Ultima atualização 26 de março

Edição 206

direto de londres | por Luciano Máximo*

Custos de sinistros de automóveis tem grande variação na Europa

O segmento de seguro automotivo é o mais popular entre consumidores europeus e o que mais rende faturamento às seguradoras do Velho Continente. Em novembro, a Insurance Europe, a federação europeia de seguros e resseguros, divulgou um dos estudos mais abrangentes já feitos na Europa sobre seguro de veículos, levando em conta 2013 como ano-base para o levantamento de dados. O segmento responde por quase 30% de todo o faturamento da indústria seguradora europeia, sem levar em conta seguros do ramo vida. O faturamento anual em prêmios atinge mais de 120 bilhões de euros, numa atividade com 1.026 empresas brigando para dar cobertura a cerca de 350 milhões de motos, carros e caminhões. Um mercado realmente fascinante, tendo Reino Unido, Alemanha, França, Espanha e Itália abocanhando quase 70% de todas as apólices de veículos.

Entre as centenas de informações do relatório, umas das que mais chamam atenção é que os custos com sinistros de seguro de veículos variam amplamente em toda a Europa. O documento elaborado pela Insurance Europe constatou, por exemplo, que a despesa média das seguradoras com sinistros de responsabilidade de terceiros em caso de batidas e acidentes variou de 1,2 mil euros em Portugal, o mais barato, a mais de 5 mil euros na Itália e Suécia, onde esses custos foram os mais elevados. Coberturas referentes a lesões corporais representam a maior parcela do custo total de sinistros do segmento automotivo na Europa. Assim como nas despesas com sinistros de responsabilidade de terceiros, os gastos das seguradoras com esse tipo de sinistro também variam muito de país para país. Por exemplo, os custos médios das reivindicações por lesão corporal estão na casa dos 4,5 mil euros na Estônia, Turquia e República Checa, enquanto atingem, em média, mais de 20 mil euros na França e na Grécia, refletindo diferenças marcantes no custeio, público e privado, de tratamento médico e em práticas de remuneração da cadeia seguradora e de saúde (salários de corretores de seguros, especialistas das seguradoras, médicos, paramédicos, enfermeiros etc.). São essas diferenças de custos de sinistros, juntamente com uma série de outros fatores que afetam a frequência e a gravidade dos acidentes automobilísticos, que exigem que as seguradoras pratiquem preços de prêmios tão diferentes de um país para outro, como a variação das despesas com sinistros vistas acima. Torbjörn Magnusson, vice-presidente da Insurance Europe, comenta que seria desejável para o setor ter custos de coberturas e preços oferecidos aos clientes mais estáveis na Europa, mas ainda há muitos desafios a serem superados para a união monetária e de mercado na zona do euro alcançar um nível mais igualitário. “As diferenças de prêmios de seguro de automóvel entre os Estados membros da União Europeia são, muitas vezes, percebidas como sendo incompatível com o ideal de um mercado único, como o que vivemos hoje na Europa, com mais de 20 nações envolvidas. No entanto, essa diversidade em prêmios reflete os fatores que afetam custos com sinistros. A relação preço do prêmio custo do sinistro acaba ficando mais vinculada ao ambiente regulatório e de negócios, a questões sócio-cultural e econômica de cada Estado membro. As seguradoras devem responder por esses fatores com muito profissionalismo e eficiência no cálculo dos prêmios, a fim de reforçar sua capacidade financeira para adequá-la à necessidade de cobertura dos riscos contratados”, explica Magnusson.

Mesmo tendo em vista as diferenças regionais, que podem variar mais de 500%, a Insurance Europe acredita que o nível de harmonização atualmente assegurada pela autoridades reguladoras da União Europeia em relação ao seguro de veículos é apropriado. As leis estabelecidas fornece aos Estados membros a autonomia necessária para definir regras de responsabilidade civil e calcular indenizações conforme a realidade e necessidade de cada país ou região europeia. Elas também dão às seguradoras que atuam no segmento automotivo a flexibilidade necessária para desenhar produtos apropriados para os consumidores locais a um preço considerado adequado à realidade local.

Mark Wendan, professor de finanças e especialista em seguros baseado em Londres, é crítico dessa disparidade de custos e preços e defende regras mais apertadas às seguradoras. “Obviamente que o mercado varia de país para país, que a demanda por seguros na Eslovênia é muito diferente da que conhecemos no Reino Unido, onde a cultura do seguro é muito arraigada. O que é importante salientar é que, embora o segmento de seguro automotivo seja muito competitivo, com mais de mil empresas, ainda são as grandes seguradoras que dão as cartas. Elas dominam o mercado em vários países da Europa. Então é comum ver duas práticas, que não vale para pequenas seguradoras: empresas não só se adequando às realidades locais, mas atuando com força para ampliar suas margens, tentando manter os preços dos prêmios padronizados com base no país onde o prêmio é mais caro. Além disso, como a Europa é um continente relativamente pequeno e com boa conexão e boa infraestrutura, é muito comum uma grande seguradora centralizar sua estrutura de cobertura de sinistros em países com custos mais baratos para baratear o custeio do sinistro, mas na maior parte das vezes a vantagem dessa operação significa só ganho para as seguradoras e nada de redução de preços de prêmios para os consumidores. Portanto, a disparidade de preços e custos também sofre influência da ação das grandes seguradoras em toda a cadeia, independentemente de regulação oficial”, analisa Wendan.

Segundo Magnusson, a autonomia dos Estados nesse caso é essencial. “Um produto de seguro automotivo projetado para acomodar todas as leis de responsabilidade e fatores de custo regionais especificamente colocadas pelos reguladores da União Europeia não iria atender às necessidades dos consumidores a um preço competitivo em cada país ou localidade, por isso é importante que exista uma autoridade reguladora em nível local, ou no máximo regional, para modular melhor a realidade de mercado. De outra forma, seria impossível para uma seguradora atuar em mais de um país levando em conta apenas o preço, sem falar que regras impostas muito de cima para baixo podem interferir com o fluxo normal das leis de oferta e demanda do mercado”, opina o executivo da Insurance Europe. O relatório conclui que o acesso aos dados no veículo previamente ao fechamento de uma apólice é a melhor maneira de atender às necessidades dos consumidores, já que as informações podem ser usadas para projetar produtos de seguro automotivo competitivos não importa o país em que a apólice seja comercializada. O aumento da quantidade de dados produzidos com a implantação de novas tecnologias nos carros de hoje em dia e na documentação de propriedade pode facilitar o desenvolvimento de seguros de veículos mais sofisticados e inovadores. “Do ponto de vista da Insurance Europe, é vital que os consumidores controlem a quem seus dados e os do veículos sejam transferido e para qual finalidade, permitindo que os próprios clientes tenham acesso a uma ampla variedade de prestadoras de serviços. As seguradoras europeias devem assegurar que os consumidores tenham esse controle no momento da assinatura da apólice ou na renovação do contrato. Por isso é importante que a transmissão de dados seja feita por meio de tecnologia aberta, padronizada, segura e facilmente usada entre seguradoras e órgãos oficiais. Isso é essencial para a formação de preços por parte das seguradoras e também para evitar fraudes”, completa Magnusson.

 

capa | seguradora

Novo padrão para seguro de vida empresarial

Grupo Omint traz para o mercado de seguros o mesmo padrão de qualidade de suas operações na área da saúde

Ao completar 35 anos de atuação no mercado brasileiro de planos de saúde, a Omint decidiu enveredar pela trilha dos seguros. Em 2015, o Grupo Omint lançou a Omint Seguros para ajustar suas operações de viagem às normas da resolução 315 da SUSEP, e também começou a comercializar seguro de vida empresarial.

A Omint entra no setor de seguros depois de se consolidar como uma das mais bem sucedidas empresas de planos de saúde do país. A experiência em um setor altamente regulado como o mercado de saúde suplementar foi decisiva para a Omint avançar no mercado de seguros. A companhia conta hoje com mais de 123 mil associados em carteira e deve fechar 2015 com faturamento de R$1.175 milhões, que representa um crescimento 20,4% frente a 2014.

Com investimento de R$ 30 milhões, a Omint Seguros já tem seu plano de negócios aprovado pela autarquia reguladora. Cícero Barreto, diretor comercial do Grupo, afirma que para a seguradora como um todo, é estimado um faturamento de R$ 60 milhões para os próximos três anos.

Apesar do momento de crise econômica que o País enfrenta, Barreto afirma que é possível encontrar oportunidades. “Já cuidamos de uma operação delicada, que é a gestão da saúde das pessoas. Agora, vamos aplicar todo nosso conhecimento para tocar a operação de seguro de vida empresarial e seguro viagem com os mesmos padrões de qualidade”, explica.

Nestes primeiros movimentos da nova seguradora, o foco está na formatação de produtos de vida empresarial sob medida, com coberturas diferenciadas entre os níveis hierárquicos e com valores de cobertura acima da média de mercado. Segundo Barreto, a companhia vai utilizar sua expertise no mercado de saúde para a subscrição dos seguros de vida empresarial e, futuramente, no seguro de vida individual. “Carregamos nosso know-how para dentro da seguradora, com produtos bastante competitivos”, reforça Barreto. A operação com o seguro de vida individual deve acontecer em 2016.

