Ultima atualização 17 de junho

Crescendo com os desafios

11º Encor destaca evolução do mercado securitário em tempos de instabilidade econômica e debate nova atuação dos corretores de seguros

Abertura 11º EncorRicardo Pansera, presidente do Sincor-RS, abre exposição

11º Encor RS – A cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, foi palco do 11º Encor entre os dias 11 e 12 de junho. Realizado pelo Sincor-RS, o evento teve como tema principal “Crescendo com os Desafios” e reuniu diversas autoridades do mercado securitário.

Na abertura do encontro, o presidente do Sindicato, Ricardo Pansera, lembrou que o mercado de seguros cresceu de forma significativa nos últimos anos e disse que, apesar de o País passar por um cenário macroeconômico desafiador, acredita na continuidade do crescimento do setor, sobretudo na capacidade e criatividade dos corretores de seguros. “Embora os sinais de crise, há muito espaço a ser ocupado. Por isso, nossa missão é apenas uma: transformar crise em oportunidades”, declarou o executivo.

O vice-presidente do Sincor-RS e da Fenacor, Celso Marini, destacou as conquistas recentes da categoria, como a inclusão no Simples. A exemplo de Pansera, também frisou os bons resultados apresentados pelo ramo em tempos instáveis da economia.

“De acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), no primeiro trimestre de 2015 o setor devolveu a sociedades mais de R$ 11 bilhões na forma de indenizações e benefícios. Isto significa que, em média, mais de R$ 127 milhões foram injetados a cada 24 horas, entre janeiro e março, para reparar perdas, recompor patrimônios, reativar negócios e proteger famílias”, declarou ele, completando que, comparada ao mesmo período de 2014, a receita de prêmios cresceu 22,4%, somando R$ 42,5 bilhões. “Os corretores de seguros geraram 90% desta produção”.

Celso Marini_11º EncorCelso Marini, vice-presidente do Sincor-RS e da Fenacor

Já a atuação dos corretores de seguros foi pautada por Marco Antônio Rossi. Na ocasião, o presidente da CNseg lembrou que os profissionais fortalecem as seguradoras e que a troca de ideias promovida pelo evento serve de “ponte” entre corretores e companhias.

Marco Antonio Rossi_11º EncorMarco Antonio Rossi, presidente da CNseg

Também discursaram Julio Cesar Rocha, presidente do SindSeg-RS; e Robert Bittar, presidente da Escola Nacional de Seguros – que anunciou a criação do curso de Tecnólogo em Seguro com ênfase em seguros e previdência, a ser realizado em forma de Ensino à Distância.

Robert Bittar_11º EncorRobert Bittar, presidente da Escola Nacional de Seguros 

A abertura do encontro foi marcada ainda pelas homenagens a Sérgio Petzhold, vice-presidente do Sindicato; e Miguel Junqueira, presidente de honra do SindSeg.

homenagem(Da esq. para a dir.): Miguel Junqueira, Sérgio Petzhold e Ricardo Pansera

Indo além

O 11º Encor contou com uma série de palestras. Ministrada pelo vice-presidente do Sincor-SP, Boris Ber, uma delas destacou os desafios a serem enfrentados pelos corretores de seguros, que hoje se deparam com a necessidade de prestar atendimento diferenciado para atrair novos clientes, garantir renovações e progredir profissionalmente.

“Na atual situação do Brasil, há também os desafios políticos e econômicos. Vivemos momentos instáveis que mostram um consumidor interessado em preservar aquilo que tem. É o momento do seguro”, declarou.

O executivo alertou que, mesmo tendo todo o perfil do segurado, muitos profissionais continuam atendendo apenas no seguro de automóvel, deixando de oferecer ou procurar despertar a necessidade de produtos como seguro de vida e residencial.

Outro ponto destacado foi o uso de ferramentas da rede social para se aproximar de atuais ou futuros segurados, além da preocupação em atender a carteira de clientes antigos como se fosse novos segurados, o que na opinião de Ber é uma maneira de manter os níveis de renovação.

Foco no novo consumidor

Em painel, executivos revelaram que há um mercado promissor surgindo na classe C, fator apontado inclusive como possibilidade de crescimento da produção do segmento de seguros. Marco Antônio Gonçalves, diretor Gerente Comercial Massificado da Bradesco Auto/RE, afirmou que o momento vivido pela economia brasileira pode contribuir para que as pessoas busquem uma cobertura securitária.

Já o presidente da HDI Seguros, João Francisco Borges da Costa, lembrou a importância da ascendente classe C como consumidora de bens e serviços na economia, inclusive no mercado de seguros. “Mesmo com a queda do nível de consumo, há espaço para crescer e é a hora do corretor ficar ao lado do cliente”, lembrou ele.

