O Cesvi Brasil – Centro de Experimentação e Segurança Viária – acaba de realizar a nona edição da série Centro de Referência Técnica Automotiva (Certa), que tem como objetivo estimular o debate e a disseminação de informações técnicas e de qualidade ao mercado automotivo.
O tema da vez foi Gestão nas Oficinas Automotivas e, na série de palestras oferecidas pelo evento, os participantes tiveram acesso ao panorama atual do setor, dicas referentes à gestão ambiental e da qualidade, discussões sobre a profissionalização do segmento e explanações do perfil do novo cliente do mercado reparador.
A pauta vem para complementar e dar sequência às discussões realizadas na sétima edição do Certa, que abordou o aumento da tecnologia embarcada nos automóveis e seus efeitos no setor de reparação automotiva.
De acordo com Almir Fernandes, diretor executivo do Cesvi, hoje o mercado apresenta recordes de emplacamento, portanto, existem mais carros nas ruas e mais automóveis para reparação. ‘Atender esta demanda exige uma estrutura maior, custos competitivos, enfim, uma gestão mais sofisticada. E esse é o objetivo desta edição do evento, trazer o tema para discussão junto ao mercado’.
Ainda segundo o executivo, “por este motivo, faz-se cada vez mais necessário o investimento em gestão e treinamento de pessoal, uma vez que a forte competitividade e exigência dos clientes não deixam mais espaço para a falta de profissionalização”, adverte.
Com base em seus trabalhos de consultoria e diagnóstico a empresa apurou que boa parte das oficinas reparadoras não possui ferramentas básicas ou a infraestrutura necessária para realizar suas atividades.
‘Vimos que cerca de 60% dos estabelecimentos não possuíam solda ponto ou mesa de alinhamento, por exemplo”, diz Emerson Feliciano, gerente de pesquisa e desenvolvimento do CESVI. E tem mais. “Aproximadamente 62% não possuem software de orçamentação e 70% dos chefes de oficina nunca passaram por treinamento’, revela Feliciano.
A falta de treinamento também fez parte do assunto tratado por Nilo Chisca, assessor técnico do IQA – Instituto de Qualidade Automotiva. Segundo ele, a falta de processos adequados ou de conhecimento impede que muitas oficinas não estejam em dia com a legislação ambiental.
“A responsabilidade ambiental é obrigação de todos, por isso iniciativas como esta podem colaborar para o aumento da consciência ambiental dos reparadores automotivos e para termos um futuro mais sustentável para nossos filhos e netos”, diz Chisca.
As atividades foram encerradas por Rosana Sá, diretora da Cyclos, que realizou uma apresentação sobre o novo cliente do mercado reparador. Ela discorreu sobre a importância do cliente, seus diferentes perfis e de como atendê-lo de forma correta e estrategicamente. “Embarcar humanização é tão importante quanto embarcar tecnologia”, finaliza.
A.C.
Revista Apólice