Ultima atualização 06 de setembro

Eventos de grande porte trazem impactos imprevisíveis

*Por Dulce Thompson e Sergio Rocha

Realizar megaeventos esportivos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos exige grandes investimentos da iniciativa privada e pública para adequar as cidades às demandas estabelecidas pelas instituições organizadoras. Entre os diversos projetos de obras e reformas há também a perspectiva do gerenciamento de risco. Os riscos inerentes a eventos de grande porte trazem impactos imprevisíveis, estes estando ou não mapeados, identificados e sistematizados.

A Rio+20, por exemplo, provoca algumas reflexões. O Comitê Nacional de Organização (CNO) implementou um programa de Gestão Integrada de Riscos que tratou de temas diversos. De ataques cibernéticos à chegada dos chefes de estado. Segundo a área de gestão de risco da Rio+20, foram registrados cerca de 8.478 eventos críticos: engarrafamentos, protestos e interdições de vias. A imprensa também divulgou outros acontecimentos (atropelamentos, invasão ao Rio Centro e até o caso da delegação japonesa que errou o itinerário e entrou na comunidade 950, no Caju).

A experiência mostra que eventos de grande porte mexem com o comportamento social das cidades. Em 2013, o país sediará Copa das Confederações, em 2014 a Copa do Mundo e, em 2016, o Rio de Janeiro sediará as Olimpíadas. Esses acontecimentos trarão complexos desafios para as entidades organizadoras. Tratar os riscos não é somente uma necessidade técnica. É uma questão estratégica para controlar e minimizar os riscos a níveis aceitáveis. Um exercício primordial do gerenciamento é deixar de imaginar que o inesperado não acontece.

Podemos dizer que eventos de grande porte não são uma realidade no país. O Brasil ficou muitos anos sem receber grandes torneios esportivos, shows, entre outros acontecimentos dessa magnitude. O anúncio da realização dos jogos da Copa e Olimpíadas, sem dúvida, exigirá das seguradoras locais uma corrida em busca de um conhecimento mais específico: o saber fazer um gerenciamento de risco e a colocação do mesmo. Os comitês, de forma geral, têm pouco conhecimento sobre o assunto e colocam em prática algo muito simples, subestimando, às vezes, que determinados tipos de risco não irão acontecer no Brasil. Supõem, também, que as apólices de seguro são suficientes para cobrir os prejuízos causados pelos acidentes ocorridos.

A cultura dos organizadores brasileiros ainda é a de “improvisar”. E, infelizmente, o risco ainda é visto como um freio para o desenvolvimento do evento ou do negócio, enquanto deveria ser visto como um facilitador por evitar perdas de tempo, financeiras, humanas, entre outras. A gestão do risco não deve se limitar unicamente a contratação de apólices de seguros.

Ao analisar os eventos esportivos a serem realizados no país, teríamos diversos tipos de ameaças e probabilidades espalhadas por todos os locais onde ocorrerão os jogos da Copa e das Olimpíadas. Chegaríamos a uma ampla lista de ameaças com probabilidades diferentes. Então, a partir daí é hora de tratar esses eventos levantados; conhecer os riscos; identificar e planejar os controles que poderão ser aplicados (seguráveis ou não); desenhar planos de contingência e planos de gestão de crise.

 

* Dulce Thompso é líder da prática de Seguros Esportes & Entretenimento e Sergio Rocha, gerente da filial Rio de Janeiro da Marsh Brasil

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