Ultima atualização 25 de outubro

Executivos têm baixa confiança em controles anticorrupção

97% das companhias entrevistadas em estudo reportaram problemas com cadeia produtiva no último ano, mas só 26% monitoram todos os parceiros

fraudes

A confiança das empresas em seus próprios controles anticorrupção é pequena no Brasil, em particular sobre parceiros da cadeia produtiva própria e dos de alvos de aquisição. Essa é uma das conclusões do Anti-Bribery and Corruption Benchmarking Survey (ABC Report), estudo anual da consultoria Kroll.

Realizado em parceria com o Instituto Ethisphere, o trabalho é produzido a partir de entrevistas com executivos de nível sênior de diferentes setores da economia que lideram ou estão envolvidos diretamente com compliance, combate à corrupção e ética empresarial.

Na edição deste ano, 158 profissionais brasileiros participaram, sendo 87 representantes de companhias públicas, 61 de empresas privadas e 10 de organizações sem fins lucrativos. A maior parte da amostra (29%) é de empresas com receita média entre R$ 5 bi a R$ 25 bi.

Conforme os resultados, o maior desconforto diz respeito a terceiros. Um a cada três respondentes (33%) afirma não confiar na habilidade de sua empresa em identificar potenciais violações a leis anticorrupção por pessoas ou entidades com quem mantém negócios.

A percepção se justifica. Na maioria dos casos (21%), há relação comercial com 5 a 25 mil terceiros anualmente e 97% dos entrevistados reportaram pelo menos um problema com eles no último ano.

“Isso evidencia que soluções preventivas, como due diligence anticorrupção e investigações na cadeia produtiva, precisam evoluir no país”, afirma Fernanda Barroso, diretora geral da operação brasileira da Kroll.

Também baixa é a crença na descoberta de ilícitos envolvendo parceiros de empresas alvo no mercado. Cerca de um a cada cinco participantes não acredita na eficácia da verificação pré-aquisição feita, fato ainda mais preocupante porque 73% das companhias representadas realizaram operação de M&A ou investimentos no último ano.

Segundo Barroso, a desconfiança pode ser explicada por diferenças de rigor na coleta de informações de terceiros. “Em geral, as empresas dedicam alguma atenção, embora insuficiente, na revisão de sua cadeia produtiva, mas muito pouca ou nenhuma na de potenciais objetos de investimento”, explica a executiva.

De acordo com os entrevistados, a observância de direitos humanos e condições de trabalho, por exemplo, estão entre as informações coletadas em 23% das revisões de seus próprios parceiros, mas apenas em 7% das que envolvem terceiros de empresas alvo de aquisição.

tabela Kroll

Auditorias e monitoramento permanente são os principais meios de elucidação de questões na cadeia de produção, com 51% e 47% das indicações, respectivamente, mas só 26% dizem acompanhar sistematicamente todos os parceiros. A maioria (52%) prioriza aqueles de maior risco.

Os principais temores dos entrevistados brasileiros são com problemas reputacionais e com questões como o pagamento de propina. “O compromisso de estabelecer e apoiar esforços contra suborno e corrupção é uma das melhores maneiras para uma empresa proteger-se contra danos reputacionais. Isso não só protege as organizações, mas também a integridade dos negócios globais”, comenta Fernanda.

L.S.
Revista Apólice

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