Ultima atualização 09 de fevereiro

Um olhar para o futuro do seguro

Artigo sobre o futuro dos seguros por Maria Ferrante-Schepis, vice-presidente executiva de seguros e serviços financeiros na Maddock Douglas

futuro

Há uma energia crescente de tentativas de prever o futuro da indústria de seguros. Boa parte dessa energia é direcionada para o uso de tecnologia e para a visão sobre o que é possível fazer quando novas soluções são aplicadas às ações cotidianas de gerenciamento de riscos.

Eu estou mais interessada em como lidaremos com os riscos futuramente, e sobre como isso chegará a ser o propósito dessa indústria.

Mesmo quando se olha para essas startups atentas às disrupturas de mercado ou se propondo a reinventar o seguro para entregar a máxima experiência ao cliente, ainda estamos entregando uma apólice: garantia de dinheiro para substituir um perda financeira causada por um evento aleatório.

Então, como poderá ser esse futuro? Aqui estão alguns possíveis cenários para responder a essa pergunta:

Encontre riscos novos, emergentes

Há riscos grandes e pequenos. A perda de uma vida, da saúde ou da casa é uma catástrofe financeira para a maioria das pessoas, e a indústria do seguro está muito focada nesses riscos há décadas ou talvez séculos. Riscos menores, como perda ou roubo de um aparelho celular ou ainda um cartão de crédito, não são tão catastróficos; no entanto, causam um aborrecimento que pode ser amenizado pela seguradora. E, finalmente, há os novos, os riscos emergentes aos quais a indústria deve ficar atenta, como é o caso dos riscos cibernéticos e da longevidade.

Previsão e prevenção de risco

Há também uma escola de pensamento que sugere que a indústria do seguro deveria entrar em espaços de previsão, antecipação e, assim, ser capaz de prevenir certos riscos. Os dados são cruciais para a subscrição de todos os tipos de seguros e são tradicionalmente usados para definir as taxas. Isso inclui padrões climáticos, estatísticas de saúde e informações sobre estilo de vida. Por que não colar para fora esses dados e oferecer produtos e serviços que protejam os clientes e possivelmente possam ajudá-los a evitar os riscos antes de tudo? Isso seria inteligente. No entanto, não há a certeza de que a indústria do seguro seja suficientemente coesa para oferecer serviços que compitam diretamente com produtos.

E o poder?

De onde vem o poder do atual modelo de seguros? Enquanto existem diversos especialistas que entendem muito de números, estatísticas e assim por diante, o poder realmente vem do material bruto do qual é feito o seguro: pessoas e dinheiro.

Fazer pessoas colocarem o dinheiro delas em um montante para o bem comum é algo poderoso. Isso dá a elas, com pequenos recursos, a habilidade de se proteger financeiramente contra os riscos, ainda que não sejam ricas o suficiente para substituir suas próprias perdas.

Onde mais um poder como esse existe? Um exemplo são os serviços de utilidade pública. Nós adoramos odiar nossas companhias de energia elétrica, de água e esgoto, serviços de telefonia e internet. Mas, de verdade, eles estão fazendo a mesma coisa – agrupando o dinheiro das pessoas para criar acesso a algo que elas não teriam individualmente. Poderíamos dizer o mesmo sobre pedágios, trens e outros serviços que compartilhamos com estranhos todos os dias.

Nós temos a tendência de enxergas essas coisas compartilhadas como amenidades, direitos humanos básicos – a civilização, aquilo que nos separa dos selvagens.

Então, diante desse cenário, qual é o próximo direito humano básico que será relativo ao risco?

Aqui vai uma ideia: nós sabemos que a tecnologia está se proliferando em um ritmo acelerado, e chegaremos a novas maneiras de estender e melhorar nossas vidas no futuro que nem conseguimos imaginar ainda.

Mas e se a cura do câncer, do Alzheimer ou a habilidade de controlar o clima pertencer a uma companhia privada? As pessoas comuns terão algum poder para acessá-las?  A recente história da EpiPen (medicamento denominado epinefrina (adrenalina) auto injetável que é utilizada em pessoas com reações alérgicas agudas, onde corre-se risco de vida) é bastante curiosa. Mylan, a companhia dona da EpiPen, recentemente fez com que seu preço aumentasse 400%, empurrando os riscos que o medicamento administrado por qualquer pessoa pode causar para as seguradoras que, em seguida, precisam empurrar o custo sobre o consumidor, simplesmente porque elas podem.

Em agosto de 2016, um artigo da Revista Forbes afirmou que esse era um golpe que dividiria as pessoas em dois grupos: os que realmente tinham anafilaxia e os que não têm e podem morrer como resultado do uso da substância.

Será que as seguradoras conseguem usar essa potência de agrupamento para criar um produto que aja como uma opção futura para cobrir tecnologias que ainda não foram inventadas? Talvez colocando suas apostas em empresas que estão trabalhando duro para projetar e descobrir um produto de investimento que dê a elas o fundo para pesquisas, pelo direito de acessá-las a um preço acessível no futuro?

Isso, acredito eu, deveria ser o verdadeiro futuro do seguro.

Artigo por Maria Ferrante-Schepis, vice-presidente executiva de seguros e serviços financeiros na Maddock Douglas, empresa de consultoria dos EUA. A executiva escreveu o artigo originalmente para o site Life HealthPRO

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