Ultima atualização 16 de março

Seguro de crédito precisa ser explorado pelo mercado brasileiro

Rodrigo Jimenez, CEO da Euler Hermes no Brasil, afirma que o país conta com poucos profissionais especializados para vender o produto

No Brasil, aproximadamente 80% das transações entre empresas são feitas a prazo. E grande parte das insolvências dessas companhias está na falta de capital para pagamento das responsabilidades. Contudo, há uma ferramenta capaz de maximizar a rentabilidade das corporações sem necessariamente cortar custos: o seguro de crédito, utilizado principalmente pelo setor varejista – 30% da exposição do produto se encontra neste segmento.

Apesar disso, o Brasil se mostra incipiente no assunto. Por aqui, o hábito da contratação é praticamente inexistente, ainda que este seja um instrumento mais barato do que as demais garantias. Para se ter ideia, enquanto o mercado de seguro garantia arrecada mais de R$ 2 bilhões, o de seguro de crédito soma apenas R$ 300 milhões.

“Há uma diferença muito grande de tamanho e de potencial”, pontuou Rodrigo Jimenez (foto), CEO da Euler Hermes no Brasil, em conversa com jornalistas na última quarta-feira (14). Isso acontece porque a ferramenta é pouco divulgada para o setor e também para os corretores de seguros. “Temos no Brasil poucos profissionais especializados que sabem efetivamente vender o produto”, disse. “As seguradoras pecam em não explicar o seguro de crédito da maneira correta, deixando de desenvolver o canal corretor. Este tipo de proteção é rebuscada, sua contratação é longa e a negociação é muito mais técnica que emocional”.

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Por tudo isso, o desafio, além de focar na divulgação, é facilitar o acesso das empresas à solução. A Euler Hermes fez a lição de casa: olhou para seus processos internos e investiu na digitalização de sinistros para deixar a empresa mais “leve”.

Lançamento de produtos

A empresa deve apresentar duas novidades para o segmento de seguro de crédito ainda este ano. O primeiro produto, Corporate Advantage, traz uma nova perspectiva para o mercado nacional, simplificando e modernizando as apólices, além de oferecer com 30 dias para reorganização financeira das empresas. O segundo, Euler Duo, já presente nos Estados Unidos e no Canadá, é voltado para grandes empresas com departamento e gerenciamento de risco e trabalha com apólices não canceláveis.

Novas linhas de negócios

A Euler Hermes enxergou uma oportunidade de expandir a estrutura interna de crédito para outras linhas de negócios e, em agosto de 2017, deu início às operações no mercado de seguro garantia. Em apenas quatro meses de atuação, registrou uma produção de mais de R$ 15 milhões e entrou para o Top 20 das seguradoras brasileiras que atuam no segmento. “Estamos focando em grandes empresas, com patrimônio líquido acima de R$ 350 milhões, então já é um corte alto”, afirmou a superintendente de seguro garantia, Thelma Corrêa, que enxerga com otimismo as possíveis mudanças no seguro garantia, discutidas na Câmara dos Deputados.

“Há uma discussão muito forte em relação à parte de infraestrutura. Acho positivo, porque existem melhorias no produto que precisam ser feitas. Mas o seguro garantia não vai resolver os problemas de corrupção no país. Nenhum seguro vai. Ele vai ajudar nas margens, ajudar o governo a ter uma segurança a mais em relação aos projetos que estão sendo construídos”, pontuou. “O aumento de importância segurada é muito importante, pois 10% de um projeto não cobre nada. Mas também não precisamos chegar num extremo como acontece em algumas discussões, que querem que 100% dos projetos sejam segurados”, argumentou.

Lívia Sousa
Revista Apólice

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