Ultima atualização 21 de novembro

Potencial de crescimento do seguro marítimo no Brasil é grande

Em visita ao País, Lee Meyrick, Chief Underwriter Officer de Global Marine do XL Group, comenta sobre as características do mercado brasileiro

De olho nos projetos em andamento e futuros que visam expansão da infraestrutura brasileira – principalmente os que objetivam melhorias em portos -, o XL Group está intensificando a atuação em seguros marítimos no Brasil.

Em operação em terras tupiniquins desde o ano passado, a companhia acredita no potencial deste mercado nos mercados emergentes, especialmente América Latina e o Brasil, país-chave para a seguradora na região.

“Acredito que o futuro está nas economias emergentes. A América Latina é boa parte disso e o Brasil é o centro da América Latina. Nas minhas funções passadas, eu era responsável pelas atividades na região. Aprecio o mercado aqui, com suas oportunidades e desafios”, comenta Lee Meyrick (foto), Chief Underwriter Officer de Global Marine e Offshore Energy da XL, em entrevista exclusiva à Revista Apólice, durante visita ao País no final de outubro.

Na América Latina, a companhia tem, no momento, unidades apenas no México e no Brasil, mas possui operações em países como Colômbia e Argentina.

O interesse no País é devido à crescente internacionalização de nossas empresas, cujas exportações são feitas majoritariamente por transporte marítimo. Como exemplo o agrobusiness, que responde por 22% da economia brasileira. Commodities como soja e milho são enviadas a outros países por navio.

Por ser empresa de capital aberto, o XL Group tem restrições sobre divulgação de market share e previsão de resultados. Mas o executivo revela interesse em operar, principalmente, com importação, exportação e transporte nacional (doméstico), oferecendo seguros de cascos marítimos, responsabilidade civil – pessoas ligadas a atividade marítima, em portos, terminais e quem trabalha nos navios – e transporte de carga. “É um foco-chave para o nosso crescimento no Brasil”, indica Meyrick.

Segundo o executivo, a meta é crescer em toda a América Latina, mas os mercados brasileiro e mexicano são os primeiros. “Somos uma companhia global, mas acreditamos que é preciso fazer negócios localmente. É preciso entender o que o mercado local necessita”, justifica. Na sua visão, é essencial que a equipe que opera aqui seja brasileira, e que receba suporte dos colaboradores da XL de outros países.

Essa é uma das áreas de investimento que nós teremos aqui no Brasil. Teremos uma equipe de controle de riscos e subscritores. Pretendemos estimular nossos talentos em subscrição de riscos, em sinistros e em controles de perdas a crescer.

Diferenças entre o mercado global e o brasileiro

Há muitas diferenças, mas também muitas semelhanças, aponta Meyrick. O mercado global de marine movimenta por volta de 33 bilhões de dólares, segundo dados da IUMI (International Union of Marine Insurance). Metade desse valor é resultado do transporte de carga.

“Muitos riscos são semelhantes, mas o desenvolvimento do mercado é diferente. O seguro marítimo existe em Londres há 400 anos. No Brasil, o seguro é como um facilitador”, esclarece o executivo da XL. A infraestrutura no Brasil é um fator que eleva o risco e dificulta o transporte de cargas. Outro grande risco existente aqui é o de roubo de cargas.

Uma peculiaridade do mercado brasileiro apontada por Meyrick é o desejo por serviços, que são muito importantes aqui. “Nosso negócio será voltado para serviços, sinistros, excelente subscrição e controle de perdas. Existem excelentes subscritores no Brasil”, comenta.

A cada diferente cidade há um mercado diferente que precisa ser compreendido. “As pessoas gostam de fazer negócios com quem entende”, analisa.

Na avaliação do executivo, o mercado interno brasileiro é provavelmente maior que o mercado do Reino Unido, porque o mercado inglês, por exemplo, tem muitos negócios internacionais. São maneiras diferentes de gerenciar o risco. O mercado europeu tem muitos gerenciadores de risco e no Brasil a cultura é muito mais de transferência de risco, observa.

A princípio, a seguradora começou sua operação com um pequeno grupo de corretores, mas Meyrick afirma que “o objetivo é trabalhar com todos os corretores que lidam com riscos corporativos”.

Jamille Niero / Revista Apólice

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