Famoso pelo agronegócio, Goiás se destaca quando o assunto é seguro. De 2003 a 2015, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), o mercado segurador goiano cresceu 21,55%, enquanto em âmbito nacional o setor registrou alta de 14,74%. No mesmo período, a inflação alcançou aproximadamente 6,26%, demonstrando que o Estado cresceu em torno de 3,5% a mais.
Os bons números refletem não só a vocação da região para a proteção rural, mas principalmente a mudança de comportamento dos consumidores goianos. Enquanto aderir ao seguro ainda não é uma prática muito comum entre os brasileiros, Goiás experimenta o oposto, com a população interessada em apólices que vão desde as tradicionais de automóvel até os produtos de vida e previdência, voltados ao ramo de benefícios.
“A necessidade de resguardar bens ou vidas e a minoração de possíveis impactos econômicos em decorrência de intempérie da natureza ou infortúnio como incêndio, roubo e acidente passaram a ser interpretadas como investimento”, diz Augusto Frederico Costa Rosa de Matos, presidente do Sindseg MG/GO/MT/DF
Junto com a crise econômica, a disparada nos índices de violência sensibilizou as pessoas para a necessidade de adquirir este tipo de produto. E se hoje os goianos sabem bem da importância de se contar com uma proteção, certamente isso também se deve às ações realizadas pelo mercado para difundir a cultura do seguro. Em parceria com empresas associadas e com o governo, as entidades do segmento investem cada vez mais em iniciativas com foco na responsabilidade e na educação para promover e apoiar ações de cidadania.
O Sindseg, por exemplo, desenvolve programas que contribuem para a redução da violência no trânsito e nas ruas, além de divulgar dicas sobre seguro de automóveis, transporte e previdência privada na programação das rádios locais. Destaque também para o ciclo de palestras promovido junto com a Escola Nacional de Seguros, que capacita especialistas do mercado para a melhoria da qualidade dos serviços prestados pelo setor. Com os universitários, o Sindicato debate temas como economia e finanças no mercado de seguros, a função social do seguro e a importância da prevenção.
Entidade que representa os corretores de seguros atuantes no Estado, o Sincor-GO investe em diversas frentes para sensibilizar a sociedade quanto a importância do produto para pessoas físicas, empresas, órgãos públicos e demais entes da comunidade. Uma delas é o Circuito Vida Segura, realizado anualmente em Goiânia. O evento congrega, além do próprio Sindicato, corretores de seguros, executivos das seguradoras, atletas profissionais e pessoas da comunidade em uma corrida de rua para demonstrar o zelo do mercado segurador com a sociedade, do ponto de vista da saúde e do bem-estar. Também por meio dos postos de atendimento aos beneficiários do seguro DPVAT, a entidade mantém contato com a população, que passa a entender porque e para que existe a indústria do seguro.
O que também pode ser considerado um fator de crescimento do interesse é a procura pelo curso de Habilitação de Corretor de Seguros, que contribuiu na disseminação das informações sobre a importância de se contratar seguros por meio de novos corretores, juntamente com aqueles que já atuam há mais tempo no mercado.
Peças-chave
Um dos grandes desafios ao disseminar a cultura de seguro no País é investir em uma linguagem clara, simples e acessível a todos os consumidores, além de ampliar o diálogo com os segurados através de canais de relacionamento. O corretor tem papel fundamental neste processo, levando as informações sobre os produtos e serviços comercializados e mostrando, de forma mais ampla, a real importância de se contratar o produto para a proteção no dia a dia.
“O corretor é o único profissional habilitado pela Susep para angariar e intermediar a contratação de apólices de seguros. Essa vocação, que se materializa e se converte em portas abertas no contato corpo a corpo com os clientes, é a oportunidade que temos de disseminar a cultura do seguro, dirimindo dúvidas e desbancando estigmas acerca do produto que o consumidor está adquirindo”, lembra o presidente do Sincor-GO, Henderson de Paula Rodrigues
É necessário, porém, que o corretor busque aprimoramento constante sobre os produtos que oferta, além do aperfeiçoamento de sua rotina profissional e do investimento em um relacionamento transparente, consistente e pró-ativo na busca de soluções para o segurado. É importante lembrar que o profissional deve se desvincular do seguro de automóvel, ainda considerado o carro-chefe do mercado, e apresentar aos consumidores um amplo leque de ofertas.
“Muitas pessoas desconhecem o seguro devido à falta de oferta do próprio profissional. Nós, corretores, somos muito ‘abitolados’ no automóvel e nos esquecemos de ofertar e comercializar outros ramos”, confessa o diretor-geral da Centralle Corretora de Seguros, Michel Rodrigues Pereira
A mudança de hábito é crucial para o desenvolvimento sustentável do setor e, no Brasil, o mercado segurador demonstra estar no caminho certo. Porém, mesmo com todas as divulgações sobre o setor, seja através dos meios de comunicação ou por ações realizadas pelo próprio segmento, ainda há muito a percorrer para se chegar ao patamar dos grandes países consumidores do produto.
“Assim como todos os dias consumimos aquilo que julgamos importante no nosso dia a dia, o seguro deve fazer parte da nossa rotina de consumo, além de fomentar a economia e proteger nosso patrimônio, incluindo nosso bem de maior valor: a vida”, declara Silvio Roberto Rodrigues, sócio-diretor comercial da NTI Consulting Corretora de Seguros
A indústria do seguro existe justamente para solucionar essa questão e para garantir tranquilidade às pessoas. Quando pensar até mesmo na sua família, lembre-se que o seguro pode ser feito para resguardá-la de imprevistos e percalços de toda sorte.
Lívia Sousa
Revista Apólice
