O estado de Santa Catarina tem sido vítima de fortes chuvas desde o início do mês de junho. Até 1 de julho, 39 municípios haviam sido afetados, acarretando prejuízos a mais de 40 mil pessoas. O levantamento acerca dos danos ainda está sendo concluído.
Em Águas de Chapecó, uma das cidades mais atingidas pelas enchentes da semana passada, 10 casas foram levadas pela água ou ficaram inabitáveis. Boa parte da cidade foi atingida devido à elevação do nível dos rios Chapecó e Uruguai.
Apesar de o nível do rio Negro estar se estabilizando, a Defesa Civil da cidade catarinense de Mafra, no Planalto Norte, permanece em alerta.
De acordo com portaria publicada no Diário Oficial de 16 de junho, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, do Ministério da Integração Nacional, liberou aproximadamente R$ 418 mil para assistência às vítimas.
Segundo Paulo Lückmann, presidente do Sindicato das Seguradoras do Estado de Santa Catarina (Sindseg-SC), estima-se que serão gastos entre 12 e 15 milhões de reais em indenizações na carteira de automóveis em função dos prejuízos causados pelas enchentes. Apesar de muitas residências terem ficado submersas, as estimativas de indenizações ainda não foram divulgadas.
Conforme dados divulgados pela Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), o contrato compreensivo básico do seguro de automóvel prevê a cobertura de alagamento, assim como a de incêndio, colisão e roubo e furto. Neste caso, todos os danos causados pelas chuvas, salvo quando são de responsabilidade do motorista, deverão ser indenizados pela seguradora.
Caso o segurado tenha contratado apenas o seguro de Responsabilidade Civil Facultativa ou a cobertura de roubo e furto, ele não terá direito a acionar o seguro em casos de danos provocados por enchentes.
Segundo a Fenseg, se for detectada a impossibilidade de reparo do carro, a seguradora indenizará o cliente conforme o contrato estabelecido entre as partes. Quando há possibilidade de reparo, a seguradora realiza lavagem e higienização completa do motor, além da recuperação dos revestimentos e reparos necessários para o funcionamento do veículo.
No caso de a seguradora comprovar que os danos causados pela enchente são irreparáveis, o segurado receberá indenização conforme disposição no contrato firmado com a empresa. Apenas uma inspeção será capaz de confirmar a intensidade dos danos causados pela chuva aos veículos.
A seguradora realiza uma vistoria no caso de veículos segurados para detectar se há possibilidade de reparo e qual é o custo. Se este for maior do que 75%, o veículo será indenizado integralmente.
No início do mês de junho, a Liberty Seguros atendeu 110 sinistros de clientes que foram vítimas das enchentes em Jaraguá do Sul (SC). Segundo o analista de sinistros que atendeu os casos no local, Marcos Celso Ribeiro de Paula, o total das indenizações ultrapassou R$ 2 milhões. “Do total de atendimentos, 61 sinistros foram por indenização integral, e, em uma semana, indenizamos 90% dos casos. Não atingimos 100% dos casos, pois ainda temos algumas pendências de documentação dos clientes, mas os restantes estão em andamento”, afirma.
Thaís Carapiá
Revista Apólice
