Ultima atualização 28 de agosto

Mercado de saúde brasileiro é alvo de empresas estrangeiras

Com grande número de potenciais clientes, operadoras de saúde investem em gestão de custos para se consolidar no país

Um levantamento feito pela ANS em 2003 indicou que 32 milhões de pessoas eram beneficiárias de planos de saúde e outras 4 milhões possuíam planos estritamente odontológicos. Na apuração feita no ano de 2012, esses números saltaram para 47 milhões e 18 milhões, respectivamente.
Essas avaliações indicam um crescimento significativo da saúde suplementar no Brasil. O setor possui deficiências como qualquer outro e pretende saná-las o mais breve possí­vel. Apesar do crescimento, o mercado atinge apenas cerca de 20% da popula­ção, o que demonstra o potencial para expansão da atividade.
Por esse motivo, o interesse de empresas estrangeiras no Brasil tem se mostrado cada vez maior.
Elas entram no país a procura de um público diversificado, pretendendo uma consolidação no mercado. Para Marcio Serôa de Araújo Coriolano, presidente da FenaSaúde, esses investi­mentos ajudam muito o mercado. “Eles contribuem com mais garantias, solidez e melhores práticas agregadas”, afirma. Mas Coriolano lembra ainda que é preciso que “as empresas sejam bem estruturadas e com alta capacidade de gestão, uma vez que essa área lida com situações de alta complexidade”
Coriolano destaca também que essa entrada não prejudicará a concor­rência do setor. Para ele, o mais im­portante é que as operadoras busquem acrescentar valor aos produtos e essa competitividade servirá para que elas se empenhem em agregar melhores práticas. “A entrada de investimento estrangeiro não afeta a concorrência, nem gera concentração de mercado, diferentemente de outros setores da economia”, afirma.

Planejamento financeiro
Tanto para empresas estrangeiras quanto para nacionais, a questão de gestão e planejamento das ações é uma preocupação recorrente. Isso ocorre, para alguns especialistas, porque as exigências feitas pelos órgãos regula­dores aumentam o rol de serviços que devem ser oferecidos para os clientes, o que exige maior capital das empre­sas. Para Leandro Almeida, diretor Comercial de Benefícios da JLT Brasil, “o grande ponto focal é olhar para a saúde e construir reservas técnicas, caso contrário ficará inviável. O rol aumenta e isso acaba se refletindo no bolso do consumidor final”, destaca.
Esse aumento de valor é repas­sado, principalmente, para os idosos, pois seus planos são os que possuem maiores prêmios, nem sempre sendo compatíveis com a renda mensal do beneficiário. Conseguir administrar os ganhos pode se tornar uma chance de ajudar a sanar esse problema, segundo Almeida. “O idoso precisa do plano, não vai deixar de pagar. Saúde, quando a gente atrela atendimento com bom gerenciamento, torna-se oportunidade para grandes companhias”, opina.
Para atender a crescente demanda desse mercado, as operadoras têm se empenhado em investimentos. Os planos de saúde em grupo são, sem dú­vida, a melhor aposta das operadoras. Eles diluem os riscos e proporcionam um preço mais acessível a quem con­trata. Por isso, algumas companhias têm deixado de comercializar planos individuais e passam a investir com mais força nas parcerias com empre­sas.
Almeida também destaca que existem práticas que podem levar os administradores a se posicionarem melhor, a avaliarem a situação interna da companhia e conseguir administrar de acordo com a situação atual do país. “Controle, gerenciamento e liquidação dos custos médicos. A nossa balança precisa se estabilizar”, esclarece.
As operadoras de saúde que atuam no Brasil estão cada vez mais atentas às necessidades da população. Mesmo as companhias estrangeiras que decidem atuar no país estão muito mais focadas em novo tipo de público. A classe C se tornou também a prioridade dessas empresas, por representar um mercado em franca expansão.
“O cidadão economicamente in­cluído coloca os gastos pessoais com serviços de saúde em primeiro plano, seja por meio da aquisição de seguros e planos privados ou pela busca por qualidade de vida. Por isso, no longo prazo, desenha-se um cenário de gran­de potencial, o que atrai empresas”, acrescenta o presidente da FenaSaúde.
Essas mudanças são um indício de que o Brasil é realmente uma das primeiras apostas das grandes com­panhias. Para Almeida, ainda que a economia esteja passando por um novo momento, “isso dá um voto de confiança ao país. É um chamariz para os investidores”, afirma.

Confira a reportagem completa na edição de agosto (177).

Amanda Cruz / Revista Apólice

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