O gerente comercial da Omint Seguros, Fabiano Vidal, diz que é possível ser inovador neste ramo de seguro de vida corporativo. “Vamos oferecer à PMEs uma grande possibilidade de customização. Nosso portfólio conta com produtos que vão desde as opções clássicas de mercadoaté as mais sofisticadas e com altos valores de capital segurado. Isso faz da Omint Seguros uma excelente opção para atender diferentes perfis de empresas.”

A inovação fica por conta da operação da companhia. O seguro de vida é visto como uma commodity. A Omint está direcionando um novo foco para o setor, oferecendo o padrão de qualidade da marca aos corretores e aos clientes do segmento PME.

Para quem ainda não teve experiência com a Omint, o seguro viagem é uma oportunidade de mostrar como é ter um produto da marca, ainda que temporário. Quando o cliente tem oportunidade de utilizar, pode experimentar a qualidade dos serviços prestados pela Omint, tanto no Brasil quanto no exterior.

A operação de seguros, tanto de vida quanto viagem, atualmente precisa ser real time. Através de pesquisas junto à cadeia de valor, a seguradora identificou a necessidade de rapidez e eficiência em todos os processos do negócio. “Investimos para que isso seja o alicerce para o lançamento da Omint Seguros”, ressalta Barreto. Este é mais um diferencial para o corretor, sob a chancela da marca Omint.

Pensando nisso, a Omint Seguros desenvolveu diversos serviços para os seus corretores de seguros parceiros. Várias funcionalidades estarão disponíveis no site da companhia, como endossos, movimentações, 2ª via de certificado, entre outras. Enfim, tudo para facilitar a vida de quem vende. O cliente também terá acesso a serviços no site para que a velocidade da informação facilite o seu cotidiano.

Entre as possibilidades de angariar novos clientes, Barreto destaca o potencial de vendas de seguros no Brasil, apresentando a penetração do setor na economia, que não ultrapassa a casa de 3,5% do PIB. “A capacidade ainda é muito grande. É um setor importante para a economia do Brasil e o brasileiro está cada vez mais aculturado no sentido de prover proteção para a sua família, tanto por meio do seguro individual quanto do empresarial”, revela Barreto.

Fabiano destaca que, como a companhia não quer tratar o seguro de vida como commodity, seja no empresarial ou no individual, a empresa vai contar com profissionais altamente capacitados para atender clientes e corretores. “Há no País cerca de 6 milhões de empresas pequenas e médias, que representam cerca de 27% do PIB e que podem ser exploradas pelo setor”, esclarece Vidal. Assim como no mercado de saúde, a Omint Seguros dará atenção especial às pequenas e médias empresas, de 4 a 200 vidas, nicho menos explorado e que gera rentabilidade. “Também trabalharemos com oportunidades acima de 200 vidas mantendo o mesmo padrão de qualidade e entrega”, acrescenta.

Um índice que indica o longo caminho que a nova seguradora tem a trilhar com seus parceiros é a quantidade de clientes da operadora dispostos a ouvir a oferta de novos produtos: 95%, de acordo com pesquisas internas realizadas pela Omint. “Isso mostra a aceitação da marca, seja em vida em grupo, viagem ou individual. Temos muito campo para crescer de maneira orgânica”, conclui Barreto.

Seguro-viagem

A Omint foi uma das primeiras empresas a ter aprovado o seguro viagem, atendendo às normas da circular 315 da Susep, que estabeleceu que todos os produtos de assistência viagem deveriam ser convertidos em seguros viagem, com o componente de cobertura para riscos com importância segurada determinada. Este produto pode ser adquirido de forma individual ou coletiva, através de representantes, corretores e B2C. “O seguro viagem é visto como uma oportunidade de complementar a receita dos nossos parceiros”, afirma Fabio Pessoa, gerente comercial.

A Omint é a única seguradora especializada em viagem do mercado brasileiro associada ao sistema IAG (International Assistance Group), um conglomerado de empresas especializadas em Assistência em Viagem que conta com mais de 6 mil profissionais, 2 mil hospitais, 46 centros de atendimento ao usuário espalhados pelos 5 continentes e atendimento telefônico em até 5 idiomas. São ainda mais de 79 milhões de usuários em mais de 180 países. “Temos uma rede de atendimento estruturada, capaz de atender nossos segurados do jeito Omint, como se estivesse em seu local de origem”, afirma Pessoa.

Canais de distribuição

A seguradora concentrará esforços de comercialização na base de clientes já atendidos pelo Grupo no segmento de planos de saúde e também fora da base do grupo, com foco nos mercados de São Paulo, interior de São Paulo e Rio de Janeiro.

Para reforçar a distribuição, a Omint ampliará a parceria com corretores especializados. Atualmente a companhia opera com 1100 corretores cadastrados, que comercializam os planos de saúde empresa. “Vamos utilizar nossa estrutura para realizar eventos com os parceiros”, adianta Cícero Barreto. Há um público das classes A e B que sempre se destacou na carteira dos corretores. Estes clientes devem ser abordados em primeira mão.

A divulgação dos novos produtos será feita de várias formas, com os veículos de comunicação que falam diretamente com os brokers. A seguradora também realizará roadshows nas corretoras de seguros parceiras, para apresentar a estrutura do Grupo, todo o seu portfólio e seus produtos.

 

produto | escolas

Educação protegida

Manter as despesas com educação privada é um desafio para os brasileiros. Por isso, seguradoras buscam aprimorar seus produtos voltados para instituições de ensino

Amanda Cruz

Dezembro é época de férias escolares, mas antes disso é tempo de pensar nas rematrículas e no impacto que as despesas com estudos terão no próximo ano. O mercado de seguros escolares e educacionais ganham espaço com o passar do tempo, principalmente por conta das apólices voltadas para garantir o pagamento das mensalidades.

A Fenep – Federação Nacional das Escolas Particulares realizou uma pesquisa que demonstra que as escolas particulares poderão perder de 10% a 12% das matrículas em 2016, devido à crise econômica que gerou dificuldades para pais e responsáveis arcarem com os custos das mensalidades. A inadimplência dos alunos destas instituições nos três níveis, fundamental, médio e superior, aumentou 22,6% no primeiro semestre de 2015 em comparação com o período anterior, de acordo com levantamento da Serasa Experian.

Esses dados reforçam a necessidade de proteção aos clientes e o Seguro Educacional é a alternativa do mercado para melhorar esses índices. O produto existe para conceber o benefício do pagamento das mensalidades em caso de morte, invalidez permanente total por acidente ou desemprego involuntário do responsável pelo pagamento. Entre os planos, estão os que podem cobrir o ano letivo, o ciclo atual do curso ou até mesmo o ciclo completo, até a universidade. “Normalmente, as instituições de ensino firmam negociações junto às corretoras e seguradoras, através de planos coletivos, e apresentam aos pais e alunos no momento da matrícula. Com isso, os pais garantem o estudo e o futuro profissional dos filhos, ficando tranquilos, assim como a instituição se respalda também de eventuais inadimplências, considerando as coberturas apresentadas”, explica Eliane Escudero, gerente de Massificados da corretora de seguro Willis. “É importante ressaltar que o seguro cobre estas ocorrências e não a inadimplência de modo geral, mas sim aquela que foi originada por um evento coberto, como o desemprego”, completa a executiva.

Paulo Umeki, vice-presidente de Riscos Corporativos da Liberty, explica que há duas maneiras de garantir o seguro: na primeira, a escola é que contrata esse seguro como estipulante e os pais dos alunos já arcam com ele de forma compulsória; a outra opção é deixar que os responsáveis decidam se querem ou não aderir. “É importante lembrar que quando a aceitação do seguro é compulsória o preço a ser pago cai muito, pois é uma garantia de contratação que otimiza as despesas”, ressalta.

Outros detalhes também podem ser contemplados nessas apólices, como destaca Karina Massimoto, superintendente executiva de Seguros Individuais e Coletivos do Grupo BB e Mapfre. Os gastos adicionais para matrícula, repetência, formatura e pré-vestibular, que constam na lista de coberturas adicionais, além de um serviço específico para os responsáveis financeiros que é um serviço de apoio para atualização e divulgação de currículos, por exemplo. “Se a escola optar por contratar também o seguro de ‘Proteção Escolar’, além das coberturas de acidentes pessoais, o aluno conta com serviços como Assistência Escolar, Carteirinha Personalizada e Assistência Funeral”, completa Karina.

A segurança das escolas

Para além das mensalidades, outros riscos também estão presentes nas instituições de ensino, como os patrimoniais e aqueles que causam danos a terceiros. “O nicho de patrimônio é muito importante para as escolas, que contam com as coberturas tradicionais de roubo, danos elétricos, vendavais, guarda de veículos e equipamentos”, lembra Umeki.

As instituições devem sempre ter um seguro de RC com uma importância segurada que preveja todas as atividades desenvolvidas em seu ambiente, sua estrutura e seus profissionais, garantindo a indenização no caso de haver alguma situação de acidente com terceiros, que no caso são os alunos.