A descoberta do brasileiro sobre a importância do seguro de vida e do plano de previdência foi discutida por Luciano Snel, presidente da Icatu Seguros. Segundo ele, fatores econômicos e sociais determinaram este rumo em todas as classes. Assim, cresce a importância do corretor de seguros como canal de vendas de seguros de pessoas.

Jayme Garfinkel, presidente do Conselho de Administração da Porto Seguro, lembrou que surgiu um novo público pronto para comprar uma cobertura para automóveis. “É um mercado imenso e que exige criatividade para ser atingido. São pessoas que compraram pela primeira vez seu carro. As chances de vendas são excelentes”, finalizou.

Sucessão empresarial

Preocupados com a continuidade de suas empresas, os corretores presentes no 11º Encor acompanharam uma apresentação de Alexandre Latuf, sócio da Latuf Corretora de Seguros, que já trabalhou em grandes companhias e passou a se dedicar 100% à corretora de seguros da família.

“Metade das empresas familiares no mundo não pensam em sucessão e os negócios que dependem exclusivamente do seu fundador não sobrevivem ao processo. Pensar na sucessão não é somente saber quem estará à frente de sua corretora, mas ter o foco na prevenção de problemas futuros”, explicou Latuf.

No caso dos filhos, decidir quem estará apto a sucessão é possível por meio da identificação das competências e características de cada um. No entanto, o executivo destacou que há alternativas para sucessão que não seja somente a familiar.

“O fundador pode dividir a organização entre os herdeiros, o sócio pode comprar 100% das ações, contratar um executivo do mercado para levar a empresa adiante ou até mesmo vendê-la ou fechá-la de forma programada”, disse ele, acrescentando que a ação pode se tornar um problema nos casos em que não for planejada – neste caso, o planejamento evita dificuldades e conflitos e mantém a credibilidade da empresa.

“Programar a sucessão empresarial é imprescindível para qualquer empresa. A sucessão é um processo contínuo e não de um evento único em determinado momento. É preciso pensá-la de forma que tanto o sucessor quanto o sucedido sejam preparados para caminhar juntos no processo”.

Entraves

Antônio Penteado de Mendonça, advogado da Penteado Mendonça e Char Advocacia, previu que os corretores de seguros terão um futuro otimista. Para isso, ele advertiu que os profissionais deverão superar alguns círculos, entre eles a crise na economia e na política.

Mendonça afirmou que o mercado está mudando. As seguradoras de grandes conglomerados econômicos voltam-se para o varejo, para a grande massa de consumidores. Companhias estrangeiras compram seguradoras nacionais, companhias se especializam em determinados ramos, o resseguro cresce no país – e exige corretores especializados no assunto – e isto abre novas perspectivas.

O palestrante também apontou problemas bem conhecidos como as corretoras cativas, o seguro vendido em contas de energia elétrica, água, telefone; aqueles vendidos em redes de varejo, bancos. Mesmo assim, Mendonça afirma que há muito espaço para a corretagem crescer.

Panorama da economia e repúdio

Quem também marcou presença no 11º Encor foi o jornalista Alexandre Garcia, que falou sobre como se deram momentos decisivos da política nacional e traçou um panorama da economia brasileira a partir do Plano Real até os dias atuais.

O deputado federal Lucas Vergilio (SD/GO) também participou do encontro, ocasião em que repudiou a criação da Banrisul Corretora de Seguros. “Soube da ideia do governo gaúcho e não concordo com ela. Não há como criar uma corretora de seguros oficial. Pretendo comparecer à reunião com os 31 deputados da bancada gaúcha na Câmara Federal e mostrar porque a proposta não pode ser aceita e pedirei que levem esta mensagem aos deputados estaduais do Rio Grande do Sul”, disse o parlamentar.

Vergilio também falou de seus projetos de lei andamento na Câmara (O PL 10/2015, que trata da estruturação de novo produto; e o VGBL Saúde, um seguro de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência que irá gerar desoneração para saúde pública, incentivando o investimento ao invés do consumo, e gerando poupança para o Governo).

Ele citou ainda o Projeto de Lei Complementar n° 01/2015, que institui um seguro obrigatório de responsabilidade civil das empresas, proprietários, promotores ou organizadores de eventos artísticos, recreativos, culturais, esportivos e similares. Segundo ele, essa proposta visa a evitar tragédias, como a da boate Kiss, que vitimou 242 jovens há dois anos, em Santa Maria (RS). “Com um seguro desses, a vistoria de uma companhia não permitira a abertura de locais sem condições”.

* Com informações de Paulo Burd, assessor de imprensa Sincor-RS
Fotos: Rafael Cavalli

L.S.
Revista Apólice

 

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