de atividade ou necessidades em particular do cidadão, no Brasil, segundo a CNseg, o seguro mais procurado é o automotivo, porem 70% da frota de veículos nacional circulam sem cobertura, e 90% dos veículos novos que saem das concessionárias estão segurados, mas, ao passar do tempo, este índice cai na medida que o veículo deprecia.

A informalidade

Os corretores, há algum tempo, deparam-se com a pratica irregular do seguro veicular praticado por grupos de pessoas, popularmente conhecidos e identificados como as associações de proteção veicular, operando irregulares no Brasil, porém, a partir de maio de 2018, estas associações podem ser regularizadas desde que atendam às exigências da Susep e recolham os mesmos impostos das companhias seguradoras, fato este que não está ocorrendo.

Em 2011 a Susep iniciou o combate a estas associações irregulares sendo identificadas 300 em atividade no período. Quem compra este tipo de proteção alega que o seguro veicular tradicional das companhias seguradoras é muito caro e muitas vezes acabam sendo lesados ao precisarem utilizar o seguro, adquirido em associações.

De maneira geral e exclusiva, os sindicatos estimulam e defendem a comercialização de seguros diretamente entre corretor e segurado, entretanto nos deparamos com vários agentes comercializando os produtos em determinados locais, como se vender seguros fosse simples como tirar um pedido. A falta de preparo destes profissionais contribui diretamente no desempenho do desenvolvimento do mercado segurador brasileiro.

As tendências do mercado e o “novo corretor”

As tecnologias de mercado existentes mudaram completamente as ações praticadas no segmento de corretagem de seguros, podemos até afirmar que esta mudança as vezes causa um certo “medo”, mas certamente não conseguimos frear o desenvolvimento tecnológico. Sendo assim, o melhor que podemos fazer é nos aperfeiçoar.

O profissional de seguros estava acostumado a trabalhar com papeis, protocolar relatórios diretamente nas sucursais das seguradoras para validar os contratos de seguros, mas, em um curto período, isto foi extinto. As companhias seguradoras sistematizaram seus processos e com o auxílio das tecnologias reduziram a possibilidade de erros sem excluir a essência do negócio. Outra tendência é a retirada gradativa de apólices impressas do mercado e a implantação dos contratos digitais, facilitando o acesso do cliente online. As vistorias estão sendo dispensadas ou quando solicitadas o próprio corretor ou até mesmo o segurado através de um link disponibilizado podem fazê-las com muita facilidade e praticidade.

A companhia Liberty Seguros publicou em 2017 uma matéria focando nas quatro principais tendências do mercado segurador. Segundo eles:

  • Em virtude da crise econômica, os jovens estão voltados para criação de suas próprias startups deixando de lado o foco de seguir carreiras em grandes empresas por não se identificarem com a visão destas companhias;
  • A preocupação com o crescimento profissional e a busca por melhor qualidade de vida, causa um retardamento no processo familiar, fazendo com que as pessoas demorem mais para ter filhos ou até mesmo optarem por não ter, com isso os animais de estimação, mais precisamente cães e gatos, tornam-se membros da família;
  • A conectividade facilita a vida das pessoas trazendo o acesso a informação de maneira pratica e objetiva. Este processo ajuda na escolha dos produtos ou serviços, isso pode fazer com que os consumidores passem a priorizar a experiência ao invés de um simples serviço;
  • A mudança do setor automobilístico é outro influenciador na transformação do tradicional mercado. Até 2020, 98% de todos os carros produzidos no mundo terão conexão com a internet. Este é um salto importante que pode também influenciar no valor dos seguros, pois caso um veículo seja furtado ou roubado o rastreamento facilita a recuperação do mesmo, além de veículos sendo fabricados com sensores que percebem as alterações físicas do motorista alertando de maneira que possa ser evitado um acidente.

Sobre o autor

Saimon Willian Zanini é corretor da Villa Brasil Corretora de Seguros

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