De acordo com pesquisa publicada pela Finaccord, o mercado global de seguro de crédito de curto prazo cresceu em torno de US$ 10,2 bilhões em prêmios em 2013, e a expectativa é que ele suba para cerca de US $ 13 bilhões em 2017. Como os mercados para este tipo de cobertura estão estagnados ou apresentam taxas de crescimento muito baixas na maior parte dos países europeus, o estudo aponta que a expectativa é que as principais economias não-europeias respondam pelo crescimento de uma parte do mercado mundial de cobertura de crédito comercial de curto prazo (em oposição à cobertura de longo prazo que, muitas vezes, é monopolizada pelas agências estatais de crédito à exportação).
Baseando-se em pesquisa realizada em 20 países, estima-se que o Oriente Médio (compreendendo Bahrain, Kuwait, Omã, Catar, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita) tenha sido responsável pelo rápido crescimento do mercado de seguro de crédito a curto prazo, entre 2009 e 2013, com uma taxa de crescimento anual composta de 38,2%, seguido pela China, com 30,1%, e Rússia, com 22,5%. Enquanto o Oriente Médio e a Rússia sediam ainda mercados relativamente pequenos, que estão crescendo rapidamente a partir de uma base baixa, o mercado chinês de seguro de crédito comercial para o curto prazo já é muito bem desenvolvido, registrando cerca de US$ 1,6 bilhões em prêmios auferidos em 2013.
“Enquanto as taxas de crescimento do seguro de crédito comercial em certos mercados não europeus se apresentam como excelentes oportunidades, é importante entender quais são os nichos nesses mercados acessíveis às seguradoras. Em alguns países, incluindo o Brasil, China e Índia, o conceito de fazer um seguro de crédito comercial doméstico é realmente mais recente do que a noção de aquisição de proteção ao crédito comercial para lidar com parceiros de negócios estrangeiros. De fato, os mercados nacionais de seguro de crédito comercial, muitas vezes, foram estabelecidos por seguradoras de crédito estatais, que, nos casos da China e da Índia, por exemplo, ainda são as fornecedoras dominantes do produto”, comenta Bernd Bergmann, consultor da Finaccord.
Embora o desenvolvimento do mercado chinês tenha sido liderado pela Sinosure, agência de crédito de exportação estatal que até 2013 tinha o monopólio do seguro de crédito de exportação, segundo o estudo da Finaccord, uma mudança na estrutura do mercado chinês está em andamento. “Um grande desenvolvimento na China é o boom no seguro de crédito doméstico, que deverá crescer a uma taxa anual composta de 24,1% entre 2013 e 2017. Este desenvolvimento abre oportunidade para as seguradoras comerciais ganharem presença mais forte na China”, acrescenta Bergmann.
Outra constatação importante da pesquisa é que não só os mercados emergentes, mas também certas economias desenvolvidas, ainda podem oferecer oportunidades de crescimento significativas para as seguradoras de crédito comerciais. A perspectiva é especialmente positiva para a América do Norte, onde as taxas de penetração de seguros de crédito comercial têm sido tradicionalmente muito baixas. “O crescimento do mercado de seguro de crédito comercial na América do Norte foi ajudado pelo fato de que o percentual dos fluxos comerciais totais apoiadas por cartas de crédito está diminuindo. Com o comércio, em termos de contas abertas, expandindo-se, muitas empresas estão demonstrando maior interesse em proteger seus recebíveis. Um aspecto particular do mercado dos EUA é que o crescimento tem sido em parte impulsionado por políticas com limites não canceláveis”, explica o consultor.
Em termos de previsão de crescimento em prêmios, espera-se que as taxas de crescimento anual dos mercados dos Estados Unidos e do Canadá para aumentem 4,9% e 5,7%, respectivamente, entre 2013 e 2017. “Dado o potencial inexplorado, o mercado norte-americano parece atraente, especialmente à luz de suas benignas reivindicações e experiência”, conclui Bergmann.
Thaís Carapiá
Revista Apólice
