Ultima atualização 29 de agosto

Inflação em alta pode impactar planos de previdência

Entre os efeitos gerados estão o ganho no longo prazo, que é positivo, e a volatilidade, que pode assustar os investidores e fazê-los resgatar o valor antes do prazo correto, trazendo prejuízos

Apesar de a inflação oficial do governo, medida pelo Ín­dice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e anunciada no começo de agosto pelo IBGE, ter apresentado variação de 0,03% em julho – o resultado mais baixo desde julho de 2010 (0,01%) – o mercado de previdência privada está atento para este cenário.
Na avaliação de Osvaldo do Nasci­mento, presidente da FenaPrevi, a infla­ção não afeta os planos de previdência privada como afetava no passado, quando as pessoas perdiam o dinheiro investido. “É óbvio que quanto mais alta a inflação, maior é a probabilidade de as pessoas perderem poder aquisitivo. Porque corrói o salário e as pessoas aca­bam não aplicando em investimentos de longo prazo. Para o mercado segurador e de previdência privada é fundamental a inflação sob controle e a estabilidade econômica”, considera.
Nascimento explica que o aumento da inflação gera dois efeitos em quem aplica em planos de previdência priva­da. O primeiro é altamente positivo, ou seja, numa perspectiva de longo prazo a pessoa terá o prêmio de juros “bastante atrativo, que varia de 5% a 6% para pa­péis com vencimento de 2020 a 2050”, informa o presidente da FenaPrevi. Segundo ele, esse é o lado mais posi­tivo, porque o investidor terá garantia de ganho real “bastante significativo”. Já o lado negativo é a volatilidade. Ou seja, é ruim porque o investidor observa a variação – às vezes negativa – na cota do fundo, acredita que está perdendo dinheiro e faz o resgate. “Nesse caso, ele perde mesmo. As pessoas que, de certa forma, têm maior conhecimento do que significa aplicar em longo prazo acabam se beneficiando, porque só vão fazer o resgate daqui a anos. Já aquelas pessoas que ainda carecem desse tipo de conhecimento se precipitam e fazem o resgate, o que é ruim”, comenta.
Em termos de novas captações, no entanto, Nascimento afirma que o mer­cado de previdência privada ainda não sentiu retração. “Nem em decorrência da inflação nem da queda do crescimen­to do PIB”, informa.
Segundo dados divulgados pela federação no final de julho, o mercado de previdência complementar aberta ar­recadou R$ 8,1 bilhões em novas contri­buições em maio de 2013. O montante de novos recursos que ingressaram no sistema é 18,64% superior aos R$ 6,8 bilhões registrados no mesmo mês do ano anterior. Com o resultado, a carteira de investimentos do sistema alcançou o patamar de R$ 357,3 bilhões, alta de 21,38% na comparação com os R$ 294,3 bilhões registrados no mesmo mês em 2012.
Segundo os dados da FenaPre­vi, que representa 22 seguradoras e 13 entidades abertas de previdência complementar no país, a previdência privada aberta conta atualmente com 12,6 milhões de contratos ativos e 95,1 mil pessoas já usufruindo os benefícios (aposentadoria, pecúlio, pensão, renda por invalidez e renda a menores).
“A inflação não é interessante para ninguém, mas para os fundos de previdência ela impacta ainda mais. As taxas de juros estão cada vez menores, deve-se considerar então que os fundos de previdência rentabilizam na mesma proporção, ou seja, estão em ritmo reduzido. Por isso, é importante reava­liarmos os seguros e previdências que contratamos, já que nossas necessida­des e capacidade de poupança mudam no decorrer de nossa vida”, analisa Maísa Serra, diretora do Vida Livre Seguros e profissional especializada em previdência privada.
Segundo a especialista, o segredo para ser menos afetado pelo descontrole econômico do país é ter um corretor de confiança, que esteja atento às mudanças para reavaliar seu projeto – opção de investimento – e readequá-lo à realidade.

Confira a reportagem completa na edição de agosto (177).

Jamille Niero / Revista Apólice

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