Ultima atualização 13 de junho

Seguro que cobre falhas na cadeia de suprimentos deve chegar ao Brasil em 2014

Produto, desenvolvido pela Zurich no exterior, foi apresentado pela companhia em conferência realizada nesta quarta-feira (12)

Hoje, no Brasil, não há um seguro específico que cubra os prejuízos resultantes de falhas na cadeia de suprimentos das empresas. A cobertura disponível no mercado está ligada ao seguro de riscos patrimoniais e é considerada “acessória”. Para que seja acionada, depende da ocorrência de algum dano material na planta do fornecedor. E considera apenas problemas ocorridos com fornecedores diretos.

Em outros países, no entanto, já existe um seguro desenhado especificamente para atender essa questão e não precisa responder às exigências citadas acima. O seguro, desenvolvido pela Zurich no exterior e nomeado ‘Supply Chain Insurance’, não está vinculado a nenhum outro produto e cobre todos os riscos, com exceção dos especificados na apólice. Ele foi apresentado na Zurich Conference Corporate, evento direcionado a corretores e clientes corporativos realizado pela companhia nesta quarta-feira, 12, no Guarujá (SP).

O seguro deve chegar ao Brasil no próximo ano, uma vez que o clausulado precisa ser traduzido e adaptado para a legislação brasileira e, posteriormente, aprovado pela Susep. “Já lançamos o conceito. A previsão para trazer o produto para cá é 2014. É um produto específico para clientes de grandes riscos, como siderúrgicas, montadoras, fábricas de papel e celulose, de móveis e de componentes eletroeletrônicos etc.”, explicou Octávio Luiz Bromatti, diretor de Property e Liability da Zurich.

Conforme dados do BCI (Business Continuity Institute), parceiro da Zurich na análise de riscos nas cadeias de suprimentos, em 2012, 73% das empresas pesquisadas tiveram problemas na cadeia de suprimentos. Dessas, 50% já haviam passado por mais de uma ruptura e 40% das empresas não conseguem resolver os problemas causados pelas rupturas e param de produzir.

Segundo a apresentação de Linda Conrad (foto), especialista em riscos na cadeia de suprimentos (“supply chain”, em inglês), que a Zurich trouxe de fora, entre as principais causas de falhas na cadeia estão fatores geopolíticos, sociais e comerciais. A falta de infraestrutura (como fornecimento de água, energia e TI) é outro problema sério, que o Brasil está enfrentando – apesar dos investimentos em melhorias. “No ano passado, 50% das interrupções nas cadeias de suprimentos foram devido a problemas com TI”, comentou Linda. A falta de mão de obra é também um fator problemático. “50% das pessoas que trabalham em fábricas na China vão para casa para celebrar o ‘ano novo chinês’ e não voltam para trabalhar”, exemplificou a especialista.

América Latina

Na América Latina, as principais causas de rupturas na cadeia de suprimentos ocorrem devido a falta de mão de obra, apontou Lisa. Outro dos propulsores para a ruptura da cadeia de suprimento é o roubo de cargas, risco cada vez maior. “No Brasil, na Argentina e na Venezuela geralmente há muito sequestro. Gangues levam tanto o motorista, quanto o caminhão e a carga. Gera uma violência e é um risco para o funcionário, colaborando para a escassez da mão da obra”, refletiu a especialista.

No ano passado, roubos de cargas geraram perdas de R$ 450 milhões na economia brasileira. 70% dos roubos de carga foram registrados em São Paulo e n Rio de Janeiro.

Linda contou que a modelagem de interrupção de negócios feita pela Zurich apontou que o prejuízo gerado por falhas na cadeia de suprimentos é, geralmente, dez vezes o impacto calculado pelo fornecedor.

Para evitar e mitigar esses riscos, a companhia mapeia também os fornecedores de itens para a produção e para distribuição dos artigos já prontos. “Se a distribuição é por um único lugar, é preciso ter proteção ali também, pois se há problema com esse distribuidor, a mercadoria não chegará ao cliente”, raciocinou.

Os fornecedores indiretos também são mapeados. Afinal, segundo análise do BCI, 40% das rupturas na cadeia de suprimentos ocorrem abaixo do nível um de fornecedor – ou seja, de fornecedores indiretos.

“Esse seguro é voltado principalmente para empresas que dependem de muitos fornecedores. É o mercado que vislumbramos. A nossa estratégia é mostrar para o mercado esses novos riscos e que as empresas estão vulneráveis. Mostrar que o mundo está mudando e a tecnologia é dinâmica e, assim como traz benefícios, também traz riscos”, finalizou Bromatti.

Jamille Niero/Revista Apólice

 

 

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