Ultima atualização 27 de março

Perdas seguradas por catástrofes chegam a US$ 77 bi em 2012

O ano passado foi o terceiro mais oneroso de que se tem registro, aponta a última edição do estudo sigma da Swiss Re

As perdas econômicas advindas de catástrofes naturais e desastres causados pelo homem alcançaram US$ 186 bilhões em 2012. As perdas seguradas totalizaram US$ 77 bilhões, fazendo de 2012 o terceiro ano mais oneroso de que se tem registro, aponta a última edição do estudo sigma da Swiss Re, divulgado nesta quarta-feira, 27 de março.

A maioria dos sinistros ocorreu devido a eventos climáticos nos EUA. Todas essas perdas geraram aproximadamente 14 mil mortes. A marca de US$ 77 bilhões de perdas seguradas, no entanto, ainda é consideravelmente menor do que o valor de 2011, quando terremotos e inundações recorde na região da Ásia-Pacífico causaram perdas seguradas históricas, acima de US$ 126 bilhões, as maiores já registradas.

Eventos climáticos nos EUA dominaram 2012

No ano passado, nove dos 10 mais onerosos sinistros indenizáveis aconteceram nos EUA. A justificativa é a penetração elevada dos seguros na América do Norte: US$ 65 bilhões (mais da metade dos US$ 119 bilhões de perdas econômicas na região) foram cobertos pelos seguros.

Para Kurt Karl, economista Chefe da Swiss Re, “os graves eventos climáticos ocorridos nos EUA são um lembrete do valor do seguro e do papel imprescindível que desempenha para auxiliar indivíduos, comunidades e empresas a se recuperar dos efeitos devastadores de catástrofes”. Entretanto, ele analisa que algumas regiões não puderam contar com esse “auxílio financeiro” devido à baixa penetração do seguro.

O furacão Sandy foi o fenômeno mais oneroso do ano, tanto em termos de perdas econômicas como de perdas seguradas. Provocou perdas econômicas estimadas em US$ 70 bilhões, o que faz dele o segundo furacão mais devastador de que se tem registro, após o furacão Katrina em 2005. As perdas seguradas ficaramem torno de US$ 35 bilhões, dos quais algo entre US$ 20 e US$ 25 foram cobertos pelo mercado de seguros privados. As perdas restantes foram incorridas pelo Programa Nacional de Seguro contra Inundações.

Os sinistros ocorreram devido à enorme extensão territorial atingida pelos ventos – a maior já registrada para um furacão do Atlântico Norte – e pelas imensas marés de tempestade que se seguiram e que causaram inundações devastadoras em uma área densamente povoada da costa leste dos EUA. Levaram também à pior queda de energia provocada por uma catástrofe natural na história dos EUA. O furacão Sandy também atingiu o Caribe e se estendeu ao norte até o Canadá, o que agravou as perdas humanas e patrimoniais.

Segundo Matthias Weber, diretor de Subscrição do Grupo Swiss Re, “o furacão Sandy desafiou o mercado com sua combinação recorde de campo de ventania e marés de tempestade. A possibilidade de aumento da frequência desses eventos e de que atinjam regiões densamente povoadas, como o nordeste dos EUA, significa que as marés de tempestade extremas precisam ser mais bem compreendidas”.

Um exercício de simulação apresentado no estudo sigma mostra como uma elevação do nível do mar de 0,25 metro até 2050 praticamente dobrará a probabilidade de ocorrência de perdas por inundações extremas. Para o mercado, isso significa que um sinistro indenizável no valor de US$ 20 bilhões, hoje com ocorrência prevista para uma vez a cada 250 anos, passaria a ter ocorrência prevista para uma vez a cada 140 anos.

Maior perda agrícola já registrada

Calor e condições climáticas de secura extrema recorde nos EUA ocasionaram uma das piores secas das últimas décadas, afetando mais da metade do país. Quebras de safra graves no Cinturão do Milho dos EUA resultaram em sinistros agrícolas na ordem de US$ 11 bilhões, inclusive pagamentos de indenizações do programa assistencial federal Seguro Agrícola Multiperigos (MPCI, na sigla em inglês). Issofaz da seca de 2012 o maior sinistro já registrado no seguro agrícola.

Maiores sinistros por terremoto ocorreram na Itália

Uma série rara e relativamente fraca de abalos sísmicos no norte da Itália causou perdas seguradas superiores a US$ 1,6 bilhão, as maiores já registradas no país. A perda econômica total decorrente desses terremotos foi de US$ 16 bilhões. Balz Grollimund, diretor de risco de terremotos da Swiss Re, afirmou que “embora expressivos, os sinistros foram apenas uma fração do custo total do evento. A Itália, país com várias fontes sísmicas, tem uma das mais baixas taxas de penetração dos seguros para terremotos entre os países industrializados com alta exposição a este tipo de risco”.

J.N.

Revista Apólice

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