Bullying, por exemplo, é uma prática que vem sendo combatida e que encontra em algumas seguradoras a cobertura, mas deixa outras em alerta, pois há risco de exploração excessiva em cima do assunto, dificultando a confirmação dos fatos que levem à indenização adequada. É o sinal amarelo para as seguradoras, já que o risco existe e tem demandado essa cobertura, mas o desenho ainda precisa de ajustes. Tanto, que algumas não utilizam o termo, mas já disponibilizam, dentro da apólice de RC, coberturas para danos morais que possam ser causados pela ou dentro da instituição de ensino. “Essa cobertura de Responsabilidade Civil cobre eventuais reclamações na esfera civil de danos corporais ou materiais contra a escola causados involuntários a terceiros”, esclarece Eliane, da Willis.

Karina lembra também que “já há no mercado seguradoras que oferecem especificamente este produto e, como cada vez mais é um tema recorrente nas escolas, a cobertura se faz muito presente, cobrindo danos físicos e morais, além de fisioterapia, apoio psicológico, transporte para freqüência de aulas e aulas domiciliares, se necessário”.

Além do Educacional, há também um seguro intitulado Escolar, que guarda algumas diferenças. É o caso do Pepper, seguro promovido pela Metlife que não arca com as parcelas pendentes dos beneficiários, mas funciona como um seguro para acidentes pessoais com assistência para estudantes, professores e funcionários. Entre suas ofertas, estão assegurados acidentes ocorridos nas escolas, trajeto de ida e volta dos alunos e uma proteção 24 horas, que garante cobertura de acidentes dentro e fora das dependências da escola durante todos os dias, inclusive finais de semana e feriados no Brasil e no exterior. “O objetivo é garantir cobertura securitária e assistências médico-hospitalar e odontológica especializada em caso de acidentes”, diz Cássia Gil, diretora executiva de Planos Odontológicos e Benefícios Corporativos da MetLife.

Quem contrata esse seguro é a própria instituição de ensino, que deve arcar com todos os custos.

Momento oportuno

O aumento da inadimplência não assustou o mercado e não deverá assustar. O aumento do desemprego servirá como motor para aquelas que querem investir nesse nicho. A mudança de mentalidade do brasileiro em relação à educação começa a acontecer. Mesmo em momentos difíceis, a prioridade ainda é fazer com que os filhos possam ter acesso a boas instituições de ensino que, infelizmente, são escassas na educação pública. “Esse cenário não nos prejudica porque o mercado se prepara para isso. É claro que isso será refletido no valor do prêmio cobrado para o próximo ano, mas nada atinge a vigência atual”, finaliza Umeki.

 

produto | seguro viagem

Em solo desconhecido, vá prevenido

Número de brasileiros que fazem intercâmbio no exterior cresce mais de 580% em 11 anos e alta abre espaço para o mercado de assistência viagem

Lívia Sousa

Passar uma temporada no exterior deixou de ser privilégio para poucos brasileiros. Segundo a Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta), entidade que reúne as principais instituições brasileiras das áreas de cursos, estágios e intercâmbio, o número de intercambistas aumentou mais de 580% em 11 anos e passou de 34 mil, em 2003, para mais de 232 mil, em 2014. Além dos Estados Unidos e do Reino Unido, eles procuram agora por destinos alternativos como Canadá, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia. “Os pais se preocupam mais com a educação dos filhos no exterior e os próprios adultos com a formação de idioma diretamente no país”, diz o diretor comercial da April, Agnaldo Abrahão, ao justificar a crescente procura por este tipo de viagem.

A preocupação deve se estender ao seguro, seja pelo longo período que os viajantes passam em outro país, pelos altos custos no exterior ou pela exigência de governos estrangeiros e das instituições de ensino para que já desembarquem assegurados – Alemanha, Áustria, Bélgica e Dinamarca, por exemplo, assinaram o Tratado de Schengen e exigem a contratação de assistências com cobertura mínima de 30 mil euros, que garantem os gastos com despesas médicas básicas.

“Nas viagens internacionais, a atenção precisa ser redobrada, pois muitas vezes o viajante não conhece hábitos e culturas do país que visitará e pode ter dificuldade de acesso rápido a atendimentos médicos”, lembra Almir Fernandes, presidente da Brasil Assistência.

Para o estudante, a proteção funciona basicamente como um seguro voltado ao turismo ou aos negócios, com poucas diferenças. Enquanto o seguro viagem tradicional é contratado por estadia diária, limitado a 120 dias, o seguro para intercâmbio pode ser adquirido de sete a 540 dias consecutivos para uma mesma viagem. A longa permanência também deixa o intercambista mais exposto a eventualidades e, neste caso, torna o valor da cobertura mais alto. “Para intercâmbios longos, aconselhamos um produto com cobertura entre US$ 100 mil e US$ 150 mil”, diz Daniel Prieto, Country Manager da Assist Card Brasil.

Como foi desenvolvido exclusivamente para estudantes, este tipo de seguro dispensa algumas coberturas. “Não fazem parte das coberturas o seguro de acidentes pessoais e cancelamento sênior (para clientes entre 71 e 85 anos), já que o produto é restrito para clientes de até 70 anos; e a hospedagem de animais” explica Eluza Gomes, coordenadora de marketing de Viagem e Saúde da Mondial Assistance. Também são excluídos o acompanhamento de menores e o retorno de familiares em caso de falecimento do cliente.

É preciso ficar atento na hora de adquirir a proteção, considerando que na viagem tradicional as coberturas são por evento (ou seja, o capital é contratado para cada acionamento médico, por enfermidade, acidente, assistência farmácia ou odontológica). No caso do seguro para intercâmbio, o contratante tem um valor pré-acordado para utilizar durante o período. Assim, cada uso será abatido do valor e o saldo remanescente fica disponível para próximas ocorrências.

Como se trata de uma viagem em que o estudante permanece muito tempo fora de seu país de origem, o seguro contratado pode ser pago em parcelas e o preço é reduzido por conta do longo período de vigência. “Isso acontece mesmo sendo o seguro viagem tradicional uma modalidade bastante acessível”, garante Samy Hazan, diretor técnico de Affinity da Yasuda Marítima – empresa que comercializa seguro viagem em parceria com a Travel Ace Assistance.

Mas atenção: contratar o seguro às vésperas do intercâmbio é uma postura equivocada. O ideal é que o viajante adquira o produto já no momento de fechar o pacote. “Se acontecer algum imprevisto que o impossibilite de viajar, o seguro cobre as despesas de cancelamento”, atenta o gerente comercial de Vida da Porto Seguro, Jaime Prazeres.

A voz dos segurados

Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) demonstram que o mercado de seguro viagem cresceu no País. Entre janeiro e setembro deste ano, a modalidade movimentou mais de R$ 157,7 milhões, aproximadamente 52% a mais do que os R$ 103,8 milhões observados no mesmo período de 2014. Só em São Paulo, estado responsável por 73% do total contratado, o aumento no período foi de 50% e atingiu R$ 115,1 milhões; seguido do Rio Grande do Sul, com alta de 4% (R$ 9,6 milhões); Rio de Janeiro, com 38% (R$ 9 milhões) e Paraná, com 248% (R$ 6,5 milhões).

Apesar dos números animadores, Daniel Prieto, da Assist Card Brasil,declara que os brasileiros ainda não têm total consciência sobre a importância do produto. Por aqui, somente uma em cada três pessoas contrata a proteção. “Temos oportunidade para difundi-lo tanto no segmento de intercâmbio quanto para viagens tradicionais e corporativas”.

Quem permaneceu no exterior por um longo período ressalta a importância de viajar assegurado, mesmo que a assistência não seja acionada. A gerente comercial Suellen Mota ficou 35 dias em Vancouver (Canadá) junto com a irmã, para aprimorar o inglês. Após a proposta da agência de viagem, ela pesquisou sobre as coberturas e os valores do produto de maneira independente. “Contratar um seguro viagem não parece ser tão importante, mas realmente é, e foi pesquisando que entendi o seu custo/ benefício. Se acontecesse qualquer coisa durante nossa estadia, teríamos que arcar com todas as despesas”, comenta.

Na companhia do marido, a administradora Fabiana Soares viajou para a Ásia, onde visitou Tailândia, Vietnã e Camboja, e adquiriu o produto por risco de intoxicação alimentar. “Nesses locais, a alimentação é muito diferente da nossa. Li relatos sobre a precariedade da higiene e de muitos turistas que passavam mal com a comida por isso”, afirma ela, que contratou ainda o seguro viagem para um intercâmbio na Africa do Sul e um tour pela Europa.

Intercâmbio no exterior: veja quais coberturas podem ser contratadas

√  Morte acidental e traslado do corpo;
√  Translado de profissional médico;
√  Indenização à família em caso de morte acidental durante a viagem;
√  Despesas médicas, hospitalares e odontológicas;
√  Ressarcimento de despesas farmacêuticas e de gastos em caso de atraso de bagagem;
√  Coberturas nos casos de invalidez permanente total ou parcial por acidente em viagem;
√  Passagem aérea de ida e volta para um familiar acompanhar o viajante em caso de acidente;
√  Traslado de menor de idade;
√  Cancelamento ou interrupção de viagem e perda ou dano de bagagem;
√  Recuperação médica no hotel;
√  Compensação por atraso ou cancelamento de vôo;
√  Assistência jurídica;
√  Adiantamento de fiança ou financeiro;
√  Serviços de conveniência como auxílio por perda de documentos, informações de viagem, pré check-in aéreo, serviços de concierge (com reservas em restaurantes e shows) e help desk em tecnologia.

