Ultima atualização 01 de fevereiro

Para as empresas, crise na Europa está longe de terminar

Cenário foi emitido pela Coface em 2013, baseado no seu contato diário com empresas de todo o mundo

A recuperação das economias desenvolvidas ainda é refém de dívidas pública e privada. Além disso, a confiança das corporações e dos consumidores ainda não foi reestabelecida, devido à situação de piora do mercado de trabalho e às reformas institucionais incompletas na Europa. Este é o cenário emitido pela Coface em 2013, baseado no seu contato diário com empresas de todo o mundo.

Ainda de acordo com a previsão, a falta de visibilidade da política orçamentária nos EUA também pode impactar o crescimento americano. A Coface prevê a continuidade da recessão na zona do euro em -0,1%, com uma contração persistente da atividade no sul da Europa. O crescimento nos EUA irá desacelerar para +1,5%, enquanto os países emergentes vão registrar crescimentos ao mesmo tempo fortes e sustentáveis, a +5,2%.

Quanto às avaliações individuais de cada país, a Itália e a Espanha foram rebaixadas pela segunda vez em um ano, enquanto a nota A1 do Japão foi colocada em alerta negativo devido ao risco da queda nas exportações, em particular para a China. Entre os países emergentes, a Coface elevou a nota da Indonésia, que demonstrou uma notável resistência à recessão nos países desenvolvidos. Em contraste, a avaliação de risco país para a Índia foi rebaixada para A4 e o “modelo indiano” está enfrentando um sério questionamento.

“A probabilidade de uma crise sistêmica na Europa é cada vez mais remota, o que é uma boa notícia. No entanto, a atividade na zona do euro vai continuar a se contrair em 2013. O consumo em baixa, austeridade orçamentária e a retração no mercado de trabalho, com as empresas ainda sendo significativamente testadas pela grande recessão em 2009, levaram a muitas e custosas insolvências. Admitimos que a crise financeira está a caminho de se resolver, mas a crise na economia real, ilustrada pela persistente fragilidade das empresas, não irá terminar em 2013”, afirma Jean-Marc Pillu, CEO do Grupo Coface.

Empresas europeias ainda em dificuldade

A situação ainda é preocupante para as empresas europeias, apesar do risco de uma crise sistêmica na Europa ter diminuído e das exportações terem se recuperado bem no sul da Europa. O progresso insuficiente na reforma das instituições europeias, a rápida desaceleração no mercado de trabalho e o peso das dívidas pública e privada estão em conjunto minando a confiança dos atores da economia real, que “apertaram o botão pausar” até que a situação se estabilize.

À luz desta situação de deterioração, a Coface rebaixou as avaliações de Itália e Espanha para B, seguindo seu rebaixamento para A4 um ano atrás e o alerta negativo implementado em julho de 2012. A atividade nessas duas economias no coração da zona do euro vai se contrair em 2013: -1% na Itália e -1,5% na Espanha. A Coface acredita que outro ano negro aguarda as empresas italianas e espanholas, que enfrentam um crescimento ininterrupto no número de insolvências e crédito bancário cada vez mais escasso.

Países emergentes resistem à crise

Com os riscos nos países desenvolvidos aumentando sem parar desde2008, agradual melhora nos riscos corporativos em países emergentes continua. A Coface atribui esta nova hierarquia de risco a uma maior resistência das nações emergentes às crises externas, como resultado de políticas econômicas mais responsivas, porém prudentes. Além disso, o crescimento econômico dos países emergentes se beneficia da expansão ininterrupta de suas classes médias.

A Coface, portanto, elevou a nota da Indonésia para B, e colocou a nota B das Filipinasem alerta positivo. Compouca correlação com a recessão europeia, forte crescimento e progressos nas finanças públicas e nos seus setores bancários, os riscos diminuíram consideravelmente nestas duas economias.

No entanto, a Coface continua a alertar as empresas sobre riscos persistentesem países emergentes. Aindahá tensão política e social junto a omissões dos governos. Uma classe média em franca expansão é mais exigente em relação às leis, medidas anticorrupção, liberdades e transparência. As instituições políticas nos países emergentes são desafiadas a se adaptarem à nova situação.

A nota A3 para a África do Sul foi colocada em alerta negativo devido ao risco de piora na tensão social, agravada pela taxa de crescimento bem baixa em comparação à média dos países emergentes.

O ritmo lento das reformas, deficiências na infraestrutura e a inabilidade do governo em responder às novas expectativas da classe média, junto com o crescimento bem abaixo do seu potencial, se combinaram para aumentar o nível de dívida das empresas. Estes fatores levaram a Coface a rebaixar a nota geral da Índia para A4 e a nota específica para ambiente de negócios para B.

A República Checa e a Eslovênia, que são dependentes da demandaem queda na Europa Ocidental, tiveram suas notas A3 colocadasem alerta negativo. Amenos aberta Polônia está começando a ser impactada pela recessão europeia. A desaceleração na atividade e o setor de construção frágil levaram a Coface a colocar sua nota A3 em alerta negativo.

A persistente tensão política explica a remoção do alerta positivo na nota D para a Costa do Marfim.

A avaliação de risco país da Coface mede o nível médio de inadimplência de pagamento em cada país, dentro do quadro de suas transações comerciais. Não leva em consideração a dívida soberana. Para determinar o risco de um país, a Coface combina o panorama econômico, financeiro e político de um país com a experiência da Coface e avaliação de clima de negócios.

As avaliações têm uma escala de sete níveis: A1, A2, A3, A4, B, C e D.

J.N.

Revista Apólice

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