Ultima atualização 09 de março

Mulheres representam 57% do setor de seguros brasileiro

Entre 2000 e 2012, a participação delas no mercado cresceu 8%. Em contrapartida, homens representam mais do que o dobro dos cargos de liderança

mulher

ATUALIZADO EM 09/03/2018, ÀS 11H18

Dia Internacional da Mulher – As mulheres representam 51,6% da população brasileira. De acordo com o levantamento Balanço Social, divulgado pela CNseg em 2012, a participação delas no mercado securitário foi de 49% para 57% entre 2000 e 2012.

Apesar disso, um estudo realizado pela Escola Nacional de Seguros, em 2016, revelou que as mulheres, mesmo representando maioria no setor segurador, têm, muitas vezes, menos possibilidade de assumir um cargo de liderança em uma seguradora. Os dados revelam que um homem tem 3,5 vezes mais chances de ser um executivo na empresa. Além disso, o levantamento aponta que homens têm duas vezes mais chances de ser um gerente na seguradora.

Maria Helena Monteiro, diretora da Escola Nacional de Seguros, ressalta os fatores que influenciam na sobreposição dos homens em cargos mais altos. “As mulheres têm mais limitações por causa do serviço doméstico. A jornada desse tipo de serviço é mais do que o dobro do que a do homem. Apesar de ter um grau de instrução mais avançado, a mulher divide mais do que o homem a vida pessoal e profissional, mas vamos reverter isso”, diz a diretora.

Simone Martins
Simone Martins

Já a a segunda vice-presidente do Sincor-SP, Simone Martins, vê a questão com mais cautela. “Quando falamos em cargos maiores, vemos o problema. Até conseguimos competir em cargos mais baixos, mas a ascensão dentro das organizações não acontece. São poucas as mulheres chefiando as grandes seguradoras”, declara.

Maior poder aquisitivo

Um levantamento do SheForShield de 2017, Insure Women to Protect All, revelou que, no mundo, os prêmios de seguros voltados para as mulheres somaram US$ 770 bilhões em 2013. A expectativa é que esse valor dobre até 2030.  Segundo um estudo de 2013 do Data Popular, isso é também sustentado pelo crescimento do poder aquisitivo do gênero. O levantamento constatou que houve um crescimento da renda feminina nos últimos anos. Enquanto, as mulheres registraram uma elevação de 25,6% de 2008 a 2013, os homens apresentaram uma expansão de apenas 15,1%.

Um texto de Sergei Soares e Rejane Izaki, mostrou que, no Brasil, em 1977 apenas 39% das mulheres estavam regularmente empregadas, já em 2001, o número cresceu para 58%. Porém, esse aumento ficou estagnado durante 13 anos. Em 2014, de acordo com dados do IBGE, 57% das mulheres estavam no mercado de trabalho.

“Acredito que haja machismo em alguns casos, pois mulher, em média, tem uma grau de instrução maior do que o homem. Nós, mulheres, atingimos um grau de maturação, mas, ainda não temos o devido espaço no mercado. Isso acaba transcendendo o setor segurador e se espalhando. Até há uma melhora, entretanto, ainda caminhamos devagar”, continua Martins.

A vice-presidente do Sincor-SP ainda ressaltou que a entidade, ao contrário de outros anos, quando fazia eventos especiais para o Dia da Mulher apenas na base de São Paulo, agora vai migrar para outras áreas do estado. “Queremos reforçar nossa luta. Esse ano, vamos rodar o interior. Serão 30 regionais visitadas. Entre cafés, almoços e jantares, faremos homenagens às mulheres”, completa.

Perspectiva de mercado

O site Insurance Information Institute fez um levantamento sobre a inserção delas no mercado de seguros e resseguros norte-americano. Em 2015, havia cerca de 2,6 milhões de profissionais atuando no setor. 60% desse número é preenchido por mulheres. Se consideradas áreas específicas como regulação de sinistros ou trabalhos de processamento de apólices, o valor pode chegar a 80% desse mercado.

No Brasil, foi feita uma pesquisa da Escola Nacional de Seguros, entre maio de junho de 2016, com 18 empresas diferentes, que representam de 80% a 90% do mercado nacional, somando 27 mil funcionários. O estudo mostra que em 2012 a cada 10 executivos, 2 eram mulheres, em 2015 para cada são 10, são 3 mulheres. É um aumento pequeno, mas já é um dado positivo que pode trazer perspectivas boas para o futuro. “Mulheres estão cada vez mais chefiando famílias. Têm, hoje, maior poder aquisitivo. Tenho uma perspectiva positiva para um futuro próximo”, declara Monteiro. “Homens que se cuidem!”, brinca.

 

Maike Silva
Revista Apólice

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