 

produto | RC Ambiental

Complexo e necessário

Saiba como este seguro ajuda a minimizar os danos causados por desastres naturais, como o rompimento das barragens em Mariana

Lívia Sousa

O maior desastre ambiental do País. Assim é definido o rompimento das barragens de Fundão e Santarém, administradas pela mineradora Samarco (joint venture da Vale com a anglo-australiana BHP Billiton) e localizadas entre os municípios de Mariana e Ouro Preto. Apontada como anunciada, a tragédia provocou uma enxurrada de lama tóxica na zona rural do distrito de Bento Rodrigues, e soma mortos, desaparecidos, centenas de desabrigados, a devastação do Vale do Rio Doce, além de refletir no Estado do Espírito Santo onde, além de praias, afetou áreas de preservação ambiental.

Em situações de desastre, o seguro de Responsabilidade Civil Ambiental ganha destaque sobre suas funcionalidades e coberturas que envolvem, por exemplo, riscos operacionais, perda de receita, responsabilidade civil geral (incluindo a responsabilidade civil por danos ambientais) responsabilidade dos dirigentes empresariais (seguro D&O). “Sempre que surge uma tragédia, o fato e suas consequências criam uma necessidade de avaliar o que aconteceria conosco”, declara Jacques Goldenberg, diretor internacional da MDS Insure.

Pela proporção que tomou o caso de Mariana, no entanto, este destaque foi ainda maior. “Com a ruptura da represa, a empresa ficou sem saber o que fazer. Não devia ter um plano de gerenciamento de crise ou, se tinha, certamente não funcionou”, analisa o especialista em Energy da resseguradoras Cooper Gay do Brasil, Daniel Menezes.

É importante lembrar que, ao contrário dos seguros de frota, de riscos operacionais e de benefícios, nos quais as informações dos riscos são mais fáceis de serem parametrizadas, o seguro de riscos ambientais é mais complexo e exige, em sua análise e avaliação, um conhecimento profundo da atividade da empresa proponente, de seus sistemas de prevenção e segurança, de sua proximidade em relação a núcleos populacionais e a cursos de água ou mananciais.

Plano de contingência

Consequência do gerenciamento de risco adotado na empresa, o plano de contingência avalia e estuda todas as situações acidentais ou incidentais que possam afetar direta e indiretamente a companhia e suas consequências. São definidas ações gerais e específicas a serem adotadas em função da ocorrência surgida.

Goldenberg explica que o plano tem uma função socioeconômica por não se limitar a danos materiais e financeiros que impactam a empresa, mas por considerar, entre outros danos pessoais, sua responsabilidade civil, imagem, danos ao meio ambiente e reflexos no mercado onde atua.

“No plano de contingência, são definidas as responsabilidades e as ações que devem ser adotadas pelos diretores e funcionários da área de comunicação. Situações de desastre devem seguir os procedimentos do plano e não se pode, em hipótese alguma, improvisar soluções sob risco de piora no controle da situação”, acrescenta.

Já Menezes chama a atenção para o fato de que o plano de gerenciamento deve funcionar antes da crise. “Não é quando a asa delta está despencando que se deve pensar em paraquedas”, frisa. Se o plano não for pensado e treinado antes, no momento do desastre haverá urgência nas soluções que, na pressa, serão necessariamente tardias.

Para o executivo, não houve gerenciamento no caso de Mariana e, mesmo após o rompimento, pouco foi feito. “Não se pensou, por exemplo, em formas efetivas de impedir que a lama fosse para o mar. Além disso, as barreiras sequer protegeram as ilhas, porque eram feitas para conter petróleo, não lama. Ou seja, foi uma grande improvisação”.

Exclusão da indenização

Um laudo técnico elaborado em 2013 a pedido do Ministério Público de Minas Gerais já havia alertado sobre os riscos de ruptura da barragem de Fundão. Irregularidades foram apontadas ainda na barragem de Santarém, que estava com licença de operação vencida desde julho de 2013 – assim como a de Germano, com autorização de operação vencida desde maio do mesmo ano.

O aumento da quantidade de rejeitos acumulados pela mineradora, decorrente da construção de um concentrador de minérios na unidade de Germano, também chama atenção: no ano passado, foram produzidos 21,9 milhões de toneladas de materiais arenosos e lamas (volume 15% maior, ou seja, 3 milhões de toneladas a mais que o produzido em 2013).

Em caso de irregularidades, a indenização pode ser excluída? “A recusa em indenizar é uma situação complexa e somente será consistente se houver dolo ou negligência flagrante, e ainda dependerá das cláusulas das apólices envolvidas”, declara Jacques Goldenberg, da MDS Insure. “A priori, o vencimento das licenças pode ser causa de aplicação de multas ou suspensão das atividades industriais. Já o aumento da produção com utilização maior da capacidade da barragem é uma questão delicada por envolver possível negligencia e deverá ser apurada”.

RC Ambiental no transporte

A procura pelo seguro de Responsabilidade Civil Ambiental também cresce no ramo de transporte rodoviário de mercadorias perigosas. Para as transportadoras, esse tipo de produto já funciona como um diferencial no atendimento e facilita a prospecção de novos clientes e a entrada de grandes embarcadoras, garante Iramil Araujo, gerente geral da área de seguros e gerenciamento de transportes de riscos da Rodobens Corretora de Seguros.

“Quando pensamos em riscos de impacto ambiental na gestão de uma empresa, seja com maior ou menor incidência, é possível imaginar problemas ambientais que podem causar sérios danos à sociedade. Considerando isso, a contratação de um seguro RC Ambiental é acima de tudo uma atitude responsável, não apenas para a condução de um negócio ou a preservação de uma marca, e sim, para a manutenção do compromisso social e ambiental que uma companhia tem com o seu entorno”, completa Araujo.

Para transportadoras, o RC Ambiental garante o pagamento ou o reembolso em caso de ação para neutralização dos danos causados ao ambiente por vazamento de produtos perigosos, lucros cessantes e perdas financeiras provocadas pelos terceiros reclamantes e custos judiciais e honorários de advogados para defesa judicial no foro cível.

Desastres ambientais segurados

O estudo Sigma, divulgado pela Swiss Re em março deste ano, apontou que na última década o total de perdas globais seguradas decorrentes de catástrofes naturais e desastres provocados pelo homem somou US$ 64 bilhões. Já em 2014, o valor chegou a US$ 35 bilhões e, no ano anterior, a US$ 44 bilhões.

 

vida | benefício

Obrigatoriedade reforça o seguro

Empresas precisam garantir o seguro de vida de seus funcionários e cumprir com exigências de sindicatos

Amanda Cruz

A presença do seguro de vida no cotidiano do brasileiro começa a crescer. A tendência de se preocupar com o futuro e o patrimônio deixado para entes queridos são considerações cada vez mais levadas em conta. Um dos entraves para a comercialização do seguro de vida é falar sobre ele. Todos os produtos de seguro estão vinculados a um sinistro que pode ir além dos danos materiais. Quando as questões estão ligadas à morte e à invalidez esse tabu é ainda maior. Como transpor essa barreira?

As empresas e os sindicatos de trabalhadores podem ser grandes aliados do mercado nesse caso. Isso porque muitas convenções coletivas exigem que as empresas contratem seguro de vida para seus funcionários (veja na tabela). Com especificação por lei, a empresa que não cumprir essa obrigação poderá ser autuada. Cada sindicato tem sua particularidade, pois esses tratados não são nacionais. Alguns atuam apenas em esfera estadual, outros, municipal.

As empresas procuram seus corretores, que, consequentemente, procuram as seguradoras para verificar o que elas têm a oferecer para seus clientes. Prova disso é o que afirma Manes Erlichman, da Minuto Seguro: “é raro nos depararmos com uma renovação quando a empresa tem essa obrigação. As empresas sempre chegam com seguros novos. Muitas não sabem ou não estão cumprindo essa exigência”, afirma. As empresas buscam a consultoria de um corretor de seguros apenas quando passam por algum tipo de fiscalização.

Atento a esse movimento, Priscila Mackenzie, da PAN Seguros, afirma que o mercado está trabalhando para ter este serviço sob medida. “Existem diversas empresas que já exigem a consultoria. O mercado, cada vez, mais está olhando para as convenções e fazendo produtos. Por exemplo, existe uma lei que torna o seguro de vida obrigatório para motoristas, independente do sindicato da empresa”, conta.

Por que importa?

Para o corretor essa é uma venda tranquila, porque, de maneira geral, quando alguém decide fazer o seguro de vida, já tomou a decisão. A obrigatoriedade faz com que elas já estejam mais preocupadas em fazer com que tudo saia da maneira correta. “A pessoa sabe que precisa seguir a legislação. Mas há também as empresas que usam o seguro de vida como ferramenta de retenção. Essas já têm uma preocupação diferente com o benefício, é outro enfoque do contratante”, destaca Erlichman.

Via de regra, estas condições são respeitadas pela maioria das empresas, pois os sindicatos laborais fiscalizam muito de perto a política de benefícios estipulada nestes acordos. É o que acredita o superintendente Comercial da Capemisa, Fábio Lessa. “Os seguros de vida, planos de saúde e odontológicos são utilizados pelos sindicatos patronais nas negociações coletivas como alternativa aos aumentos nominais de salário, que possuem grande impacto financeiro no orçamento das empresas em função da tributação incidente”, explica. Em época de instabilidade econômica, como a atual, esse movimento ganha mais força, uma vez que as empresas precisam minimizar o aumento de despesas na folha de pagamento.

