Ultima atualização 10 de outubro

Médicos prometem parar o atendimento a planos de saúde hoje

Em São Paulo, a categoria vai suspender as consultas a clientes de dez planos de saúde que não aceitaram negociar com a classe médica ou não enviaram propostas concretas até ontem

Médicos de todo o país prometem parar os atendimentos a planos de saúde nesta quarta-feira. Em São Paulo, a categoria vai suspender as consultas a clientes de dez planos de saúde que não aceitaram negociar com a classe médica ou não enviaram propostas concretas até ontem.

A categoria reivindica reajustes nos honorários, inserção de critérios, índices e periodicidade de reajustes nos contratos com as operadoras, reajustes coletivos para evitar a pressão sobre o médico, detalhamento nos contratos dos critérios para o descredenciamento do médico, e o fim da interferência dos planos nos atos médicos.

Essa é a quarta paralisação de atendimento aos planos no intervalo de um ano e meio no país. Nesta quarta-feira, os médicos de São Paulo deixarão de atender os planos de saúde-alvo. A partir de quinta-feira (11), será feito um rodízio de especialidades que deixarão de ser atendidas.

Em São Paulo, os planos que não serão atendidos são: Green Line, Intermédica, Itálica, Metrópole, Prevent Sênior, Santa Amália, São Cristóvão, Seisa, Trasmontano e Universal. Atendimentos de urgência, porém, serão mantidos.

A definição do cronograma foi feita em assembleia com representantes da Associação Paulista de Medicina, do Conselho Regional de Medicina e Sindicato dos Médicos de São Paulo, da Academia de Medicina, da Femesp, sociedades de especialidades e da seção São Paulo da Associação Brasileira de Mulheres Médicas.

Veja o cronograma:

10/10: todos os médicos credenciados dos planos-alvo;
11/10: ginecologia e obstetrícia, anestesiologia e cardiologia;
15/10: endocrinologia, cirurgia de cabeça e pescoço e pneumologia;
16/10: pediatria, ortopedia e traumatologia, angiologia, cirurgia vascular e medicina do esporte
17/10: endoscopia, dermatologia e alergia e imunologia
18/10: todos os médicos credenciados dos planos-alvo

PAÍS

Segundo o CFM (Conselho Federal de Medicina), não haverá paralisação apenas em cinco unidades da federação: Distrito Federal, Amapá, Ceará, Pará e Roraima. Parte delas conseguiram reajustes após as últimas paralisações, outra parte considera que o momento ainda é para o diálogo.

A quantidade de dias parados e os planos de saúde que serão alvo do movimento foram decididos por cada Estado.

Acre: suspensão do atendimento a consultas e procedimentos eletivos para todos os planos de saúde entre os dias 10 e 17 de outubro;

Amazonas: suspensão do atendimento a consultas e procedimentos eletivos para todos os planos de saúde no dia 15 de outubro;

Bahia: protesto contra os planos de saúde terá início no dia 10, com término em 18 de outubro. Serão atingidas as operadoras que não negociaram, não cumpriram acordos ou que apresentaram propostas irrisórias;

Goiás: paralisação dos atendimentos eletivos entre os dias 17 e 19 de outubro. A suspensão atingira sete planos de saúde considerados os piores em atuação em no Estado;

Maranhão: paralisação dos atendimentos de 10 a 24 de outubro. Serão atingidos os planos que atrasam de forma sistemática o pagamento dos honorários dos profissionais, os que interferem na autonomia do médico, negando exames e postergando internações sem justificativa técnica, além daqueles que não adotam a CBHPM como referencia para cobrança de honorários;

Mato Grosso: paralisação do atendimento no dia 11 de outubro;

Mato Grosso do Sul: suspensão do atendimento a consultas e procedimentos eletivos para todos os planos de saúde entre os dias 10 e 17 de outubro;

Minas Gerais: suspensão de atendimentos eletivos através dos planos de saúde e cooperativas médicas que operam planos de saúde entre os dias 10 e 18 de outubro. Durante o período, o atendimento será realizado através de cobrança direta ao paciente, praticando os valores de procedimentos tendo como referência a CBHPM 2011 e consulta sugerida de R$ 80. Com os recibos, os pacientes poderão pedir reembolso;

Paraná: suspensão do atendimento às operadoras de saúde de 10 a 24 de outubro. Durante o período, a cobrança das consultas e procedimentos eletivos será realizada diretamente do paciente, que receberá recibo para solicitar reembolso;

Pernambuco: ato público marcado para esta quarta-feira. Na semana seguinte, de 16 a 19 de outubro, serão paralisados os atendimentos a alguns planos do Estado (planos-alvo);

Piauí: mobilização dos médicos do dia 10 a 14 de outubro em apoio ao movimento nacional contra os abusos cometidos pelos planos e seguros de saúde. Em respeito aos usuários de planos de saúde, as entidades médicas locais estão fazendo divulgação tanto na imprensa como através de material informativo distribuídos nos hospitais e clínicas ligadas à rede credenciada;

Rio Grande do Norte: suspensão do atendimento e manifestação em frente à Assembleia Legislativa no dia 10 de outubro. Uma assembleia será realizada à noite, para decidir se a paralisação continua;

Rio Grande do Sul: suspensão de 15 a 17 de outubro as consultas e os procedimentos não urgentes de usuários de seis planos que mantêm mau relacionamento com a categoria no Estado;

Rondônia: o atendimento será suspenso no período de 15 a 17 de outubro;

Santa Catarina: suspensão do atendimento entre os dias 15 e 19 de outubro, dos planos de saúde que ainda não firmaram acordo com o Conselho Superior das Entidades Médicas de Santa Catarina;

São Paulo: paralisação do atendimento eletivo aos planos de saúde de 10 a 18 de outubro como protesto contra práticas abusivas das empresas e a defasagem inaceitável dos procedimentos médicos.

Sergipe: paralisação do atendimento de todos os planos de saúde do Estado, entre os dias 10 e 25 de outubro;

Tocantins: paralisação do atendimento de dez os planos de saúde do Estado, entre os dias 15 e 25 de outubro;

Paraíba e Rio de Janeiro: assembleia prevista para quarta-feira (10);

Espírito Santo: assembleia prevista para segunda-feira (15);

Amapá, Ceará, Distrito Federal, Pará e Roraima: não haverá suspensão do atendimento, mas, em apoio ao movimento nacional, as entidades médicas locais realizarão atos públicos, audiências e coletivas para esclarecer os motivos do movimento nacional contra os planos de saúde.

 

Folha de S. Paulo

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