Ultima atualização 04 de fevereiro

O zika vírus no Brasil e os seguros de vida

Surto do vírus no Brasil demonstra novos e imprevisíveis riscos tanto para a população quanto para o ramo dos seguros de vida
Foto: Venilton Kuchler, ANPr
Foto: Venilton Kuchler, ANPr
Foto: Venilton Kuchler, ANPr
Foto: Venilton Kuchler, ANPr

O recente surto do zika vírus no Brasil representa um grave alerta para os riscos das doenças infecciosas novas ou reemergentes e também demonstra os novos e imprevisíveis riscos tanto para a população quanto para o ramo dos seguros de vida, decorrentes das doenças infecciosas. O vírus, que também  foi identificado em ao menos outros 28 países, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, está sendo tratado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma emergência internacional de saúde pública, atitude tomada apenas três vezes antes.

Embora a maioria dos infectados se recupere sem desenvolver nenhum tipo de sequela, atualmente há pelo menos duas preocupações sobre suas consequências: a microcefalia entre recém-nascidos e a Síndrome de Guillain-Barré entre adultos, que estão sendo estudadas como possíveis afecções.

Também vem sendo investigada a possibilidade de uma correlação entre a infecção pelo zika vírus durante a gravidez (provavelmente no primeiro trimestre) e o posterior desenvolvimento da microcefalia fetal. Termo geral para uma condição que pode resultar em diversos riscos para a criança, tais como morte perinatal, alterações do desenvolvimento, do crescimento ao longo da vida, complicações neurológicas como convulsões, e uma possível redução da expectativa de vida.

De outubro de 2015 até agora, vem sendo relatado um aumento anormal do número de casos de microcefalia no Brasil, sobretudo na região Nordeste. Normalmente, a incidência anual no País é de 150 a 200 casos – taxa que aumentou de 10 a 20 vezes no ano passado. A partir de 28 de janeiro deste ano, já haviam sido registrados pelo Ministério da Saúde mais de 3.500 casos suspeitos, com 46 óbitos (em comparação com um total de apenas 147 em 2014).

Desde o surgimento do zika vírus, foram relatados mais de 100 novos casos da Síndrome de Guillain-Barré (SGB) Brasil. O distúrbio afeta o sistema imunológico e ataca parte do sistema nervoso periférico, resultando em fraqueza muscular e alterações da sensibilidade, tais como dormência, além de poder levar à paralisia e insuficiência respiratória. A maioria dos indivíduos recupera-se, porém, alguns têm fraqueza persistente.

Com base nas últimas informações, o risco total de mortalidade entre adultos, em relação à quantidade de indivíduos infectados com o zika, aparenta ser basicamente nulo. Embora pequena, a quantidade de casos da Síndrome de Guillain-Barré, no entanto, pode resultar em pedidos de indenização relacionados com benefícios de saúde. É o que aponta Daniel D. Zimmerman, médico, vice-presidente e diretor médico da RGA Global, em boletim publicado pela companhia.

Segundo ele, a questão mais relevante e trágica são as implicações para as crianças nascidas com microcefalia, seja ou não comprovada a correlação com o zika. “Apesar de ser improvável que as apólices com exclusão de doenças congênitas venham a ser afetadas, aquelas com cobertura específica de complicações congênitas poderão ser. Além disso, essas crianças estarão, durante toda a vida, propensas a apresentar problemas de saúde associados a inibições de desenvolvimento, deficiências cognitivas, convulsões e redução da expectativa de vida”, conclui o executivo.

Autoridades médicas, que tomam a liderança para combater a epidemia, ganham o reforço do mercado de seguros, que intensifica essa luta mantendo contato com o Centro de Controle, departamentos de saúde locais e buscando informações com beneficiários e colaboradores. Além disso, as companhias do setor também se empenham para distribuir informações para controle da doença e equipes de suporte.

L.S.
Revista Apólice

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