Ultima atualização 12 de abril

Lideranças debatem problemas da saúde suplementar

A elevação da taxa de sinistralidade vem preocupando o setor de saúde suplementar, m especial as entidades representativas das operadoras de planos

Seminarios Unidas saúde suplementar

A elevação da taxa de sinistralidade, ou seja, a relação entre as despesas assistenciais sobre as receitas de uma operadora,  vem preocupando o setor de saúde suplementar, em especial as entidades representativas das operadoras de planos.

A sinistralidade da saúde atingiu 84,4% no terceiro semestre de 2016 apenas com a assistência médica. Essa foi uma das discussões da mesa redonda “Controle da Sinistralidade na Saúde Suplementar”, realizada no 8º Seminário Unidas, nos dias 10/04 e 11/04, em Brasília(DF).
Participaram do debate, Sandro Leal, superintendente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde); Reinaldo Scheibe, presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde  (Abramge); Alberto Gugelmin Neto, diretor e vice-presidente da Unimed do Brasil; e Ricardo Ayache, diretor técnico da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas).

 

Na avaliação do superintendente da FenaSaúde, o crescimento elevado das despesas assistenciais vem desafiando o setor a manter o equilíbrio econômico dos contratos e a solvência das operadoras e do próprio sistema de saúde suplementar. Pelos estudos da federação, nos últimos dez anos, o resultado consolidado do setor foi positivo em  apenas quatro anos. Essa realidade demonstra um reflexo de uma dinâmica de custos que cresce acima das receitas.

A despesa assistencial per capita, pelos cálculos da entidade, cresceu 138,3% de 2008 a 2016. Neste mesmo período, a inflação medida pelo IPCA foi de 65,8%; o reajuste autorizado pela ANS para os planos individuais foi de 104,2% acumulados no período. “Isto mostra o descompasso entre a capacidade de pagamento das pessoas com o ritmo de crescimento dos custos da assistência à saúde”, afirma Leal. “É fundamental equacionar os fatores que causam esse crescimento excessivo dos custos. Dentre eles está a incorporação de tecnologias sem custo-efetividade comprovada, abusos e fraudes no uso de OPME e desperdícios em geral que são observados ao longo de toda a cadeia produtiva”, argumentou.

Regulação da saúde suplementar

Sandro Leal também alertou que a regulação está voltada apenas para as operadoras, não alcançando o prestador de serviços médicos; nem a indústria de materiais e equipamentos. “A regulação veio corrigir falhas de mercado e fornecer informação ao beneficiário. Mas o que vemos hoje é um excesso de regulação ou microrregulação, que impacta o operacional das empresas e desestimula o oferecimento de novos produtos. Para se corrigir falhas de mercado muitas vezes se criam falhas de regulação. Um exemplo é o que ocorreu nos planos individuais cujo reajuste recorrente levou o mercado para os planos coletivos”, esclareceu o superintendente da Federação.

 

Leal defendeu a importância da precificação e da manutenção da solvência em um período de sinistralidade crescente. Para fechar as contas, as empresas estão investindo em tecnologias da informação que contribuam para a maior previsibilidade do risco como o big data e os modelos preditivos. As regras prudenciais também contribuem pela valoração dos ativos garantidores das provisões técnicas. Outras operadoras apostam na verticalização da atividade; compras diretas; e  ações de prevenção das doenças e promoção da saúde como medidas de controle dos custos assistenciais. “Mas é preciso ir além. Com novos modelos de remuneração e novos produtos que ajudem no compartilhamento do risco como coparticipação e franquia. Isso tornará o consumidor um agente mais atuante e consciente na saúde suplementar”, concluiu.

 
O 8º Seminário da Unidas reuniu dirigentes de operadoras de saúde, gestores, executivos de instituições públicas e privadas, representantes de sociedades de classe, médicos, enfermeiros, acadêmicos, formadores de opinião e prestadores de serviço. Objetivo foi debater e definir estratégias para melhorar a viabilidade econômica da saúde suplementar a curto, médio e longo prazos.

A.C.
Revista Apólice

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