Ultima atualização 19 de novembro

Escola Nacional de Seguros realiza “Seminário Financial Lines”

Evento reuniu profissionais do setor para discutir meios e ferramentas destinadas à proteção de empresas, dirigentes e funcionários

financial lines 1

A Escola Nacional de Seguros organizou, na última quinta-feira (13), o “Seminário Financial Lines – Riscos e Seguros para Instituições Financeiras”. Realizado no Hotel Meliã Paulista (SP), o evento reuniu profissionais do setor para discutir meios e ferramentas destinadas à proteção de empresas, dirigentes e funcionários.

Um dos primeiros assuntos a ser colocado em pauta, o seguro Directors and Officers (D&O, tradicional no segmento de Financial Lines) é utilizado por cerca de 80% das empresas de capital aberto. De acordo com Celso Gomes Soares Junior, superintendente de linhas financeiras da Zurich Seguros, a importância sobre a contratação do serviço – que entre as instituições financeiras não só garante a cobertura de falhas administrativas como também a disponibilidade de bens, bloqueio de contas correntes e até a própria inabilitação – explodiu nos últimos cinco anos, mas o mercado brasileiro continua inexperiente para lidar com coberturas deste tipo em eventos de grande estresse.

“Em 2002 e 2011, tivemos um pico no número de investigações do Banco Central. Essas ações de intervenção e de fiscalização são muito ligadas aos ciclos econômicos. Nestes períodos de crises momentâneas, em que as empresas percebem que o risco está perto, é que a procura pelo seguro cresce de maneira extraordinária”, explicou o executivo. Nos próximos anos, porém, Soares acredita que as instituições estarão mais preparadas, visto que hoje parte considerável das companhias já conta com o seguro D&O.

Para o futuro, o superintendente apontou a importância de se criar novas regulamentações, leis de proteção ao consumidor e ações coordenadas de reguladores mundiais.

 


Seguros FIPI e EPL

 

No Brasil, pouco se comercializa os seguros de Responsabilidade Civil Profissional para Instituições Financeiras e o de Responsabilidade Civil Trabalhista (siglas FIPI e EPL, em inglês). Por aqui, o primeiro conta com aproximadamente 15 apólices, enquanto o segundo tem apenas cinco. “Esses produtos ainda são poucos comercializados, mas tem muito potencial de desenvolvimento em nosso mercado”, disse o diretor de linhas financeiras da Ace Seguros, Rafael Domingues.

 

Já estabelecido internacionalmente, o seguro FIPI busca atender principalmente Pessoas Jurídicas cobrindo, entre outros pontos, erros, ações ou omissões, negligências, imperícias ou imprudências, além de perda de informações e de documentos não negociáveis. O serviço foca principalmente na severidade destes acontecimentos. Segundo o diretor, o apelo do FIPI é grande, sua venda e convencimento são tangíveis à percepção de risco. Mas o grande entrave para o desenvolvimento do produto no Brasil são as dificuldades para se obter informações de grandes empresas.

 

“O produto tem um grande apelo, a cobertura é interessante, mas o mercado está muito restrito para capacidade de FIPI. O próprio mercado de resseguros de Londres é extremamente travado para liberar capacidades para este tipo de risco. Isso, obviamente, atrelado a muitos sinistros que aconteceram em um passado recente, mas no futuro as reservas das seguradoras devem se estabilizar”, frisou Domingues.

 

Já quando o assunto é o seguro EPL, algumas semelhanças aparecem. Também contratado por Pessoa Jurídica, tem como perfil a retroatividade e cobertura limitada a primeira vigência e é um “divisor de águas” para o desenvolvimento do mercado local por meio de franquias. Suas principais exclusões envolvem reclamações anteriores ou antes da retroatividade, mas principalmente questões de obrigação trabalhistas de caráter patrimonial.


Seguros BBB e Cyber Liability

 

Segurança e privacidade de dados é uma preocupação crescente entre instituições financeiras. Assim como as empresas relacionadas a finanças, os setores de saúde e seguros, prestadores de serviços, empresas de tecnologia e telecomunicações, varejistas e instituições de ensino fazem parte da lista de companhias vulneráveis ao risco. No foco dos chamados hackers estão dados pessoais, registros médicos e cartões de crédito e débito.

 

Apesar da preocupação, Flávio Sá, coordenador de linhas financeiras da AIG Seguros, afirmou a legislação brasileira ainda é branda e incipiente neste tema. “Uma dessas perdas custaria aproximadamente US$ 7 milhões. O custo médio de um registro envolvido em uma falha e segurança da rede é de US$ 200 mil, com gastos legais de US$ 300 a US$ 500 por hora”, explicou.

 

Lançado no País pela AIG, em 2012, Cyber Liability (seguro de responsabilidade civil cibernética) protege empresas de violação de dados, assim como de ataques cibernéticos, hackers, vírus, atos fraudulentos ou erros de empregados e roubos de informações ou de identidade.

 

Já o seguro BBB (Bankers Blanket Bond Policy – Seguro de Fraude Corporativa para Instituições Financeiras, na tradução) visa amparar os prejuízos diretos da empresa e não tem nenhuma cobertura de responsabilidade civil. Se na América Latina a comercialização do produto é estabelecida, por aqui caminha a passos tímidos. “Muito disso se dá por uma questão de cultura. As instituições financeiras não conhecem o produto a fundo”.

 

 

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

Ads Blocker Detected!!!

We have detected that you are using extensions to block ads. Please support us by disabling these ads blocker.

Powered By
Best Wordpress Adblock Detecting Plugin | CHP Adblock