Ultima atualização 04 de dezembro

Saúde suplementar deve manter crescimento de 4% nos próximos anos

Para o presidente da FenaSaúde, Marcio Coriolano, a classe média e o segmento de pequenas e médias empresas devem manter o crescimento do setor, mesmo em menor intensidade

O ramo de saúde suplementar, que inclui assistência médica e odontológica, deve crescer por volta de 4% neste e nos próximos anos. A previsão é do presidente da FenaSaúde, Marcio Coriolano, que fez um balanço do mercado em 2013 em conversa com jornalistas nesta quarta-feira, 4 de dezembro.

Segundo ele, “2013 não foi tão turbulento para o setor, pois houve expansão, embora menor do que em anos anteriores”.

Conforme dados de setembro (estatística mais recente, já que os dados referentes a 2013 deverão ser divulgados apenas em março do ano que vem), a expansão de beneficiários da saúde suplementar ficou na faixa dos 2,7%. “O numero é menor do que o registrado nos últimos cinco anos, mas se considerar que a população brasileira cresce menos, ainda é uma taxa forte”, justifica Coriolano.

Ainda de acordo com os dados de setembro, já são 49 milhões os brasileiros cobertos pela saúde suplementar. Desses, 19 milhões possuem planos exclusivamente odontológicos. A assistência odontológica, inclusive, foi a que teve maior retração no número de novos beneficiários. O ramo, que vinha crescendo por volta de 19% ao ano, registra atualmente expansão anual de 8%. Nas classes A e B, 85% das pessoas têm plano de saúde. Este índice desce para 60% na classe C e apenas 1% na classe D.

“A saúde suplementar é parecida com os outros ramos de seguro, ou seja, é um setor impulsionado por emprego e renda”, analisa o presidente da FenaSaúde. Com isso, apesar da desaceleração do ritmo de crescimento da economia brasileira, a recente ascensão da classe média e sua vontade de consumo devem continuar sendo os motores do crescimento da saúde suplementar. Os planos coletivos – especialmente os focados nas pequenas e médias empresas (PME) – devem colaborar para a manutenção do crescimento, uma vez que estas empresas oferecem a assistência médica privada objetivando a retenção de dos profissionais.

O plano de saúde, comentou Coriolano, ainda figura entre os três maiores desejos da população brasileira. Perde apenas para habitação própriae educação– este último conquistou o segundo lugar entre os maiores desejos do brasileiro recentemente.

O executivo comentou ainda sobre a oferta de planos individuais. De junho de2005 ajunho de 2013, o segmento de planos individuais cresceu 14,8%, considerando dados de todas as operadoras do mercado de saúde suplementar. No mesmo período a população brasileira cresceu 9,1%. “É uma prova de que não há desabastecimento de planos individuais”, comenta.

A grande dificuldade das operadoras para oferecer este produto é o reajuste das mensalidades, regulado pela ANS. Conforme a explicação de Coriolano, a inflação médica cresce acima da inflação e a agência reguladora não permite repassar os custos para o consumidor. O rol de procedimentos obrigatórios, atualizados a cada dois anos, também colabora para aumentar os custos. “O consumidor deveria poder escolher para quais doenças quer contratar cobertura”, sugere Coriolano.

O presidente da FenaSaúde explicou que de cada 100 “moedas” pagas pelos consumidores pela assistência médica, 81 são devolvidas para o beneficiário na forma de internações, terapias, consultas e exames. “Teoricamente sobrariam 20, mas as operadoras precisam pagar a estrutura do atendimento, como a comercialização (por meio da remuneração aos corretores), call center etc.”, explica.

Esta relação do que é pago pelo beneficiário e o que volta para ele na forma de atendimento é similar nos outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, retorno para o beneficiário gira em torno de 85% para planos empresariais e 80% para individuais, diz Coriolano.

Consolidação

Ainda na avaliação do executivo, o setor continuará se consolidando nos próximos anos, pois muitas empresas estão ficando insolventes. Deverá ocorrer muitas fusões e aquisições na próxima década. “O setor ainda é muito pulverizado. Mas precisa de escala para diluir o risco”, considera Coriolano. A consolidação não deverá envolver apenas operadoras de saúde, analisa o executivo, mas também no setor de diagnósticos, hospitais e a prestação de serviços no geral.

“A consolidação é importante porque depura o mercado. Quem ‘sobrevive’ é quem consegue estabelecer as melhores práticas”, observa.

Jamille Niero / Revista Apólice

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