As seguradoras que se dispõem a operar neste segmento estão munidas de bons conhecimentos sobre as Convenções Coletivas de trabalho, pois é preciso cobrir todas as exigências feitas.

A experiência de Erlichman como corretor é bastante positiva nesse aspecto, pois as seguradoras têm ajudado a compilar essas convenções coletivas e saber o que cada segmento exige. “Se estou com determinada demanda, a seguradora já sabe o que o sindicato indica. Presta um serviço para nós. Por isso, quem trabalha nessa área geralmente encontra tudo customizado”, conta. Essas cotações geralmente vêm com o básico exigido. Cabe ao corretor estudar o caso e tentar oferecer mais do que o estipulado.

Com essas exigências dentro da mesma atividade laboral, as seguradoras têm uma capacidade aumentada de precificar os riscos de acordo com a exposição de cada atividade. “O seguro pode ter como estipulante o sindicato (laboral ou patronal), entretanto as empresas sempre terão que aderir individualmente ao produto ou apólice”, esclarece Lessa.

Democratização

A obrigatoriedade nesse caso é benéfica? Os entrevistados acreditam que sim. Embora as empresas possam ficar contrariadas com a obrigação inicialmente, e que esse não seja o intuito dos sindicatos, esta é uma forma de disseminar a cultura do seguro, de que tanto se fala no mercado. Fazendo com que os benefícios sejam vistos não como uma obrigação, mas conscientizando pessoas da sua importância. “Acredito que a obrigatoriedade ajuda, e muito, a disseminação. Se não fosse por essas convenções, muitas vezes, o beneficiário não chegaria nem a ter acesso”, comenta Priscila.

Dentre os seguros, talvez o ramo Vida seja o mais delicado para abordar, afinal, o sinistro envolve uma perda muito grande que pode impactar diversas pessoas. Mas há também o viés de proteção e manutenção para quem o recebe e parece ser nele que o mercado vem se apoiando para crescer de 10 a 15% nos últimos anos. “O mercado está crescendo muito, também porque estava muito retraído no passado. Cresce hoje em um ritmo razoável. É difícil querer tirar esses anos de atraso no crescimento de uma vez só, mas está no caminho”, ressalta o executivo da Minuto Seguros.

O ramo de vida em grupo é beneficiado porque atrai as empresas, especialmente PME’s, por possuir taxas muito mais vantajosas que as individuais e uma vez que elas começam a contratar visando uma política de benefícios e acabam criando fidelidade dos funcionários, que percebem o benefício. Para além da obrigação, todos acabam ganhando.

Convenção Coletiva de Trabalho (CCT)

Convenção coletiva de trabalho, ou CCT, é um ato jurídico pactuado entre sindicatos de empregadores e de empregados para o estabelecimento de regras nas relações de trabalho em todo o âmbito das respectivas categorias (econômica e profissional). Veja alguns ramos que normalmente exigem a contratação do Seguro de Vida:

•  Contadores;
•  Estagiários;
•  Frentistas;
•  Hoteis, motéis, flats e similares;
•  Casas Lotéricas;
•  Bares e Restaurantes;
•  Buffet;
•  Construção Civil;
•  Cyber Lan House;
•  Mão de Obra;
•  Motoboy – Motofretes;
•  Padarias e Confeitarias;
•  Pizzaria e Esfiharias;
•  Sorveterias e Docerias;
•  Quadras esportivas.

*  Sempre importante consultar cada Convenção Coletiva de acordo com área de atuação e Estado

Exigências dos sindicatos

O que pedem as coberturas básicas:

•  Morte Qualquer Causa;
•  Morte Acidental;
•  Invalidez permanente, total ou parcial por acidente, doença;
•  Invalidez laborativa funcional por doença.

Existem ainda os benefícios em vida, que podem constar em algumas apólices:

•  Cesta natalidade
•  Cesta Básica
•  Diária de Incapcidade temporária
•  Diária de Internação Hospitalar

* Essas coberturas são as mais estipulada, porém podem trazer outras exigências de acordo com o sindicato. Sempre importante consultar cada Convenção Coletiva

 

produto | cyber

Crescendo junto com sinistros

À medida que mais ocorrências são identificadas, o seguro para riscos cibernéticos torna-se ainda mais imprescindível

Amanda Cruz

Empresas que gerenciam dados de cartões de créditos e clientes que confiam nelas vivem sob uma ameaça: a exposição de dados pessoais que podem ser vazados e usados para ações fraudulentas e criminosas. Em 2014, mais de 10 milhões de identidades foram expostas em quatro mega incidentes, o que acarretou num crescimento de 23% de vazamentos em comparação com 2013. Cinco em cada seis grandes empresas sofrem ataques por meio de e-mails recebidos contendo links ou downloads suspeitos para obtenção de dados pessoais. Também são crescentes os ataques por meio de redes sociais e aplicativos de celulares. Por isso, as apólices de cyber risk são cada vez mais importantes e contratadas por companhias como instituições financeiras, prestadoras de serviços hoteleiros e alimentícios e comércio varejista, que são os principais afetados com essas práticas. Belén Navarro, gerente Regional de RC Profissional & Cyber da AIG para América Latina e Caribe, veio à sede da seguradora em São Paulo falar com corretores e subscritores sobre a importância de analisar e oferecer as apólices aos segurados que estão vulneráveis.

Durante a apresentação, Belén afirmou que 80% dos clientes creem que é difícil se manter atualizado das ameaças cibernéticas, devido à velocidade com que elas evoluem. Além disso, 82% deles temem a ação de hackers, que acreditam ser a principal fonte dessas ameaças.

A apólice de cyber risk é a responsável por mitigar esses danos, quase certos. Ela garante uma solução não só de indenizações, mas também de gerenciamento por sistemas de monitoramento, garantindo a segurança da empresa e também de terceiros, que permitem à companhia arcar com as reclamações de pessoas que tiveram seus dados vazados em tudo o que for cabível e que causar despesas a eles por esses vazamentos, como utilização indevida de seus dados para realização de fraudes, gastos exorbitantes no cartão de crédito etc.

Para a companhia, a apólice garante a contratação de especialistas para a investigação de origem e tamanho do dano, vulnerabilidade de sistemas que precisam ser reparadas e as notificações que deverão ser feitas aos usuários que tiveram seus dados expostos. “Isso pode ter um custo muito alto. A companhia tem que contratar uma empresa de mailing para enviar cartas. Parece pouco, mas se falarmos, por exemplo, de um banco com quatro milhões de dados vazados, esse custo pode ser milionário”, explica Belén.

Embora existam projetos de lei em tramitação tentando garantir a reparação, a lei brasileira não exige, ainda, que essa notificação seja feita, como é exigido nos EUA, por exemplo, mas o seguro já faz esse tipo de cobertura. Mesmo sem a obrigatoriedade, essa iniciativa de contatar clientes pode ser levada em conta em eventuais processos que a companhia sofra, chegando a garantir valores mais brandos de indenização. “Também é importante se a companhia for multinacional e tiver clientes em diferentes jurisdições, que podem exigir essa notificação. Em países como a Espanha, por exemplo, isso tem que ser feito em até 24 horas”, alerta a executiva. Gastos com empresas de relações públicas para diminuir os efeitos nocivos à reputação também estão inseridos na apólice, assim como o monitoramento, durante um ano, dos dados expostos, para garantir que o vazamento foi liquidado e os lucros cessantes para o caso da companhia ter que parar suas atividades por um período para se recompor desses ataques. A apólice pode ser acionada, ao mesmo tempo, tanto para terceiros quanto para a própria empresa.

Belén afirma que acha “muito impressionante o crescimento desses sinistros, mas vamos começar a ter ainda mais”.

 

produto | previdência privada

Mercado resiste à crise

Consumidores pensam no longo prazo e mantêm seus aportes nos planos de previdência privada

Amanda Cruz

O mercado de Previdência Privada se desenvolveu muito e muito bem nos últimos anos. Crescimentos de dois dígitos levaram um mercado muito jovem a ser uma alternativa confiável para as necessidades que a Previdência Social não consegue suprir. Mais pessoas, a cada ano, ingressam nessa medida que poupa e prepara as pessoas para que estejam amparadas no futuro.

De repente, a crise. A primeira impressão que se tem, quando o País entra em uma crise econômica, é que as pessoas passando por dificuldades disponibilizarão de suas economias para conseguir vencer o período. Mas isso não se tornou realidade no caso dos planos de previdência. “Não podemos reclamar, principalmente esse ano, por incrível que pareça. 2013 foi um ano muito mais complicado, mesmo com a economia mais estável”, conta Maristela Gorayb, diretora de Vida e Previdência da Mapfre. Entre os fatores que contribuíram para esse avanço, a executiva cita o fato de a sociedade ter discutido bastante sobre previdência social, o que chama atenção das pessoas para o longo prazo e faz com que elas reflitam sobre o tema. Em segundo, há a questão dos juros elevados, que agora estão em 3%. Isso faz com que as pessoas pensem mais em poupar e, sentindo a instabilidade do momento, precisem gastar menos e guardar o que sobra de alguma maneira.

