Ultima atualização 25 de novembro

Medicina do Estilo de Vida: impacto na saúde e nos custos médicos

A medicina tem trabalhado maneiras de abordar aspectos e fatores para melhorar a qualidade de vida, sobretudo em duas vertentes: nutrição e sedentarismo

Medicina do estilo de vida

artigo por Francisco Vignoli*

 À medida que analisa a conduta do indivíduo, a medicina, que é originariamente baseada em evidência e observação, vai percebendo novas formas de adoecimento e buscando caminhos para lutar contra elas. Atualmente a Medicina do Estilo de Vida  tem trabalhado isso de forma mais eloqüente, abordando aspectos e fatores para melhorar  a qualidade de vida ao longo da vida, sobretudo em duas vertentes: nutrição e sedentarismo.

Se por um lado temos recursos tecnológicos que podem prolongar a nossa existência, por outro temos um número cada vez maior de armadilhas e escolhas diárias (feitas por nós mesmos) que ceifam nossa qualidade de vida. Estudos comprovam que em média 2/3 das doenças são determinadas pelos hábitos do paciente. São escolhas alimentares inadequadas para o perfil daquele indivíduo em particular – por conta do histórico familiar -, ou mesmo para a maioria da população, sedentarismo, alto nível de estresse, isolamento do convívio social, entre outros comportamentos que sabemos serem prejudiciais.

Mas, se a maioria dos males pode ser contornada ou retardada por hábitos e escolhas nossas, por que nos deixamos levar pelo que não é saudável? A cultura moderna do ritmo acelerado e constante, do 24 horas online, dos fast-foods, do conectar  seres virtuais e desconectar pessoas reais, tem cobrado seu preço. E ele é alto!

Quem nunca se deparou com a seguinte cena: família à mesa e cada integrante com seu smartphones? Em Nova Iorque há restaurantes que oferecem bônus para os clientes que desligam seus celulares durante as refeições. Aliás, a presença cada vez mais exagerada dos dispositivos em todos os momentos do nosso dia e noite – pois há quem durma com o aparelho ligado, ao lado da cama –, é uma das responsáveis pelos distúrbios de ansiedade, depressão, insônia, entre outros.

A industrialização dos alimentos é outro grande vilão. Sofremos muito, por exemplo, com os efeitos do sódio – carro-chefe dos alimentos industrializados –, das gorduras e do açúcar. O homem do passado tinha um organismo parecido com o atual, mas hoje ele não usa os atributos como antigamente; consome tudo pronto e empacotado. A digestão e absorção dos alimentos ficam totalmente prejudicadas. Resultado: 40%, em média, da população está obesa ou com sobrepeso.

O papel de cada um 

Aproximadamente 70% dos custos relacionados à saúde suplementar são financiados pelas empresas.  E esse dinheiro em sua grande maioria é desperdiçado com patologias que poderiam ser evitadas. Até por isso, as companhias começam a mudar a sua conscientização, querem não apenas pagar de forma passiva, mas gerar conhecimento e ajudar.

Nesse caso, pequenos gestos podem representar muito. A logística da informação pode fazer toda a diferença para as empresas: conhecer sua população, cruzar dados, analisá-los, integrá-los e desenvolver ações de comunicação médica, respaldadas por projetos que impactem de forma positiva na saúde de suas populações.

Para finalizar, gostaria de reforçar a importância de não fugirmos à nossa responsabilidade como indivíduo em todo esse processo.  Queremos empregar nosso dinheiro em medicamentos ou em uma alimentação mais natural e saudável? Preferimos gastar nosso tempo nos curando de doenças, hospitalizados, acamados, ou preferimos usá-lo na prática de uma atividade física? Inclusive hoje em dia há praças aparelhadas, serviços de aluguel e empréstimo de bicicletas, restaurantes com opções de alimentação caseira… Como disse, somos rodeados de opções, basta fazermos as escolhas que trabalham a nosso favor.

 

* Médico e Sócio Diretor da B2Saúde Consultoria

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