Ultima atualização 23 de outubro

Plano adequado auxilia empresas a se recuperarem mais rápido após catástrofes

Nick Okabe, especialista da Tokio Marine, explicou que o planejamento pode minimizar impactos de catástrofes naturais, como o ocorrido com o tsunami em 2011
Nick Okabe durante sua apresentação

Grandes catástrofes naturais estão acontecendo com cada vez mais frequência e podem afetar os mais diversos países. Estar preparado para esse tipo de ocorrência, por mais remota que pareça, é dever das empresas que fazem um bom gerenciamento de riscos.
O tema foi abordado em palestra realizada nesta segunda-feira, 21 de outubro, durante o X Seminário de Gerência de Riscos e Seguros promovido pela Associação Brasileira de Gerência de Riscos (ABGR) . Shinichi Nick Okabe, especialista internacional da área de Riscos da Tokio Marine no Japão, explicou os impactos e soluções para lidar com essas tragédias e como as empresas podem prosseguir com suas atividades após o ocorrido.
Um dos exemplos citados pelo executivo ocorreu durante o tsunami no Japão, em março de 2011, que invadiu o país e causou grandes perdas. Além das casas e empresas devastadas pela passagem da onda, outros problemas foram acarretados, como vazamentos de usinas nucleares, deslizamentos de terra e escassez de energia elétrica que levou a um blecaute, com grande impacto à economia global. “Estar preparado é estar sempre alerta”, ressaltou Okabe.
Uma empresa de pequeno porte, com 42 funcionários, localizada a 1km da costa, não possuía cobertura para esse tipo de evento, pois não estava em uma área considerada de risco. Com isso, ao ouvirem a notícia do desastre pelo rádio,  tiveram de executar um plano de fuga às pressas, que foi bem sucedido.
Passado o incidente foi preciso colocar em ação uma estratégia para voltar rapidamente às suas atividades, visando o menor impacto possível ao negócio. O novo escritório foi instalado na residência do proprietário, de onde puderam avaliar quais setores da empresa poderiam ter recuperação mais rápida e conseguiram dar seguimento às tarefas. Em três dias eles estavam prontos para retomar as atividades.
Esse foi um claro exemplo de um Business Continuity Plan (BCP) bem sucedido. Segundo Okabe, esse plano é crucial para que todas as empresas possam lidar com a escassez de recursos eventuais, pois ele consiste em saber com agir no momento em que se faz necessário priorizar as atividades para as quais devem ser encontradas soluções de funcionamento que minimizem os estragos.
Para um BCP eficiente é preciso que o gerenciador de riscos responsável pela companhia conheça os dados físicos e operacionais que envolvem a área. Todos os tipos de perigo devem ser levados em conta.  A possibilidade de ocorrência deve ser observada, mas sem descartar os riscos menos prováveis. Essa proteção deve fazer parte do processo de implantação da empresa, pois as análises pré-desastres funcionam para mitigar riscos operacionais, físicos e cuidar de pessoas.
O ciclo PDCA (sigla em inglês para as etapas planejar, fazer, checar e agir) deve ser estruturado, pois ele traz os estágios de recuperação a serem seguidos e deve conter uma data mínima para que a atuação volte ao nível anterior à catástrofe.
“O BCP é um investimento, não há motivos para pensar diferente”, disse o especialista.

Para que o projeto desenhado seja completo é preciso fazer, primeiro, a análise do impacto de risco e depois formar uma sólida estratégia de continuação. No Japão, empresas se unem e contribuem para formação de cenários que são laboratórios de riscos, para que cada vez menos as catástrofes liquidem com as empresas.

Amanda Cruz/Revista Apólice

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