Ultima atualização 28 de agosto

Gestão de saúde populacional chega ao Brasil

Conceito estimula empresas a manterem programas de acompanhamento permanente da saúde dos seus funcionários

Um levantamento realiza­do nos Estados Unidos pela Staywell Health Management, especializada em implementar hábitos saudáveis entre funcionários no ambiente empresarial, mostra que os riscos de saúde de colaboradores tendem a cair com a elaboração de programas de gestão e a incorporação deste processo ao plano de negócios.
A pesquisa tomou como base as respostas de mais de 700 mil profissio­nais, esposas e funcionários aposenta­dos envolvidos, direta ou indiretamente, em programas de gestão de saúde promovidos por companhias do país norte-americano. Com boas práticas, os riscos diminuíram 4,7%, mais que o dobro do resultado obtido por empresas que criaram ações isoladas de incentivo à saúde (2%).
Os fatores diferenciais para o sucesso da gestão de saúde são a for­matação de ações estruturadas e com metodologia abrangente; incentivos integrados; uma boa estratégia de co­municação; projeções e coleta de dados biométricos e, por fim, integração com os fornecedores.
Este conceito foi trazido para o Brasil e está sendo divulgado pela Asap (Aliança para a Saúde Populacional). O objetivo da entidade, criada neste ano a partir da união de grandes empregadores brasileiros, é incentivar a padronização das iniciativas de gestão de saúde. “Que­remos imprimir a cultura da prevenção no DNA das empresas brasileiras. Estí­mulos aos bons hábitos só terão efeito se o mercado corporativo deixar de adotar iniciativas paliativas e passar a focar em um programa de acompanhamento permanente, que atenda as populações de maneira customizada e conforme o grau de risco de cada beneficiado”, acredita Marilia Ehl Barbosa, superintendente executiva da Asap.

Como as empresas fazem hoje
A combinação de sedentarismo, es­tresse, competição e o envelhecimento da população aumentou consideravel­mente a frequência de doenças origi­nadas no ambiente de trabalho. Tanto que o peso da saúde sobre a folha de pagamento das empresas saltou de 4% para 8% em duas décadas no Brasil.
Um dos objetivos da gestão de saúde populacional é reduzir o custo desnecessário. “Nenhuma das ferra­mentas tem por objetivo limitar o acesso do segurado à assistência, mas sim usar os recursos de saúde com racionalida­de, pois eles são finitos. Sempre que ultrapassam o limite, o custo aumenta”, reflete Alexandre Zornig, diretor da Allianz Saúde.
Segundo o executivo, a Allianz mo­nitora a população de todas as empresas clientes da sua carteira de saúde, mas o acompanhamento é mais intenso nas quais são detectadas populações com riscos específicos. “Todas devem fazer ações de promoção à saúde e prevenção de doenças. Mas as medidas específicas com foco em portadores de doenças crônicas precisam ter população-alvo, senão acabamos mobilizando a empresa de maneira desnecessária”, raciocina.
A ideia é sempre agir ativamente e já oferecer às empresas clientes o moni­toramento da carteira e, posteriormente, a adoção de ações específicas.
O resultado varia de acordo com cada empresa e seu perfil. Se não es­tiver dentro do esperado, a seguradora propõe novas ações para melhorar o quadro.
“Percebemos que nossos clientes estão mais preocupados em implantar programas de gestão do quadro de funcionários. Porque quando eles ob­servam que os custos com benefícios de saúde têm representatividade importan­te dentro dos resultados das empresas, que se preocupam, por obrigação ou por necessidade, e passam a entender que profissionais saudáveis melhoram a produção”, fundamenta Zornig.
O executivo relata que, nos Es­tados Unidos, empresas já oferecem incentivos financeiros para que seus profissionais participem dos programas de prevenção e promoção da saúde. “Acredito que ações similares devem acontecer no Brasil no médio prazo”, prevê.
É interessante também que as empresas, ao adotarem a gestão de saúde populacional, entendam que os resultados não serão percebidos tão rapidamente.
Os resultados das ações aparecem no médio e longo prazo. No caso de programas com hipertensos, por exem­plo, melhoras podem ser percebidas de um ano e meio a dois anos. “Isolamos os dados dessa população e vemos o histórico de uso da assistência médica antes e depois do programa”, exempli­fica Francisco Bruno, consultor sênior da Mercer Marsh Benefícios.
Bruno concorda que as empresas estão mais conscientes da necessidade de fazer a gestão de saúde do seu quadro de funcionários e da criação de progra­mas de promoção da saúde e prevenção de doenças. “Os custos médicos devem crescer de7 a10% acima da inflação econômica em 2013. O aumento de custos faz com que aumente o enten­dimento da importância da gestão de saúde populacional”, reflete.

Confira a reportagem completa na edição de agosto (177).

Jamille Niero / Revista Apólice

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