Ultima atualização 13 de abril

Lacuna de proteção patrimonial na América Latina chega a 82%

Riscos de catástrofes naturais não segurados foram determinantes para o aumento de perdas econômicas e patrimoniais na região

Lacuna de proteção patrimonial na América Latina chega a 82%

Um estudo realizado pela resseguradora Swiss Re em dez países da América Latina mostra que a lacuna de proteção patrimonial na região, ou seja, a diferença entre perdas seguradas e totais, cresceu de 75,9% para 82% nas últimas quatro décadas. Grande parte desse índice se deve ao risco de catástrofes naturais não seguradas que compreendem desde terremotos até enchentes e períodos drásticos de seca.

Segundo o documento, a parte não segurada de perdas ocasionadas por catástrofes naturais vem crescendo de forma contínua na região. Apesar de enchentes e tempestades corresponderem aos riscos mais frequentes, com 60% e 17% respectivamente, foram os terremotos os responsáveis pelo maior volume de perdas – o correspondente a US$ 90,5 bilhões desde 1990, dos quais 83,3% (cerca de US$ 15 bilhões) não eram seguradas.

Uma das principais razões para o aumento da exposição a catástrofes naturais na região pode ser atribuída ao desenvolvimento econômico e urbanização que aumentaram o valor do patrimônio, criando concentrações de risco mais altas. A partir de 2014, a América Latina se tornou a segunda região mais urbanizada do mundo, com 80% da população morando em cidades (percentual que deve chegar a 86% em 2050).

Levando-se em consideração a modelagem de riscos sísmicos, estima-se que dentre os US$ 6,9 bilhões em perdas causadas por terremotos na América Latina, cerca de US$ 6,1 bilhões (88%) equivalem a perdas patrimoniais não seguradas. O país com os maiores prejuízos relacionados a abalos sísmicos é o Chile, com uma média de US$ 854 milhões anuais no período de 1985 a 2015.

Diferentes fatores podem explicar o subseguro na região, tais como falta de conhecimento sobre o produto, percepção de risco, acessibilidade, dependência da ajuda do governo local pós-ocorrência, desconfiança das seguradoras, acesso limitado e facilidade para realizar negócios.

Seguro Patrimonial no Brasil

O mercado de seguro patrimonial movimentou US$ 16,9 bilhões em 2014 na América Latina, representando 21,5% dos prêmios “não-vida” na região. A média de crescimento dos prêmios de seguros patrimoniais no país ultrapassou 7% de crescimento real nos últimos dez anos. O Brasil tem o maior mercado de seguros patrimoniais da região, é o segundo maior mercado entre os emergentes e o décimo maior do mundo. No entanto, a penetração desse seguro no país foi de apenas 0,3% em 2014, apesar de ter acumulado mais de US$ 6,5 bilhões em prêmios.

Em contrapartida, o Chile, que alcançou apenas US$ 1,4 bilhão em prêmios em 2014, tem o maior índice de penetração do seguro patrimonial da América Latina (0,53%). Isso ocorre porque o país está altamente exposto a riscos de abalos sísmicos e também possui um setor financeiro bastante desenvolvido.

A maioria dos países na América Latina ainda não atingiram o máximo de seu potencial na cobertura de seguros, dado os níveis de renda da população. No estudo, é mencionado que um esforço coordenado entre o setor público e privado, no sentido de mitigar riscos e criar um ambiente regulatório favorável, poderá fechar a lacuna de proteção patrimonial que deixa tantas residências e negócios na América Latina vulneráveis às perdas em potencial advindas de intempéries climáticas.

Confira aqui o estudo completo.

L.S.
Revista Apólice

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