Fabiano Lima, diretor de Vida e Previdência da SulAmérica, afirma que, ao contrário do que muitos pensam, embora não esteja imune à instabilidade, a previdência não é a primeira fonte a qual as pessoas recorrem na hora do aperto. “Quem faz sabe que esse é um investimento de longo prazo, não são acessados primeiramente. Cientes disso, as pessoas não fazem esses saques porque percebem que não estão suficientemente protegidos pela previdência social”, alerta. Quem depende de renda de oito a dez salários mínimos, por exemplo, terão redução na aposentadoria por conta do novo teto do INSS e precisará desse complemento. “Com todas essas discussões vindo à tona, as pessoas param para pensar, de verdade, nessas necessidades”, aponta Lima.

Na Mapfre, os planos VGBL continuam sendo o produto com a maior parcela de aportes, 87,7% de toda receita. Isso acontece porque a maioria da população faz sua declaração de IR pelo formulário simplificado, que contempla a modalidade. Além disso, quase 87% dos planos são individuais, apenas 11% são empresariais.

Longevidade

A pesquisa realizada pelo censo de 1991 apontou uma mudança importante no perfil etário brasileiro: o País começou a envelhecer mais rápido. A taxa de natalidade caiu enquanto as pessoas passaram a viver mais e o mercado teve que acompanhar essa mudança enquanto começava a se estruturar melhor no Brasil, mas Lima acredita que isso foi benéfico e que o mercado hoje já é bem preparado para enfrentar essa questão. “A empresa sempre tem uma reserva. O cálculo do benefício previa certo período de sobrevivência médio, se essa longevidade aumenta, é preciso aportar recursos”, afirma o executivo da SulAmérica. A Susep faz uma rigorosa fiscalização para manter essa solidez, com simulações que conseguem identificar se faltará reserva já levando em consideração esse tipo de mudança. Há também as chamadas tábuas de mortalidade, que a partir de 2010 ganharam sua versão brasileira por acadêmicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – que levam a sigla BR-EMS. Com elas, é possível que a empresa possa estipular a sobrevida que um beneficiário poderá ter a partir de certa idade e com a estimativa fará aportes que cubram esse tempo, bem como adequando as contribuições. “Quando você adquire o plano de previdência, ele já prevê isso. As empresas estão preparadas para esse volume”, aponta Lima.

O chamado risco de viver mais é cada vez maior. Executivos apontam dois riscos importantes: morrer e deixar entes queridos desassistidos e o de viver demais e sobreviver às próprias reservas financeiras, ficando dependente de outros membros da família. Marystela lembra ainda que é preciso lançar um olhar diferente sobre a necessidade de pensar no longo prazo. “Ainda há muita dificuldade de planejamento financeiro. Mas quando as pessoas conseguem fazer esse planejamento, deparam-se com a realização de seus sonhos, fazem as ideias saírem do papel”, diz.

O perfil do brasileiro

Por conta dessa cultura menos abrangente, mesmo os brasileiros que já fazem algum tipo de investimento tendem a ser bastante conservadores e se arriscarem pouco, ficando na zona de conforto. Em outros países, como os EUA, o perfil englobava modelos mais arriscados, mas essa tendência vem mudando, mesmo lá, depois da crise de 2008. “Após essa crise houve um período de muita recessão no mercado de renda variável. Se o consumidor não quer tomar riscos, não adianta. Às vezes, investimentos mais ousados podem trazer bons retornos, mas não há como trabalhar em cima dessa teoria se o perfil não absorve o risco envolvido”, acredita Marystela.

A SulAmérica atesta isso. Fabiano Lima afirma que 90% dos clientes da companhia estão em fundos conservadores de renda fixa, muito também por causa dessa turbulência. “As pessoas que têm um período de acumulação maior têm mais espaço para arriscar e ter mais rentabilidade, porque têm também um período maior para se recuperar e diversificar mais”, aponta.

Por essas razões, além de ser uma garantia para o futuro, a previdência também é uma maneira de ensinar as pessoas a começarem a administrar seu orçamento e serem capazes de reservar recursos. Junto com os planos vêm também os benefícios fiscais na declaração. Os descontos de impostos apenas no momento do resgate são características importantes de lembrar.

Não é preciso fazer sozinho

O medo do desemprego tem crescido. Enquanto as empresas dispõem de menos recursos para reter funcionários por meio de pagamento de salários maiores, a previdência, especialmente entre funcionários mais especializados, é um diferencial, mas é um dos últimos benefícios que as empresas praticam. “Esse movimento gerou bastante demanda para a nossa carteira. O aumento do desemprego ao invés de frear o nosso crescimento nos deu oportunidade. Acredito que deverá ter algum impacto nesse segmento, mas as crises são cíclicas”, destaca a executiva da Mapfre.

A previdência como benefício tem o valor de contribuição definido pelo funcionário, que estipula o limite de sua contribuição e a empresa entra com o mesmo valor complementando. Se o vínculo empregatício acabar, o trabalhador poderá resgatar sua parcela e manter no plano por conta própria ou fazer a portabilidade para outro.

A previdência é um seguro que pode proteger as pessoas do risco de viver demais. É possibilidade de dar à nova fase da vida qualidade e conforto.

 

Insurance Meeting | evento

Tecnologia avança em seguros

Mercado precisa agir rápido para atender novos consumidores

A chamada geração Y ou do milênio, formada por jovens que estão conectados a maior parte do tempo, são muito bem informados, descartam ligações telefônicas e não ligam para mensagens publicitárias, está exigindo de todos os segmentos econômicos um esforço maior de adaptação. Essa necessidade é ainda mais evidente nos setores com tradições arraigadas, como o mercado de seguros, que precisa correr contra o tempo para não perder o bonde (melhor seria nave?) da história.

Não por acaso, esse foi o foco central dos debates durante a edição 2015 do Insurance Service Meeting, que a CNSeg realizou em Angra dos Reis, em uma das mais belas regiões do Rio de Janeiro. “Vocês não estão mais competindo uns com os outros. Mas, com o desconhecido”, alertou, logo no primeiro painel do evento, o consultor Duarte Carvalho, da Ernest Young.

Segundo ele, a geração que já nasceu com um celular nas mãos será a metade da população já em 2017, o que provocará mudanças significativas nos negócios. “A próxima onda de transformações atingirá bancos e seguradoras”, sentenciou Carvalho, para quem seguradoras e corretores não estão sendo mais perseguidos por um coiote (menção ao antigo desenho animado), mas por vários “enxames de abelhas” (alusão às inúmeras startups que surgem rapidamente em todos os cantos do mundo).

No mesmo painel, o executivo de negócios da Capgemini Brasil, Joel Oliveira, advertiu que os corretores de seguros, por exemplo, já estão enfrentando algumas difíceis batalhas, praticamente impossíveis de vencer, contra conglomerados gigantes. “O Google já trabalha como um corretor, sendo uma fonte de consulta para consumidores, e com uma penetração enorme”, citou o consultor.

Preços

Segundo ele, o consumidor pode sair ganhando nesse novo cenário, pois o mercado será obrigado a adotar novas práticas, o que acabará provocando uma redução de preços. “No seguro de automóvel, o preço deverá variar de acordo com o uso efetivo do veículo, medido por novas tecnologias”, exemplificou Oliveira.

Antes disso, na abertura do encontro, o presidente da FenaSaúde e vice-presidente da CNSeg, Márcio Coriolano, admitiu que o mercado de seguros está sofrendo os reflexos da forma acelerada com que novas tecnologias, aplicativos e sistemas são desenvolvidos.

Na visão dele, não há mais como negar que os “paradigmas estão sendo quebrados por consumidores mais exigentes”. Nesse cenário, Coriolano acredita que ser ágil e eficaz no processo de adaptação será uma vantagem competitiva considerável.

A dificuldade em se adaptar ao novo cenário também foi mencionada pelo mentor do Insurance Meeting, Eugênio Velasques. Na visão dele, está cada vez mais difícil realizar o que o cliente deseja.

Futuro

Em todos os debates, o que se viu foi uma repetição de alertas dos consultores presentes sobre a indispensável e inadiável adoção de todas as ferramentas tecnológicas possíveis para acompanhar as novas tendências de consumo e ampliar os canais de relacionamento com o público.

Tendo como tema central “Desafio da transformação: repensar, reagir e recriar”, o Insurance Meeting deste ano reforçou a importância do foco na inovação e na gestão de processos.

Mas, sempre tendo como objetivo final atender aos novos e impacientes clientes, que querem mais agilidade para adoção dos novos conceitos, valores e desejos. “Nada mais será como antes”, alertou o C&O do grupo Padrão, Roberto Meir, escritor e especialista internacional de relações de consumo.

Apresentando uma visão alarmante sobre o futuro do Brasil, que assustou a plateia, ele frisou que o mercado de seguros enfrenta “gargalos” importantes, incluindo o fato de ter sido “concebido para vender para a velha economia, que está saindo de cena junto com os “baby boomers” (nascidos entre 1943 e 1960) e a “geração X” (entre 1960 e 1980)”.

Para ele, o setor precisa aprender a falar com uma nova geração, que é “muito mais unida e engajada”.

