Ultima atualização 19 de dezembro

Mercado deve fechar 2012 com arrecadação de R$ 255 bi

Arrecadação tem sido positiva ao longo dos anos, mantendo média de crescimento de 15%, anualmente, desde 2007, diz CNseg

O mercado de seguros brasileiro deve fechar 2012 com arrecadação de R$ 255,7 bilhões, sendo a maior parte proveniente da saúde suplementar (R$ 101,4), seguida por seguros de vida (R$ 78,2), seguros não-vida (R$ 48,4), capitalização (R$ 16,5) e previdência complementar aberta (R$ 11,1). A projeção é da CNseg (baseada nos dados da arrecadação de janeiro a setembro) e foram apresentadas durante almoço com jornalistas realizado na terça-feira, 18 de dezembro, no Rio de Janeiro. Com isso, o crescimento do mercado chega à casa dos 19% neste ano.

Para Jorge Hilário Gouveia Vieira, presidente da CNseg, o motivo do crescimento do setor, acima do PIB brasileiro, é a nova classe social emergente, que passou a investir seu dinheiro em produtos do mercado de seguros, como seguro saúde e previdência privada. “O que ocorreu é que tem sobrado um dinheiro no fim do mês dessa nova classe emergente. E a primeira coisa que o indivíduo faz quando sobre um dinheiro no fim do mês é adquirir um plano de saúde. Ele também utilizou o seguro como um instrumento de poupança”, observou Vieira. Segundo ele, o PIB foi menor este ano, mas o consumo das pessoas foi maior. “E isso foi capturado pela indústria do seguro”, acrescentou.

Em seguros gerais, a maior parte da arrecadação foi na carteira de automóvel, com 51% e R$ 20,2 milhões, seguida pelo ramo patrimoniais, com 21% e R$ 8 milhões. A modalidade VGBL foi a maior arrecadação de seguros de pessoas, com 63% e R$ 46 milhões. Em segundo lugar ficou vida e acidentes pessoais, com 25% e 18 milhões arrecadados.

De acordo com o superintendente de regulação da CNseg, Alexandre Leal, a evolução da arrecadação tem sido positiva ao longo dos anos, mantendo uma média de crescimento de 15%, anualmente, desde 2007 – quando a arrecadação bateu a casa dos R$ 126,4 bilhões. Já em relação à participação no PIB, a arrecadação evoluiu cerca de 5% anualmente, passando de 4,75% em 2007 para 5,75% em 2012.

A expectativa é que o valor arrecadado pelo setor continue avançando. Segundo projeções da Confederação, de 2013 a 2015 o mercado deverá dobrar de tamanho, apresentando crescimento de 55% (considerando todos os ramos, de seguros gerais a capitalização). Em três anos, a arrecadação deverá chegar perto dos R$ 400 bilhões (R$ 398,4 bilhões).

A saúde suplementar também apresentou dados positivos. O número de beneficiários das empresas associadas à Fenasaúde, por exemplo, aumentou de 13,7 milhões em junho de 2011 para 14,5 milhões em junho de 2012 (assistência médica), crescendo 5,7%, e de 8,8 milhões para 9,8 milhões em planos odontológicos, no mesmo período, mostrando expansão de 10,9%. “A evolução das associadas foi maior do que a de todo o mercado de saúde suplementar, que aumentou 2,8% em assistência médica (passando de 47,3 milhões para 48,6 milhões) e 10,5% em assistência odontológica (com 15, 9 milhões de beneficiários em junho de 2011 e 17,6 milhões em junho de 2012)”, disse Leal.

Retorno para a sociedade

Segundo os dados da CNseg, o mercado segurador devolveu à sociedade, em forma de sinistros, benefícios, resgates e sorteios R$, 149,2 bilhões de reais. Este valor vem aumentando cerca de 13% anualmente. Em 2007, o valor que retornou à sociedade foi de R$ 79,1 bilhões. A maior parte é devido à saúde suplementar, com retorno de R$ 78,9 bilhões de reais apenas em 2012. A participação deste índice no PIB também vem aumentando: em 2007, o valor que retornou à sociedade representava 2,97% do PIB. Já este ano, girou em torno dos 3,36%.

Perspectivas para os próximos anos

Alguns assuntos serão destaque no próximo ano e prometem afetar significativamente o setor. Entre eles o microsseguro, que já foi regulamentado este ano, mas as empresas interessadas em atuar neste nicho aguardam autorização para operar. Segundo a diretora executiva da CNseg, Solange Beatriz Palheiro Mendes, “já somam 12 as empresas que aguardam o aval da autarquia”. Entre elas estão Bradesco, Mapfre, Caixa, Zurich e Icatu.

A maior longevidade do brasileiro é outro assunto que preocupa o mercado, que aguarda também a aprovação do VGBL Saúde como alternativa para reduzir os gastos com saúde. A ideia deste tipo de produto é juntar recursos para, no futuro, o indivíduo arcar com despesas médicas ou pagar um plano de saúde. Ao comprovar a utilização da verba, o beneficiário terá a desoneração do tributo. O projeto de lei está sendo regulamentado pelo Ministério da Fazenda e deve seguir para aprovação no Congresso Nacional.

Há ainda a expectativa de como será a atuação da ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos e Garantias) – apelida pelo setor de Segurobrás – e como será a concorrência com as seguradoras privadas. Segundo o presidente da CNseg, o governo garante que a estatal atuará em nichos nos quais as empresas privadas não têm interesse. “Nós insistimos que temos capacidades. Porém, não temos interesses em certos riscos de seguros sociais, como em garantir programas como “Minha casa, minha vida”, por exemplo, que teria um tíquete muito baixo e não seria interessante para o seguro privado. A não ser que tenha subsídio do governo”, exemplificou Vieira.

Jamille Niero, do Rio de Janeiro

Revista Apólice 

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