Ultima atualização 10 de março

Após queda, avaliação do risco político brasileiro se mantém estável

Estudo feito pela Aon mostra que problemas decorrentes de investigações junto a estatais e provedores de serviços causam atrasos em projetos e investimentos necessários ao País

globo1

A Aon apresentou a nova edição do Mapa Mundial de Riscos Políticos, estudo que mensura os riscos para se realizar negócios em 163 países. Feita em parceria com a Roubini Global Economics, a edição de 2015 mostra que o Brasil se manteve avaliado com a classificação de risco médio, após registrar queda em seu ratingem 2014.

De acordo com o consultor de riscos políticos e investimentos no exterior da Aon Brasil, Keith Martin, o principal motivo para a manutenção da nota se deu pelo fato das eleições no ano passado não ter conseguido reduzir o ruído no ambiente político, que tem sido afetado pelo baixo crescimento econômico e as incertezas quanto à adoção de reformas econômicas e fiscais.

“Outro fator que influenciou diretamente na estabilidade da avaliação foram os problemas decorrentes das investigações junto a empresas estatais e provedores de serviços, que trouxeram como consequência atrasos em projetos e investimentos necessários ao desenvolvimento do Brasil, principalmente em obras ligadas ao setor de infraestrutura”, argumenta o executivo.

Ainda segundo Martin, as atuais dificuldades enfrentadas pelo País podem ser o início de um período transformador, no qual há a possibilidade de ser criadas oportunidades para reformas favoráveis ao setor privado e, consequentemente, possibilitem maior capacidade de atração de investimentos.

“O novo governo tem um longo caminho a perseguir para recuperar sua credibilidade e há expectativa que esta crise possa gerar resultados positivos a médio e longo prazo”, afirma ele.

Além do cenário nacional, o consultor revela que o documento também constatou aumento do risco político de Angola e Moçambique, países em que muitas empresas brasileiras mantêm investimentos maciços. Por outro lado o Equador, importante parceiro comercial, teve sua nota elevada.

“Há uma série de questões políticas e econômicas que devem ser bem avaliadas. Alguns países vêm atravessando certas dificuldades e, em muitos casos, esses governos tomam iniciativas para proteger suas economias, mas acabam desestimulando o ingresso de investimentos”.

Para Marcelo Homburger, vice-presidente executivo da unidade de riscos e seguros da companhia, cada vez mais as empresas procuram avaliar os riscos de se investir em determinadas nações antes da tomada de decisão.

“Por usar os dados e análises de mercado mais recentes, nosso relatório ajuda organizações a definirem suas estratégias de investimento em mercados emergentes. As companhias têm que monitorar constantemente sua exposição a riscos políticos, que em muitos casos não são perceptíveis, mesmo em economias e países que possuem uma graduação positiva”, explica, acrescentando que “o mapa dá uma boa visão geral, mas não substitui uma análise mais detalhada, que pode inclusive ter como resultado decisões de mitigação de riscos, como, por exemplo, a contratação de seguro de riscos políticos”.

MUNDO

O levantamento destaca que a queda do preço do petróleo pode causar maior instabilidade em países emergentes produtores da matéria-prima como, por exemplo, Irã, Iraque, Líbia, Rússia e Venezuela. Além disso, grupos extremistas da África e Oriente Médio podem se fortalecer em países afetados pela queda de receita com a comercialização do produto e que não tenham resiliência para absorver choques econômicos.

Países como Egito, Tunísia e Marrocos, que em outras circunstâncias se beneficiariam de importações mais baratas de petróleo, podem enfrentar maiores riscos à segurança por conta de vazios de poder no Iraque, Líbia e Síria. O preço baixo também continuará lançando sombras na economia da Comunidade dos Estados Independentes, especialmente no caso dos maiores parceiros comerciais da Rússia na região, como Bielorrússia e Cazaquistão.

CLASSIFICAÇÃO DE PAÍSES

República Dominicana, Equador, Geórgia, Laos, Panamá, Suazilândia e Zimbábue foram os países que tiveram o seu risco geral classificado como mais baixo em relação ao ano anterior. Já Angola, República Centro-Africana, Burkina Faso, Gana, Guiné, Haiti, Líbia, Moçambique, Omã, Paquistão, Serra Leoa e Uganda tiveram seus índices elevados. No total, houve mudanças na nota de 19 países desde a publicação do mapa de risco de 2014, em comparação com 15 mudanças em 2013 e 25 em 2012.

L.S.
Revista Apólice

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