Na avaliação de Roberto Meir, se tivesse uma postura mais proativa no sentido de acompanhar ou se antecipar às necessidades do consumidor, o setor de seguros seria responsável por algumas novidades tecnológicas relevantes. “O Waze (aplicativo para o trânsito) deveria ter sido desenvolvido por este mercado”, disparou.

Roberto Meir criticou também o fato de o setor de seguros ser “totalmente off-line”, com um modelo de vendas “arcaico”. Na opinião dele, dessa forma, será cada vez mais difícil atingir o jovem que “não vê tv ou propaganda, nem fala ao telefone”.

Menos pessimista, o cientista de dados Julio Guedes, do Serasa Experian, acentuou que o mercado de seguros, embora tenha vindo depois dos bancos no processo que visa a adotar ferramentas tecnológicas inovadoras para ganhar eficiência, está avançando rápido nesse processo. “Novos programas transformam dados em informação. E é precisou ouvir o que o cliente está dizendo”, observou.

Novidade

Na exposição realizada paralelamente ao Insurance Meeting, prestadores de serviços para área de TI e gigantes da área tecnológica apresentaram novidades.

Foi o caso da Wdev, que vai utilizar drones para auxiliar na regulação de sinistros e cotação de seguros na área rural, dentro de uma ferramenta desenvolvida para as seguradoras.

Segundo o gerente de produtos da empresa, Daniel Assis, os drones e a internet das coisas, com o uso de sensores em maquinários e veículos, “serão muito importantes nesse processo”.

Já a I4PRO apresentou, entre outras novidades, o “Portal do Corretor”, uma ferramenta eficiente de gestão de portais para seguradoras, criada para atender corretores de seguros e seus parceiros com serviços como cotação, emissão de apólice, consultas de recebimento de comissão, entre outros.

Pesquisa

Essa afirmação foi corroborada, em parte, por pesquisa realizada pela CNSeg durante o evento. Perguntados sobre quais áreas de uma empresa de seguros as questões ambientais, sociais e de governança têm maior impacto e relevância, 37% responderam “inclusão financeira e acesso ao seguro”. Em seguida, foram citados o “envelhecimento da população” (20%) e a “tecnologia, logística e cadeia de suprimento” (19%).

Sugestiva também foi a resposta da maioria dos entrevistados sobre o que a CNseg deve oferecer ao mercado: 46% responderam “compartilhamento de pesquisas, modelos, análises, ferramentas e sistemas de quantificação”.

Evento ficou quatro vezes maior

O Insurance Meeting ganha cada vez mais relevância, na medida em que consolida sua condição de “termômetro” para medir a capacidade de adaptação do mercado de seguros ao novo cenário criado pelas novidades tecnológicas.

Os números confirmam essa tendência. Segundo a diretora executiva da CNseg, Solange Beatriz Mendes Palheiros, a 9ª edição do evento atraiu 41 patrocinadores e 350 pessoas.

Em 2005, o primeiro encontro contou com 17 patrocinadores e pouco menos de 100 congressistas, a grande maioria formada por especialistas em TI. “Agora, este não é mais apenas um encontro de tecnologia. É um evento de negócios, de conhecimento, de promoção”, observou Solange Beatriz.

 

Insurance Meeting | Indra

A tecnologia como aliada

Chegada do consumidor digital faz com que companhias de seguros procurem ferramentas para auxiliar na integração de novas tendências

Há 20 anos atuando no mercado segurador, a Indra oferece soluções e serviços que cobrem toda a cadeia de valor do negócio de seguros e que abarcam desde serviços de consultoria, passando pelo desenho e implantação de soluções, até a externalização completa de processos de negócio e serviços de gestão tecnológica.

Mais uma vez, a companhia esteve presente no Insurance Service Meeting como patrocinadora do encontro e apresentou suas capacidades tecnológicas. “Participar deste evento é sempre uma oportunidade para estreitar o relacionamento com clientes e parceiros e apresentar as novidades da companhia. Além disso, consideramos muito relevantes os esforços da CNseg em propor temáticas atuais e promover a discussão de questões estratégicas para as companhias do setor”, afirma Juliano Fiorussi Davoli, gerente executivo do mercado de seguros da Indra no Brasil.

Na ocasião, a empresa discutiu soluções que estarão na pauta dos CIOs das seguradoras nos próximos anos. Segundo Davoli, há a necessidade das seguradoras se adequarem ao consumidor digital e, para tanto, deverão preparar seu parque tecnológico e de soluções de forma a se adequar a nova realidade. “Neste sentido, contamos com tecnologias inovadoras e de vanguarda que ajudarão as companhias a integrarem essas novas tendências com mais facilidade e flexibilidade”, completa ele.

Soluções

No contexto de um mercado competitivo, com um grande nível de concorrência entre as seguradoras para conseguir serviços adaptados aos distintos segmentos de clientes, a oferta da companhia permite incrementar a eficiência dos canais de distribuição. Neste sentido, ela desenvolve soluções que permitem aos clientes gerir campanhas através de ferramenta de CRM, aumentar a eficiência comercial pela implementação de solução de Business Analytics (BA), e programas de fidelização centrados em políticas de incentivo para maximizar a eficiência do canal.

A companhia também foca sua oferta na mobilidade, que inclui um conjunto de funcionalidades a serem utilizadas como base para desenvolver adaptações e particularidades conforme os requerimentos de cada companhia de seguros, além de apoiar as seguradoras a reterem clientes.

“O mercado de seguros, cada vez mais dinâmico e globalizado, está sofrendo uma clara reorientação baseado em um modelo de mobilidade, que facilita e acelera o acesso dos clientes à informação e serviços oferecidos a eles pelas seguradoras. Graças à vertiginosa evolução que as tecnologias impulsionam neste mercado, apostamos numa clara orientação ao cliente como centro de qualquer negócio. E isto sim se aplica especialmente ao negócio de seguros”, declara Davoli, acrescentando que, no Brasil, a companhia está pronta para apoiar as empresas seguradoras em todas as necessidades de modernização, como a transformação digital, por exemplo.

A Indra também desenvolve soluções próprias, como a plataforma iONE. Com valores diferenciados no âmbito da operação do negócio, a ferramenta preza pela simplicidade na definição e lançamento de produtos, o que proporciona às seguradoras um competitivo time-to-market. Ao mesmo tempo, é uma solução flexível e permite configurar uma das carteiras de produtos mais amplas do mercado. Seu desenho foca na integração de módulos e ramos, oferece visão global do negócio e eficiência nas operações.

Do ponto de vista tecnológico, a empresa destaca-se pela orientação a processos, assim como pela construção sobre os standards do Business Process Management (BPM) e arquitetura orientada a serviços (SOA), o que oferece a capacidade de controlar a situação de qualquer processo de negócio da companhia. Além disso, facilita a integração com qualquer outro sistema ou solução do mercado e permite evoluir a plataforma com rapidez para adaptá-la às mudanças do entorno competitivo.

Expectativas

O Brasil tem sido uma geografia de alto potencial para a empresa e, hoje, a estrutura local do mercado de seguros conta com mais de 350 profissionais, entre eles executivos com passagem por grandes consultorias especializadas e companhias de seguros. A aposta na formação e na capacitação interna dos profissionais que compõem esta área para que sejam conhecedores do negócio de seguros, suas regulamentações e legislações, gera um grande diferencial competitivo, conferindo valor agregado aos serviços prestados e gerando maior sinergia com os clientes.

Ainda neste âmbito, a Indra investe na certificação, como é o caso dos doze profissionais em processo da Certificação Nacional CNseg (CPC), que visa reconhecer o nível de conhecimento técnico sobre o setor segurador e contribuir para o aprimoramento dos recursos humanos do mercado. A multinacional conta ainda com vasta experiência em gerenciamento de grandes projetos de transformação destinados a melhorar o negócio dos clientes, colocando à disposição recursos tecnológicos avançados.

Responsável por 6% do Produto Interno Bruto (PIB), o mercado de seguros vai na contramão do atual cenário da economia brasileira. Diversos estudos sobre o setor apontam para um crescimento estável. No primeiro trimestre de 2015, foi registrado um aumento de 22,4% em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).

A Indra acredita que o crescimento deste mercado está associado a questõescomo o aumento da expectativa de vida, as problemáticas da previdência social e a insuficiência do sistema público de saúde – que abre espaço para os seguros de vida, de previdência complementar e de saúde. Com a expansão contínua da frota de veículos e urbanização, tambémvê a ocorrência de mais acidentes, roubos ou furtos, que acabam por aumentar a procura por seguros automotivos e residenciais.

“Como consequência do crescimento contínuo do setor, entendemos que as seguradoras buscarão na tecnologia o apoio para melhorar sua oferta de produtos, a qualidade dos serviços prestados, bem como gerar maior rentabilidade e crescimento sustentável”, finaliza o gerente executivo de seguros.

 

reconhecimento | Sincor-GO

Prêmio duplo

Revista Apólice conquista o primeiro lugar nas categorias Webjornalismo e Mídia Especializada do 1º Prêmio Sincor-GO de Jornalismo

Lívia Sousa

A Revista Apólice, que em 2015 foi destaque no Prêmio Especialistas, encerra o ano com mais um reconhecimento: o 1º Prêmio Sincor-GO de Jornalismo, promovido pelo Sincor-GO, em que alcançou o primeiro lugar nas categorias Webjornalismo e Mídia Especializada. O anúncio dos vencedores e a entrega dos troféus ocorreram em almoço realizado em Goiânia (GO), no dia 25 de novembro.

