Ultima atualização 20 de junho

AIG lança seguro contra atos terroristas

Com a aproximação dos grandes eventos esportivos que ocorrerão no Brasil, o país ganhou visibilidade e se tornou um possível alvo de terroristas

A AIG lançou, nesta quarta-feira (19/06), o seguro de property contra atos terroristas. O produto se destina a qualquer empresa que queira preservar o patrimônio. Entre elas, aeroportos, museus, hotéis, e grandes ícones turísticos  são os “alvos mais comuns” desse tipo de ato. Podem ser incluídas na apólice, ainda, coberturas para tumultos e vandalismo, além de lucros cessantes.

“A maioria dos seguros de property exclui ato terrorista. Por isso enxergamos a oportunidade de lançar uma apólice especifica”, disse Frank Moraes (foto), gerente de property da seguradora.

A AIG comercializa este seguro nos Estados Unidos desde o atentado de 11 de setembro, ocasião que abriu, ainda mais, os olhos do mundo para o terrorismo.

No Brasil, a seguradora disponibiliza capacidade de cobertura automática de R$ 200 milhões, com possibilidade de expansão para até R$ 500 milhões. “No mercado global, hoje em dia a capacidade está na casa de 1,5 bilhão de dólares por risco. É uma capacidade grande”, ressaltou Keith Martin, assessor de riscos políticos.

Nos próximos anos, o Brasil será palco de diversos grandes eventos internacionais, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Além disso, cidadãos brasileiros também estão se destacando no cenário econômico mundial – como o embaixador Roberto Azevedo, que será o primeiro latino-americano a dirigir a Organização Mundial do Comércio (OMC). “Este cenário torna o Brasil um possível alvo para atos terroristas”, alertou Reginaldo Nasser, pesquisador na área de Política Internacional com ênfase em Conflitos Internacionais, Segurança Internacional e Terrorismo.

A expectativa da seguradora é gerar por volta de R$ 500 mil em receitas até o final do ano com esse produto. A demanda mais forte deve vir das grandes capitais, já que nelas estão concentradas a maior parte dos “locais-alvo” mais comuns, como museus, embaixadas, hotéis, escolas, restaurantes e órgãos do governo, entre outros. As empresas que estão ao redor desses locais também podem contratar o seguro, uma vez que se houver um ato terrorista próximo, a empresa pode sofrer consequências.

No Brasil, hoje, não há a definição – por lei – do que é considerado ato de terrorismo. Por isso, a seguradora considerará apenas os atos notórios e de conhecimento público. “A possibilidade de terrorismo no Brasil existe, mas não sabemos qual é a probabilidade. A visibilidade do país aumentou muito”, analisou Nasser. O especialista explicou o que é o terrorismo. Segundo ele, “é o uso da força e da violência através de ataques a pessoas ou instalações com propósitos políticos, religiosos ou ideológicos, de modo a disseminar medo, terror e danos materiais e psicológicos. Provoca sensação de insegurança em massa”.

Apesar de não existirem grupos terroristas no Brasil, o professor comentou que grupos criminosos podem praticar atos terroristas. Como exemplo, os ataques organizados pelo PCC em maio de 2006, em São Paulo, que causaram pânico na população e esvaziou as ruas de várias cidades paulistas. Na ocasião, delegacias, bases e automóveis das polícias militar e civis sofreram ataques. Escolas, unidades hospitalares, comércio, transporte público pararam de funcionar. “O terror usa da violência física, mas é mais do que isso. Necessita de publicidade e joga com a mente dos outros”, observou Nasser.

Jamille Niero / Revista Apólice

 

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