Ultima atualização 03 de agosto

Fusões e aquisições têm queda de 19,2% em julho

Mês fecha com 67 transações. No ano, Brasil tem crescimento de 7,45% no total investido, R$ 106 bilhões

O segundo semestre de 2018 inicia com o mercado brasileiro de fusões e aquisições em queda. Segundo o relatório mensal da Transactional Track Record (TTR), realizado em parceria com LexisNexis e TozziniFreire Advogados, o número de operações registradas no mês de julho, 67, sofreu queda de 19,3% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registradas 83. Os números desse mês também ficam abaixo do que foi registrado em julho de 2016, quando foram anunciadas 91 transações. Das operações anunciadas no mês, 26 tiveram seus valores revelados, somando R$ 5,5 bilhões, recuo de 57,5% em relação ao mesmo mês no ano anterior.

No ano, o TTR já registrou 567 anúncios de compra e venda de participação envolvendo empresas brasileiras, queda de 6,1% ante o mesmo período de 2017. Destas, 231 tiveram seus valores divulgados, somando R$ 106 bilhões, crescimento de 7,4% sobre os números do ano passado.

O segmento de Tecnologia continua sendo aquele com o maior número de fusões e aquisições desde janeiro, 123 operações, alta de 29% sobre o ano anterior. Na sequência, aparecem os setores Financeiro e Seguros, com 76 operações, e Saúde, Higiene e Estética, 60, alta de 19% e 11%, respectivamente. Já o segmento Distribuição e Varejo, 48 deals, apresenta retração de 31% no ano.

Operações cross-border

No âmbito cross-border inbound, em que companhias estrangeiras investiram em empresas baseadas no Brasil, foram contabilizadas 113 operações de aquisição de empresas brasileiras desde janeiro. Os Estados Unidos seguem como o principal investidor estrangeiro no mercado nacional. Desde o início de 2018, as empresas norte-americanas já realizaram 41 aquisições, acumulando o total de R$ 4,4 bilhões investidos no país. Em termos de valores aportados, o Japão aparece na sequência, totalizando mais de R$ 3,7 bilhões, seguido pela Suíça, com total investido de R$ 3,3 bilhões.

As aquisições estrangeiras nos subsetores de Tecnologia e Internet permanecem como as mais atrativas para os investidores internacionais, com crescimento de 21%, num total de 34 operações.

Já as empresas brasileiras participaram de 22 transações no mercado externo, tendo como alvo prioritário a América Latina, onde foram realizadas 12 dessas aquisições, que juntas somam R$ 1,3 bilhões aportados.

Private Equity e Venture Capital

Em 2018, o investimento estrangeiro em empresas brasileiras segue em destaque também nos cenários de private equity e venture capital. Foram contabilizadas 43 operações envolvendo investimentos de fundos estrangeiros em empresas nacionais, crescimento de 38,71% em comparação ao mesmo período de 2017.

Esses aportes estrangeiros tiveram forte influência no volume financeiro das operações de venture capital registradas pelo TTR desde janeiro. Nessa modalidade de investimentos, foram registradas 118 operações desde o início do ano, 8% acima do reportado no mesmo intervalo do ano anterior. As 74 transações que tiveram seus valores revelados somaram R$ 2,4 bilhões. Os fundos de venture capital tiveram como alvos preferidos os segmentos Tecnologia, 66 operações no ano, Financeiro e Seguros, 23, Internet, 17, e Saúde, Higiene e Estética, com 10.

Em julho, entretanto, o total aportado, 493,8 milhões de reais, ficou 19% abaixo daquele resgistrado no ano anterior, enquanto o número de transações fechou o mês com crescimento de 8%, chegando a 14 operações.

Já no panorama dos investimentos de private equity, 2018 continua em baixa. No apanhado do ano, queda de 11% no total de transações registradas, 41, encerrando o período com R$ 6,2 bilhões investidos, 53% de retração na comparação com o ano anterior.

Transação TTR do Mês

A conclusão da entrada do fundo de investimentos Archy, subsidiária do GIC Special Investments (fundo soberano de Cingapura), como acionista minoritário com 25% no capital social na Algar Telecom foi eleita a transação do mês pelo TTR. O valor da operação foi de R$ 1 bilhão.

A Archy subscreveu a um aumento de capital da Algar Telecom no valor de R$ 352 milhões e adquiriu 48.370.901 ações da Algar Ventures por R$ 648 milhões.

O GIC recebeu assessoria legal na transação do Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados, enquanto a Algar Telecom foi assessorada por Jones Day US (Global) e Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados. A assessoria financeira foi dos bancos Bradesco BBI e BTG Pactual

Rankings Financeiros e Jurídicos

Os rankings de assessores financeiros por número de operações e valor de transações são liderados pelo Itaú BBA, que participou de 16 transações que somaram R$ 52,1 bilhões. No quesito valor, a Riza Capital aparece na segunda posição, R$ 42,7 bilhões, seguida por Morgan Stanley, com R$ 40,4 bilhões.

O líder entre os assessores jurídicos é o escritório Barbosa, Müssnich, Aragão, com R$ 52,7 bilhões, seguido por Cescon, Barrieu Flesch & Barreto Advogados, R$ 47,9 bilhões, e Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, com R$ 46,8 bilhões. O Ranking por número de operações é liderado pele escritório Demarest Advogados, com 29 deals assessorados.

M.S.
Revista Apólice

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