Ultima atualização 16 de agosto

Análise das principais movimentações econômicas de julho

Brexit, revisão do crescimento global pelo FMI e sinais de melhoria da atividade no Brasil marcam a análise do mês

Análise das principais movimentações econômicas de julho

Em um contexto de baixo potencial de crescimento, o dinamismo na maioria das economias avançadas permaneceu reduzido em julho, de acordo com a análise da equipe de gestores da Mapfre Investimentos em seu Informe Mensal. O material é resultado de estudos e acompanhamento da movimentação ocorrida no mercado financeiro. Abaixo estão alguns dos principais pontos observados em julho de 2016.

Brexit

O resultado do plebiscito sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit, surpreendeu os mercados financeiros e favoreceu ainda mais o risco de acomodação das economias centrais. A reação inicial dos mercados financeiros foi acentuada, com aumento substancial da incerteza e do risco, em especial entre bancos europeus. Essa incerteza deverá enfraquecer a confiança dos consumidores e das empresas em diferentes países desenvolvidos.

FMI

As previsões do FMI para o crescimento global foram revistas mais uma vez para baixo, conforme tabela (a seguir), com destaque para as economias avançadas da Europa. O cenário do FMI contempla a hipótese benigna de que a incerteza será reduzida gradualmente e que os acordos comerciais entre a União Europeia e o Reino Unido conseguirão evitar um aumento significativo das barreiras econômicas, sem grandes perturbações nos mercados financeiros e com consequências políticas limitadas. No entanto, é possível que essa hipótese se mostre excessivamente otimista.

Mapfre Investimentos

Mercados emergentes

Na China, as perspectivas de curto prazo melhoraram por conta de políticas monetárias e fiscais expansionistas ao longo dos últimos meses, além de gastos em infraestrutura. Na Índia, a atividade econômica permanece vigorosa, a despeito da desaceleração do investimento no primeiro semestre do ano. Na Rússia, o aumento dos preços do petróleo favorece a recuperação econômica. Por outro lado, a combinação de fatores como gargalos estruturais, baixa produtividade e reduzido investimento não contribui para o crescimento sustentado da economia russa no longo prazo.

Brasil

Há sinais de melhoria, com a recuperação da confiança dos consumidores e das empresas. Os estoques das companhias começam a se ajustar, ainda que em razão da diminuição da produção e não do maior consumo. A recessão de 2016 deverá ser levemente menos grave do que se projetava e em 2017 haverá ligeiro crescimento. No entanto, persistem incertezas sobre a política econômica, em especial sobre a concretização de reformas que revertam a tendência de endividamento público.

Ibovespa

No mês de julho, o Ibovespa registrou alta de 11,22%, que foi acompanhada de uma entrada de fluxo de investidores estrangeiros de R$ 4,6 bilhões. No acumulado de 2016, o superávit acumulado é de R$ 17,255 bilhões, um saldo considerável tendo em vista o momento econômico do país. No mercado de câmbio, o Real se desvalorizou cerca de 1,11% frente ao Dólar, acumulando uma valorização de 17,97% no ano.

Renda fixa

Após a reunião do Copom realizada em 20 de julho e posterior divulgação de sua ata, a curva de juros demonstrou leve alta. Mas nos vencimentos 2017 e 2018, onde há maior concentração de risco, o resultado foi mais significativo. A interpretação da Mapfre Investimentos está em linha com o cenário macroeconômico, com previsão de manutenção da Selic ao longo de 2016 devido à persistência inflacionária. Na visão do Banco Central, a inflação segue persistente e, com isso, não há espaço para um afrouxamento monetário.

“Não tivemos alteração em nossas posições, mas está no nosso radar de oportunidades aumentar nossa posição comprada nos vencimentos mais longos da curva de juros, tendo como cenário base a deterioração do quadro fiscal. Nossa visão é de que pode haver um ajuste na ponta longa da curva caso haja alguma frustração relacionada à melhora fiscal”, diz Eliseo Viciana, vice-presidente da companhia. Em renda fixa internacional, o executivo complementa que não houve alteração de posicionamento no Treasury de 10 anos, via BM&F. “No mercado de câmbio, aguardamos o melhor momento para novamente nos posicionarmos para um movimento de desvalorização do Real frente ao Dólar”, comenta Viciana.

Renda variável

No book de renda variável, a única grande mudança foi a substituição de CCR por Fibria, motivada pela boa performance de CCR nos últimos meses. Ao mesmo tempo, Fibria caiu cerca 60% em 2016 e opera com fortes descontos com relação aos múltiplos setoriais dos últimos anos. Apesar do fluxo de dólar pesando contra, o desconto de Fibria e o dólar estão em patamares atraentes.

A empresa destaca a performance de diferentes papeis de sua carteira em um mês no qual o Ibovespa subiu 11,2%: Banco do Brasil (22,5%), Banrisul (26,2%), Gerdau (31,6%), Hering (24,7%), Natura (30,6%), Petrobras (26,0%). Na ponta negativa, Embraer (-15,3%) e Suzano (-12,4%) foram as que mais sofreram, uma vez que as suas cotações seguiram a desvalorização do dólar ante o real. A gestora zerou sua posição tática de Pão de Açúcar, aberta no mês anterior, com ganhos de 13% em menos de um mês.

L.S.
Revista Apólice

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