Ultima atualização 30 de julho

Seguros para 2020 e além: a necessidade é a mãe da reinvenção

Líder global da área de seguros da PwC, Stephen O’Hearn explica as principais questões abordadas no relatório "Seguros para 2020”

Seguros para 2020

Quais são as questões mais urgentes em relação ao mercado global de seguros? As mudanças parecem estar chegando com rapidez ao mercado e os players precisam acompanhá-la na mesma velocidade. Questões como as relações sociais e o poder da conectividade; tecnologia e os processos de dados e informações; o meio-ambiente e seus riscos com catástrofes; A multipolarização econômica do mundo e a instabilidade política são temas abordados pela pesquisa da Pwc, intitulada: Seguros para 2020.

A Revista Apólice conversou com o idealizador da pesquisa, o líder global da área de seguros da PwC, Stephen O’Hearn, sobre as principais questões abordadas no relatório e ele explicou que esses são pontos em comum para qualquer mercado, em qualquer continente. “A tecnologia certamente será uma grande aliada dessas mudanças, acredito que elas podem e já estão ajudando muito no desenvolvimento de novas práticas e amadurecimento de diversos mercados”, destacou.

 

“A questão não é mais o quanto os seguros estão dispostos a mudar, mas como deve ser essa mudança e quão rápido as empresas  podem responder a ela. Os principais diferenciais serão a capacidade de manter o controle de desenvolvimento emergente e de avaliar as suas implicações, respondendo a elas de forma ágil”

 Stephen Ohearn, da Pwc

 O estudo mostra que as ações que os seguradores irão tomar para promover ajustes necessários dependerão não apenas de seus mercados nacionais ou regionais, mas também de sua intenção estratégica, suas capacidades essenciais, avaliação de talentos, além de sua cultura organizacional e de capital. Ainda assim, para maioria – se não para todos – dos seguradores, essas mudanças de mercado demandam uma mudança significativa em produtos e no restabelecimento de longo prazo do modelo de negócios. E isso não deverá ser fácil.

O executivo afirmou que, embora existam muitas diferenças no mercado de seguros ao redor do mundo e cada mercado tenha suas particularidades, a disrupção é uma tendência mundial. “O mercado é globalizado. O tipo de análise que nós fizemos tem muito a ver com as decisões que deverão ser tomadas daqui pra frente, porque percebemos que esse é a indústria de seguros apresenta essa necessidade de disrupção muito forte”, conta.

É importante desenvolver uma visão clara de onde e como as companhias pretendem competir. Para algumas, isso inclui uma proposta de valores totalmente nova. Para os seguradores do ramo vida isso pode incluir uma oferta mais ampla e atraente em relação à qualidade de vida e bem-estar por um lado e a segmentação de nichos inexplorados do outro. Para companhias Property & Casualty, isso pode incluir uma melhoria em seus bancos de dados e gerenciamento de riscos olhando como essas informações podem se aplicar à maior faixa de prevenção de risco e proteção possível. “Talvez um dos grandes entraves no mercado de seguros sejam as regulações e suas disparidades,  mas isso é necessário em todos os lugares do mundo e  temos que nos adaptar, mas é um obstáculo”, aponta O’Hearn

Com as intenções estratégicas estabelecidas, é importante determinar como alcançar as pessoas por meio de diferentes mensagens e canais, simplificando o desenho dos produtos, e reorganizando a sua distribuição. Outras considerações incluem, ainda, como reformular o processo de subscrição para capitalizar em cima de novas análises e informações, bem como para agilizar o processo de vendas em tempo real. A velocidade de desenvolvimento do mercado é tanta, que é virtualmente impossível prever quais serão as demandas dos consumidores em alguns anos. As abordagens antigas para os planos estratégicos podem ser muito lentas para manter o ritmo das mudanças. Em vez disso, nós propomos quatro passos:

  • Aprender quais são as necessidades do seu segmento alvo;
  • Construir os modelos que possam levar à compreensão das necessidades dos segurados;
  • Testar inovações com projetos piloto para ver se elas ressoam com os clientes e refinar a proposição de valor;
  • Melhorar e lançar a nova proposta de valor para segmentos específicos.

Utilizando essa aproximação, desenvolvimentos que poderiam demorar anos agora podem ser trazidos ao mercado em questão de meses, ou semanas, e então acessados, adaptados e descartados ou expandidos para conhecer as novas necessidades do setor.

O resultado serão companhias mais rápidas e mais responsivas, capazes de manter o ritmo com as demandas dos consumidores e capitalizar desdobramentos de oportunidades comerciais. “O futuro pode e deverá ser brilhante para os seguradores. Eles têm oportunidades para se empenhar em estar mais próximos, tornando-se mais valiosos e intrinsecamente ligados à vida das pessoas, sejam indivíduos, famílias ou empresas. Seguradores terão mais informações com as quais poderão criar soluções inteligentes e serviar a uma gama maior de necessidades. O desafio é ter certeza como fazer essa capitalização sabendo que o mercado também será muito mais aberto e menos fidelizado”, conclui o especialista.

Amanda Cruz
Revista Apólice

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

Ads Blocker Detected!!!

We have detected that you are using extensions to block ads. Please support us by disabling these ads blocker.

Powered By
Best Wordpress Adblock Detecting Plugin | CHP Adblock