Ultima atualização 05 de outubro

Especialista fala sobre a sustentabilidade na indústria financeira brasileira

Maria Eugênia Buosi é consultora e especialista em Finanças Sustentáveis

O surgimento de acordos internacionais, especialmente os Princípios para a Sustentabilidade em Seguros (PSI) mostram que o mercado segurador atenta para este tema, e a tendência é que ele esteja cada vez mais presente nas atividades do setor. Esta é a análise feita por Maria Eugênia Buosi, consultora e especialista em Finanças Sustentáveis que conversou com a Gerência Executiva do Prêmio Antonio Carlos de Almeida Braga de Inovação em Seguros, cujo foco este ano é a sustentabilidade.

A premiação é promovida pela CNseg e está com inscrições abertas, até dia 15 de outubro, pelo endereço eletrônico www.premioseguro2012.com.br.

 

1) A indústria financeira tem investido em variáveis ambientais, sociais e de governança corporativa?

Maria Eugênia Buosi: Os riscos e oportunidades ligados a questões sociais, ambientais e de governança corporativa (representados pela sigla ESG) têm sido mais percebidos pela sociedade e pelas empresas, e isso impacta diretamente a indústria financeira. Ainda existe um longo caminho por percorrer, mas é crescente a consciência e as iniciativas de atores do setor financeiro para inserir variáveis ESG no seu processo de análise e tomada de decisão.

2) Qual a sua percepção em relação ao mercado segurador? Há avanços nessas questões?

O mercado segurador possui essas questões na essência do seu negócio. A avaliação de riscos socioambientais impacta a gestão de sinistro, questões ligadas aos produtos de saúde e previdência. O surgimento de acordos internacionais, especialmente os Princípios para a Sustentabilidade em Seguros (PSI) mostram que o mercado segurador atenta para este tema, e a tendência é que ele esteja cada vez mais presente nas atividades do setor.

3)  Como você avalia os investimentos responsáveis no Brasil?

Houve avanços importantes na indústria de investimentos, especialmente após o lançamento do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) pela BM&FBOVESPA e a criação da Rede Brasileira de Signatários dos Princípios para o Investimento Responsável (PRI). A colaboração entre os investidores na discussão das questões ESG é fundamental para o aprofundamento da integração do tema transversalmente a todo o processo de gestão de ativos, saindo de um movimento de nicho e de lançamento de produtos específicos que considerem estas variáveis na tomada de decisão de investimentos.

4) Como tornar a sustentabilidade lucrativa para a empresa?

É importante ressaltar que questões sociais, ambientais e de governança corporativa devem ser observadas de acordo com a estratégia e o contexto em que cada empresa está inserida. O setor de atuação, a cadeia produtiva e o mercado atendido pela empresa são questões fundamentais na hora de avaliar riscos e oportunidades de negócios ligados às questões ESG. A gestão adequada dessas questões pode gerar, por exemplo, redução do custo de produção, fidelização de clientes, redução do risco de passivos ambientais ou trabalhistas, ou a própria redução do custo de capital, pelo acesso a linhas de crédito diferenciadas, como das instituições de fomento ou organismos multilaterais, entre outros benefícios.

 

G.F.

Revista Apólice

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