“Acredito que ao jornalismo cabe mais do que reportar os fatos da vida. Com seus conhecimentos podem interpretar, traduzir e formar opinião. Os profissionais que aqui estão colaboraram com sua inteligência para transformar os dados em informações relevantes para a sociedade”, destacou o presidente da entidade, Joaquim Mendanha, durante a abertura do evento, adiantando que em 2016 haverá a segunda edição do Prêmio.

Seguindo o tema “Seguro é Proteção”, as matérias vencedoras (“Deolho nas oportunidades”, assinada pela jornalista Lívia Sousa e publicada noportal da Revista Apólice; e “Especial Centro-Oeste”, publicado na edição 187 e de autoria da editora Kelly Lubiato e da jornalista Amanda Cruz) abordam a importância do desenvolvimento do mercado de seguros na região Centro-Oeste e a valorização do corretor de seguros. O reconhecimento da mídia especializada é de extrema importância para a que a cultura do seguro seja expandida no País e que, juntamente com as seguradoras e corretoras, o trabalho de informar seja feito com credibilidade e transparência.

XVI Prêmio Bandeirante

Na mesma data, o Sincor-GO anunciou os vencedores do XVI Prêmio Bandeirante, que destaca as melhores seguradoras com atuação no Estado de Goiás nos ramos Automóvel, Elementares e Benefícios. Porto Seguro, Tokio Marine e Liberty Seguros figuraram entre as companhias mais reconhecidas pelos corretores de seguros, que em pesquisa avaliaram o atendimento das empresas nas áreas operacional, comercial e de sinistros.

Mendanha destacou mudanças no Prêmio Bandeirante a partir da próxima edição, em 2016. “O prêmio chegou em sua maturidade para que possamos avançar, principalmente separando as companhias de seguros segmentadas em determinados ramos. Assim, elas serão premiadas por um trabalho exclusivo”.

Foram anunciados ainda os homenageados pelo troféu Ouro Especial: Marco Antonio Rossi e Lucio Flavio Condurú, executivos do Grupo Bradesco, que faleceram em um acidente aéreo no dia 10 de novembro; além de José Jerônimo Celestino, ex-presidente do Sincor-GO; e Lucas Vergilio, deputado federal – os dois últimos homenageados na confraternização anual dos corretores de seguros de Goiás, realizada em 5 de dezembro.

 

evento | cargas

Gerenciamento para transportes

CIST promove em São Paulo III Congresso Sulamericano de Seguro de Transportes e Cascos

Amanda Cruz

A logística dos sistemas de transportes, seja por via terrestre, marítima ou aérea, exige a contratação do seguro. Essa obrigatoriedade reforça a importância do III Congresso Latino Americano de Seguros de Transportes e Cascos realizado pelo CIST – Clube Internacional de Seguros de Transporte, entre os dias 16 e 19 de novembro, na capital paulista. Que discute as melhores práticas no gerenciamento dos riscos de logística.

Uma das palestras abordou um produto sobre o qual pouco se ouve falar: o seguro de Cash in Transit. Essa modalidade protege todos os valores, como dinheiro ou jóias, que possam ficar expostos enquanto estão sob custódia de alguma empresa ou no momento em que é preciso transportá-lo. Antelmo Terrades, presidente da Secrisk International, afirma que em todos os lugares do mundo é preciso ficar atento, não há onde exista mais ou menos risco, e sempre há a possibilidade de sabotagem. “O crime organizado cria vínculos com criminosos do mundo inteiro. Isso realmente impacta nosso trabalho”, afirmou. Em sua apresentação, Terrades destacou que para evitar fraudes, é preciso que sejam realizadas auditorias surpresas nas empresas que têm a custódia desses bens.

E quando o risco não vem de um lugar específico, mas de uma rede? O assunto está mesmo em voga e, assim como abordado nessa edição, o seguro contra riscos cibernéticos esteve presente também no evento do CIST. Jai Sharma, advogado especializado em Marine da Clyde & Co, da Inglaterra, falou sobre a evolução do conceito desses desafios. “Tudo está conectado à internet e, ainda assim, há problemas de segurança”.

Novas tecnologias, de fato, trazem novos riscos. “Padrões de privacidade não são tão elevados quanto deveriam. Esse descuido leva à perda de dinheiro, crédito e de reputação”, destacou Sharma. Estar vulnerável significa ter que negar serviços até que tudo se normalize, arcar com as conseqüências de e-mails com vírus que possam ser enviados em nome da empresa e outras práticas ainda mais nocivas, como a descoberta de segredos de negócios pelos concorrentes e arruinar a relação com clientes.

O entrave é: menos de 10% das companhias ao redor do mundo estão pensando sobre seguros cibernéticos, principalmente por esse ser um risco complexo.

Os transportes marítimos também passam por essa insegurança, conforme conta Anthony Cowie, vice-presidente sênior da Swiss Re. Há a constante ameaça de roubo de dados do espaço digital, seja nas companhias em terra ou nas próprias embarcações, como plataformas, navios etc. É uma nova maneira de praticar a pirataria. “Com ataque cibernético é possível roubar mais e de maneira muito mais rápida”, destacou Cowie.

Os ataques estão acontecendo em todas as indústrias e os executivos afirmam que, nesse caso, a pergunta que deve ser feita dentro das companhias não é se um sinistro cibernético ocorrerá, mas quando ocorrerá e se a empresa terá resiliência e proteção suficientes para responder a esses acontecimentos.

Controle de perdas

Cristiane França Alves, da Companhia Siderurgica Nacional – CSN – e também presidente da ABGR, trouxe alguns fatos que demonstram porque as perdas ainda são tão grandes e os riscos mal gerenciados.

A primeira reposta que Cristiane tem a essa questão é: otimismo demais. Para ela, jargões conhecidos como “Deus é brasileiro” fazem parte de uma mentalidade nacional que falha em avaliar perigos. O povo pacífico, muitas vezes padece de sua própria crença de que tudo ficará bem, tudo se resolverá. “Ninguém quer a perda e é preciso tentar evitar com o gerenciamento de riscos”, ressaltou a executiva.

 

comemoração | SulAmérica

120 anos: renovada e pronta para novos desafios

Companhia apostou na venda cruzada de seus produtos e já colhe resultados, como o crescimento da participação dos corretores multlinhas na venda de seguro saúde

Kelly Lubiato

Este já é o terceiro século em que a SulAmérica atua. Nascida em 1895, a seguradora acompanhou o desenvolvimento do País e foi pioneira em vários setores, como capitalização, seguro de vida e seguro saúde. São cinco gerações da família Larragoiti.

A receita do sucesso, de acordo com o presidente da companhia, Gabriel Portella, é “manter a estratégia e subscrição disciplinada com foco na rentabilidade”. Nos primeiros nove meses de 2015, o faturamento da companhia já atingiu a marca de R$ 11,4 bilhões.

Para melhorar seu resultado, a seguradora apostou no conceito de multilinha, investindo no treinamento de sua força de vendas e na internalização de alguns processos, como callcenter, por exemplo.

A coroação da festa de 120 anos foi a mudança da SulAmérica para o novo prédio em São Paulo, localizado na Avenida Faria Lima, bem próximo à estação de mesmo nome do metrô. Portella conta que a nova casa foi construída especialmente para a companhia, obedecendo a rígidos critérios de sustentabilidade.

O novo prédio da companhia possui ampla estrutura, que inclui 13 andares e uma cobertura, vasta área verde e sistemas inteligentes que possibilitam um consumo consciente dos recursos. Sua localização estratégica, servida por diversas linhas de ônibus e conectada ao sistema de ciclovias, visa oferecer comodidade a funcionários, parceiros comerciais e clientes. O projeto pretende interferir positivamente na paisagem da região, marcada por intenso fluxo de pessoas e veículos, contribuindo para as iniciativas da administração municipal voltadas à valorização e revitalização da área.

A diversificação dos negócios da companhia foi a chave para o crescimento neste período, de acordo com vários executivos da SulAmérica. Matias Ávila, vice-presidente comercial, explicou que, somente no seguro saúde, 65% das vendas foram feitas por corretores de seguros que atuavam primordialmente em outras carteiras, como automóvel. “Isso só foi possível graças ao amplo processo de treinamento. Somente em 2015, mais de 37 mil colaboradores de corretoras de seguros receberam aulas sobre os produtos da companhia”, comemora.

No setor em que é líder, no seguro saúde, a SulAmérica está investindo na mudança dos hábitos das pessoas, incentivando-as a terem atitudes mais saudáveis, com gestão integrada da saúde, apoio aos doentes crônicos e prevenção. O projeto Saúde Ativa já atingiu mais de 500 empresas.

Para esta importante data, uma campanha na mídia também está sendo lançada para homenagear esse grande marco. Com o mote “A vida é imprevisível e, acredite, isso é muito bom”, as peças publicitárias trazem invenções e fatos imprevistos que assinalaram a história do Brasil e do mundo nos últimos 120 anos e circulam em TV aberta, TV paga, rádios, sites e redes sociais.

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