Ultima atualização 27 de novembro

Relatório destaca os riscos de déficit de $168 bilhões em seguros

Segundo estudo encomendado pelo Lloyd’s, déficit deixa 17 países com alto crescimento gravemente expostos aos custos de longo prazo de eventos catastróficos

Uma nova pesquisa do Lloyd’s de Londres chama a atenção para o déficit anualizado de $168 bilhões em seguros, que deixa 17 países com alto crescimento gravemente expostos aos custos de longo prazo de eventos catastróficos.

O novo estudo independente, realizado pelo Centre for Economics & Business Research [Centro de Pesquisaem Economia e Administração] e encomendado pelo Lloyd’s, ressalta claros riscos para países afetados por essa escassez, incluindo um ônus desnecessário cobrado do Estado e um custo mais alto de recuperação após desastres. Entre esses países estáo Brasil que, segundo o estudo, enfrenta um déficit de seguro anualizado de $12,68 bilhões, significando que é severamente sub-segurado.

O Estado arca com uma proporção excessiva do custo de catástrofes naturais em países com um baixo nível de seguros. Um aumento de 1% na penetração de seguros em um país pode reduzir a responsabilidade do Estado em um percentual tão alto quanto 22%. Por exemplo, as enchentes na Tailândia em 2011 resultaram em danos estimados de $30 bilhões e ainda assim somente 3,47% foram cobertos por seguro. Devido a esse déficit de seguro o governo tailandês arcou com uma conta de $18 bilhões.

Os custos de recuperação pós-catástrofe são mais baixos em países que possuem níveis de seguro mais altos, apontou o estudo. Um aumento de 1% na penetração de seguros gera uma redução de 13% em sinistros não segurados.

O ritmo e a extensão do desenvolvimento econômico global viram o custo das catástrofes crescer em $870 bilhões em termos reais desde 1980. O nível de catástrofes naturais em 2011 produziu $107 bilhões em sinistros – o segundo ano mais custoso em geral para a indústriade seguros e omais caro em sinistros de catástrofes naturais já registrado.

“Com o Furacão Sandy ainda presente em nossas mentes, espero que essa pesquisa estimule um debate sobre como os governos – e empresas – gerenciam o risco de catástrofes naturais. Isso também levanta uma importante questão em relação ao mérito da transferência de riscos versus o uso de fundos públicos para cobrir o custo. O seguro existe por duas razões simples:- para ajudar a evitar a ocorrência de perdas, em primeiro lugar, mas também para aliviar as consequências financeiras se o desastre acontecer.

Como esta pesquisa enfatiza, um número excessivo de países com alto crescimento não está conseguindo tomar as providências necessárias para se preparar adequadamente para esse tipo de evento, deixando pessoas e empresas expostas. Com as economias de alto crescimento continuando a se desenvolver e as cadeias de fornecimento se tornando cada vez mais interconectadas, agora é o momento de nos perguntarmos: o mundo pode se dar ao luxo de assumir um risco tão grande?”, analisa o presidente do Lloyd’s, Richard Ward.

Outras conclusões incluem uma análise dos cinco maiores desastres globais mostra que apenas 21% ($115 bilhões) de um prejuízo econômico total de $538 bilhões foram cobertos por seguro no mundo todo. A China segurou apenas 1,4% dos sinistros decorrentes de catástrofes naturais de2004 a2011, com $208 bilhões em sinistros não segurados.

Em cinco dos 17 países identificados como severamente sub-segurados, o prejuízo médio não segurado médio para grandes catástrofes é de pelo menos 80%. O custo médio não segurado de catástrofes na China é de $18,91 bilhões; na Índia, de $1,96 bilhão e na Indonésia, de $1,45 bilhão.

Os níveis de seguros mais elevados se correlacionam positivamente com o crescimento econômico. Um aumento de 1% na penetração de seguros está associado com o aumento do investimento de 2% do PIB.

Com o custo de danos de catástrofes naturais aumentando a cada ano, o Lloyd’s está convocando empresas, governos e companhias de seguro a agirem, a fim de se ajustarem às ameaças que essa escassez de seguros apresenta para empregos, domicílios e empresas nos países mais afetados. As empresas precisam ter uma visão mais de longo prazo. A gestão de riscos tem que ser uma questão tratada em nível de conselho de administração e as empresas devem investir mais na preparação de curto prazo para proteção de longo prazo. Isso significa um melhor planejamento de contingências para proteger as cadeias de fornecimento. Um melhor planejamento e uma melhor gestão de riscos podem poupar recursos no longo prazo, liberar fundos para investimento e permitir que as empresas absorvam melhor os choques.

Os governos têm que investir mais em medidas de mitigação como barreiras contra inundações e defesas costeiras e promover, por exemplo, códigos prediais urbanos mais fortes para minimizar os danos causados pela próxima grande catástrofe natural em um ambiente fiscal fraco. Os governos também podem ajudar suas economias abrindo mercados para seguradoras privadas, a fim de aumentar a capacidade disponível para subscrever riscos.

A indústria de seguros precisa tomar providências para entender melhor o risco em economias em crescimento, permitindo que possam pesquisar e precificar novos riscos. Essas providências poderiam incluir investir em relações com seguradoras em territórios não familiares, em que o problema do sub-seguro é mais severo, e fazer mais para desenvolver uma gama de produtos e modelos para novos clientes em economias em crescimento.

Douglas McWilliams, fundador e presidente do CEBR [Centro de Pesquisaem Economia e Administração], disse: “Esta lacuna em seguros tem um impacto enorme e duradouro sobre a capacidade de empresas, governos e indivíduos se recuperaram de terremotos, furacões, enchentes e incêndios em florestas, que nos afetam a todos a cada ano. Isso significa perda de pedidos, perda de empregos e desperdício de recursos do contribuinte devido à incapacidade de se preparar com antecipação para esses eventos, o que cria custos mais severos e impossíveis de administrar”.

J.N.

Revista Apólice

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